𝘞𝘰𝘯𝘥𝘦𝘳𝘧𝘶𝘭𝘭 𝘵𝘳𝘢𝘷𝘦𝘭 🗽

𝘕𝘠𝘜 / 𝘚𝘵𝘢𝘯𝘧𝘰𝘳𝘥

OLIVE

15:02 p.m.

Kate e eu já pegamos o táxi. Ela está em outro carro, é claro. Stanford fica bem distante da NYU. Mal posso esperar para chegar lá. Adoro conhecer pessoas novas, mas infelizmente as pessoas não gostam muito de conviver comigo. E depois que percebem que eu sou meio maluca, começam a se afastar.

Desde a crise de ansiedade que eu tive no 8º ano, todo mundo disse que eu era esquizofrênica. Disseram que eu via coisas e me chamavam de várias coisas, como por exemplo, maconheira, cracuda, retardada, etc.

Por isso que hoje em dia eu não gosto de ter apelido. Eu penso que todos vão me zoar com o tempo por causa dele.

Enfim, após o motorista chegar na porta da Stanford, eu desci, paguei, e agradeci. Só de olhar para aquela construção eu já fiquei encantada. Era enorme. Com certeza tinha uma quadra para vários esportes ali, incluindo futebol, é claro. Mas a ansiedade está me matando. Vou entrar logo.

Entrei e fui até a secretaria, que me encaminhou para a diretoria.

— Bom dia! Meu nome é...

— Olive. Eu sei. — disse a diretora sorridente.

Ela tinha o cabelo curto, preto, usava óculos de velha e um vestido preto com um sobretudo marrom.

— Isso mesmo. Eu vim fazer a matrícula e conhecer o campus.

— Muito bem querida. Sente-se! — disse ela simpática.

— Eu vi como a universidade é grande... por acaso tem uma quadra?

— Tem sim. Se interessa por esportes? — perguntou.

— Sim, muito. Principalmente futebol e vôlei. Adoro. — respondi.

Após uma conversinha com ela, (o nome dela era Beatrice) eu fui convidada a conhecer todo o campus com um velho estudante de lá.

— E aí, qual o seu nome? — perguntou ele.

— Ahmm... Lara. — respondi rápido. — E o seu?

— Lucca. — respondeu sorrindo. — Você sabe que é falta de educação mentir, né?

— Mentir? Do que está falando? — perguntei nervosa.

— Seu nome. Não é Lara. É Olive, como azeitona em inglês. — disse ele sem olhar no meu rosto. — Por que mentiu? Traumas? Algo relacionado ao bullying?

Respondi todas as perguntas dele e me livrei logo. Aquele garoto parecia uma máquina. Só fala. Não tenho paciência não. Tomara que Kate esteja melhor que eu. A coitada é tão perdida que uma vez perdeu o óculos e ficou procurando até perceber que estava na própria cara.

É isso aí. Vai dar tudo certo.

Só confia.