𝘞𝘰𝘯𝘥𝘦𝘳𝘧𝘶𝘭𝘭 𝘵𝘳𝘢𝘷𝘦𝘭 🗽

𝘙𝘦𝘶𝘯𝘪𝘰𝘯𝘦𝘴 𝘺 𝘮𝘢́𝘴

KATE

21:00 p.m.

Chegou o grande dia.

Olive vai se encontrar com Gavi e eu fui convidada para ir à um encontro com Pedri! A ansiedade está me matando, e sinceramente, aquela Kate que chegou determinada a New York não existe mais. Agora eu só quero aproveitar a noite com Pedro González López. O crush dos meus 14 anos.

— Então, Olive? Animada? — perguntei em português para que Gavi e Pedri não entendessem da frente do carro.

— Cala a porra da boca, Kate. — respondeu ela, tentando conter um sorrisinho que estava doido para ser mostrado.

Eu sei que ela gosta dele. Apenas não sabe, e eu vou fazê-la descobrir isso hoje.

Quando chegamos ao primeiro "ponto" (a pizzaria de Ol e Gavi), eles desceram do carro, e despediram-se de nós. Então eu passei para o banco do carona, que antes estava Gavi, e Pedri foi dirigindo até o restaurante que iríamos comer.

— E aí? Você acha que Olive vai se divertir com o Pablo? — perguntei, lançando um sorriso para Pedri.

— Acho que sim. O Gavira nunca saiu com uma garota. E ele percebeu o quanto a sua amiga é especial. — respondeu ele, sério. — No momento em que vocês entraram no salão para serem apresentadas, ele não tirava o olho dela. Parece ter um carinho especial, como um instinto de proteção.

— Nossa, eu não sabia de tudo isso. Eu até senti a mesma vibe, só que foi na Olive. Não prestei atenção no Gavi.

— Enfim, chegamos. Vou estacionar o carro para descermos.

Assim que Pedri estacionou, ele desceu e abriu a porta para mim, com toda a delicadeza do mundo.

— Obrigada! — disse eu, corando.

— Preparada para uma das melhores noites da vida? — perguntou com um sorriso bobinho.

Eu não tive resposta para isso. Só dei um sorriso enorme, como se estivesse gritando "Sim! Sim! SIM!"

Entramos no restaurante, e eu fiquei boquiaberta. As luzes amareladas iluminavam todo o salão. As mesas tinham um toque rústico, mas clássico. Como se fosse da época da realeza. A música que tocava era baixa, mas tinha presença, e os garçons perfeitamente bem vestidos.

Eu amei.

Deus do céu, Olive. Tomara que você tenha uma noite tão maravilhosa quanto a que eu estou tendo.

— Gostou? — perguntou ele, com certo receio.

— Eu adorei! Foi por isso que você veio com essa roupa, e deu a ideia de eu usar um vestido? Para combinar com a vibe?

— Sim. Eu achei que esse tipo de roupa iria ficar legal. E imaginei que ficaria tão bonita como você realmente está.

Após sentarmos em uma mesa perto de uma grande janela, Pedri pediu um cardápio para eu escolher o prato.

Eu pedi frutos do mar e uma salada, e ele um bife de carne.

Para a sobremesa foi o mesmo que eu sempre peço em todos os restaurantes: o bom e velho Petit Gateau. Com uma bola de sorvete, mas nesse restaurante o sorvete era de amêndoas. Estava delicioso.

Pedri deu a ideia de irmos até a casa dele.

E é claro que eu aceitei. Ir para a casa da pessoa que eu gosto após o encontro? Ora, por que não?

— Chegamos. — disse ele colocando as chaves do carro em cima de uma mesa e acendendo as luzes. — Quer alguma coisa? Água?

— Não, obrigada. — respondi, admirando os quadros com retratos dele e do irmão na parede da sala.

— Ah, parece que você achou as piores fotos da história. — disse ele com um sorriso enorme no rosto, enquanto olhava as fotos.

— Que horror! Você não era feio! Só estava em uma fase de transição. — disse.

— O que isso quer dizer? Que agora eu sou bonito? Ou que continuo feio? — continuou falando enquanto ria.

— Quer dizer que... — comecei.

Mas não consegui completar a frase. Ele estava me encarando, quando o olhei de volta. Agora eu estava focada demais nos lábios dele e ele nos meus.

— Que o quê? — perguntou ele num quase sussurro se aproximando mais.

A boca dele está à centímetros da minha. Posso contar cada cílio que ele tem. Posso ver a pupila dilatando a cada centímetro que sua boca está mais próxima...

E foi incrível quando ele me beijou. A voracidade dele está em outro nível.

Era como se houvessem faíscas por todo o corpo, como se uma corrente elétrica estivesse passando por nós dois. Ele estava eufórico, mas ao mesmo tempo delicado.

Soltei um leve som do fundo da garganta quando ele me encostou na parede e pôs as mãos na minha cintura.

Coloquei as mãos sobre a blusa dele para desacelerar o ritmo, mas sentir o abdômen sob ela não ajudou muito.

Quando finalmente ele parou, me deu um selinho, e disse:

— Foi mal, eu não aguentava mais esperar.

E então ele sorriu. E eu sorri também.

Nossas pupilas estavam ainda dilatadas com o efeito do beijo, e estávamos ofegantes, mas foi extremamente reconfortante ver aquilo.

Essa definitivamente foi a melhor noite da minha vida.

Eu beijei Pedri.