Odilon é um homem tímido que se depara com uma garota apaixonada, que, o querendo muito, vence a sua timidez, a sua falta de atitude, consegue quebrar a sua rotina e finalmente o conquista. Através da personalidade dele uma vida amorosa se forma enq...
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Ele não conseguiu dormir depois que ela saiu. Seu estado continuava o mesmo. Disfarçava, mas não conseguia afastar. A preocupação, a sensação, tudo ainda estava ali com ele. Nada se dissipara em momento algum. Ele só estava aprendendo por aonde não ir.
Algum tempo depois, ele estava de pé, andando de um lado para o outro, tenso. Começava a lembrar de coisas que não queria quando voltava a pensar no assunto, tentando lembrar-se do passado e descobrir alguma coisa com ele. Todo esse drama acontecia contigo, na sua cabeça, parecia não alcançar o mundo exterior, onde ela estava. Ela parecia sentir o que ele passava, após ouvi-lo, é claro, mas o que lhe acontecia não a atingia em ponto algum.
"Nunca pensou que houvesse algo de errado com você?" fora a sugestão dela, lembrou-se ele. O que poderia estar errado com ele? Essa pergunta o fez retornar ao passado, tentando lembrar-se de acontecimentos, onde talvez eles pudessem lhe dizer onde começara a errar, onde começara os acontecimentos que o levaram até ali. Mas sua mente não conseguia ir muito atrás, ia apenas até onde começara as suas suspeitas de algo errado.
Continuava a andar de um lado para o outro. Ia até a cozinha, depois voltava até o quarto, andava pela sala, sempre pensando de cabeça baixa, olhando por onde andava apenas.
"A rede social," lembrou-se ele. Ela não estava lá. Havia visto uma página com fotos dela na primeira vez em que olhara, mas depois, na segunda vez, não estava mais lá. Começou a pensar que poderia ter apenas imaginado a página dela, não visto realmente, sendo algo que acontecera apenas na sua cabeça... Ou estava a ficar paranoico ou percebendo que alucinara a coisa toda.
Os documentos! Ela não tinha documentos. Não, não era isso. Ela não existia em registros. Fora procurar e não encontrara nada; em lugar algum do país tinha tal pessoa. Célia Albuquerque simplesmente não existia.
Neste ponto ele já estava bem assustado. Sua pulsação era acelerada, estava já suando, andando de um lado para o outro bem mais rápido. Seus pensamentos o atormentavam, colocando-o a pensar-se entre paranoia e revelações, parecendo não querer dar certeza para ele.
Ela não era real! Estava na sua cabeça apenas.
Esse pensamento começou a lhe rodar a mente; ao mesmo tempo passou a tentar rever o passado, lembrar-se dos acontecimentos com ela. Sua mente estava muito confusa, ele estava por demais assustado, para lembrar cronologicamente de alguma coisa, para recordar de algo em específico que quisesse lembrar, mas algumas coisas lhe vieram à mente; lembrou, por exemplo, de quando fora andar longe, aquele dia em que para ele começara todos os seus problemas, as suas dúvidas quanto ao assunto ela. Fora longe apenas para andar, num lugar em que nunca imaginaria ela nem mesmo perto, e lá estava ela, aparecendo quase que do nada exatamente onde ele se encontrava. Se estivesse apenas em sua mente isso não seria surpresa, ou difícil, aonde ele iria, ela estaria.
Tentou afastar aquele lugar de sua mente, e, tendo sucesso, em seu lugar eventos recentes e mistura tomaram espaço. Recordou de coisas das conversas recentes; dela dizendo que poderia vir para casa quando quisesse, como se bem quisesse, o poder de tirar férias, licenças. Se ela não trabalhasse, fosse tudo coisa de sua cabeça, isso não seria um problema. Ela poderia fazer essas coisas sem obstáculos.
