Capítulo 17

5 0 0
                                    

Todo o caminho até o shopping havia sido agradável

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Todo o caminho até o shopping havia sido agradável. Ela estava bem alegre, parecendo uma garota que estava indo pela primeira vez. Quando chegaram lá, isso pareceu mais ainda. Ela olhava tudo como uma novidade. E era contagioso, pois ele também se pegou olhando as coisas, os lugares, apreciando tudo, coisa que não fazia regularmente. Normalmente ia apenas à lanchonete e pronto, não se preocupando com o percurso até lá. Era apenas agora com ela que a coisa estava mudando.

Quando chegaram, sentando numa mesa da lanchonete, estavam tão contentes que o momento era apreciado pelos dois, estavam gostando da companhia um do outro. Acomodaram-se e ficaram esperando pelo atendimento, neste tempo com ele a observando enquanto ela olhava as pessoas andando pelo shopping, principalmente os casais que estavam lá também. Ela se via como um deles.

— Boa tarde! — disse uma atendente, assim que chegou à mesa.

— Boa tarde! — respondeu Célia, após ser interrompida no que fazia.

E fez seu pedido, animada, nem esperando qualquer outra palavra da atendente, pedindo um sanduíche e um refrigerante. Depois disso, enquanto a atendente anotava ao seu pedido, ela voltou-se para Odilon que continuava olhando-a.

— E o senhor? — perguntou a atendente.

Surpreso, ele não deixou de olhar a atendente, como se estivesse abismado por uma pessoa fazer-lhe uma pergunta que fosse ofensiva. Olhou Célia e ela continuava olhando-o, sem dizer nada, nem mesmo parecia entender alguma coisa. Ele esperava que ela falasse com a atendente por ele também, mas ela não o fez e parecia ter esquecido completamente de fazê-lo, uma atitude que ele esperava que ela tomasse por interesse inteiramente dela.

— O que vai querer, amor? — perguntou Célia.

Essa pergunta o estranhou ainda mais. Desistindo de esperar ao concluir agora que ela não tomaria qualquer atitude, ele voltou-se para a atendente.

— Um x-salada apenas — falou. — Não vou beber nada, se mudar de ideia depois eu pego. Obrigado!

Assim que começou a anotar o pedido dele a atendente começou a se retirar. Célia já estava olhando as pessoas no lugar novamente e Odilon a observava com um sorriso aceitador; ela parecia estar contente, o que fez ele não interpelá-la seriamente.

— Está mais confiante agora, não é? — falou ele, com o mesmo sorriso.

— Estou sempre confiante — respondeu ela.

Ele fez uma pausa estudando-a por um momento.

— Está bem, então.

Os lanches não demoraram a chegar e ela estava mais participativa com ele, deixando de olhar para os outros casais e se instalando neles na mesa. Ela estava agradada com o lugar, deixando-o também feliz, fazendo-o pensar, inclinando-o a achar que talvez fosse justamente aquela empolgação dela que deixava confiança para não se importar com ele fazendo o pedido diretamente à atendente, em vez de usá-la como intermediária. Talvez aquela felicidade deixasse espaço para a outra felicidade, a do parceiro, em vez de prendê-la com medo de que passasse para outra pessoa, o que remeteria a perder a sua própria felicidade.

OS BONECOS ENGRAÇADOSWhere stories live. Discover now