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No dia seguinte, Izuku acordou confuso. Sua mãe não havia voltado para casa, visto que seu prato ainda estava na sala junto com o mesmo que havia dormido no chão.

Um pouco atordoado, pegou as coisas do chão, botou na pia e tratou de ir se arrumar para a escola. Trocou de roupa, escovou os dentes e pegou uma fruta para ir comendo no caminho.

Andou o caminho todo até a escola relaxado, comendo sua maçã enquanto apreciava as coisas que estavam acontecendo na cidade, agradecendo por não ter encontrado ninguém de sua escola no caminho.

Assim que chegou no local, se viu confuso. Sua escola estava com os portões fechados, com uma parte queimada e diversos policiais e agentes do FBI no local cercando o local.

O olhar de Izuku se prendeu a uma pessoa específica, um homem de porte médio que estava curvado, sua postura relaxada, pele super clara, cabelos escuros e desorganizados, olheiras marcantes e um pirulito em sua boca enquanto falava desajeitadamente com alguns policiais da área. Olhou surpreso aquele homem, vendo que era o mesmo detetive do dia anterior. Deu alguns passos para trás, ainda surpreso, pois não esperava o encontrar de novo, e tentou sair silenciosamente e sem ser notado, porém logo sendo abordado por um agente presente naquele local e toda a atenção daquele lugar tão grande foi a ele.

- oh pequeno, as aulas foram canceladas devido a um acidente no qual ocorrera aqui de madrugada, seus pais não lhe avisaram? — pergunta o agente confuso

O esverdeado arregala os olhos surpreso, por finalmente achar pessoas nas quais estavam o tratando bem, porém logo essa felicidade acaba relembrando que provavelmente eles não saberiam a situação do mesmo.

- minha mãe não voltou do trabalho senhor, ela é médica e estava de plantão. — o explico educadamente e o mesmo logo concorda

- neste caso, vamos ao detetive já que você não pode ficar sozinho pequeno — fala se ajoelhando ao meu tamanho — vamos tentar ligar para algum parente seu para ficar com você enquanto sua mãe não chega.

- não somos próximos da nossa família senhor — falo baixo e envergonhado

- oh, entendo. Neste caso, ele saberá o que fazer sim? Vamos — se levanta segurando em minha mão e me leva ao homem no qual estava tentando fugir a pouco tempo.

- Matt — o detetive fala — o que já falei sobre pegar crianças para você? — pergunta irritado fazendo o ruivo tentar se explicar rapidamente — espera... — fala e o ruivo para de falar na hora — você.... você é o garoto que me ajudou ontem no caso não? — fala sem emoção virando a cabeça um pouco pra o lado e eu assinto com vergonha, ganhando um olhar surpreso do agente ruivo. — entendo.... bom, nesse caso vamos que irei lhe levar a sua mãe — fala pegando a chave de um carro com um homem atrás de si

Sigo o mesmo confuso, me sentando no banco de passageiro e vejo o mesmo ligar o carro em silêncio e ir ao hospital no qual havia o informado.

O caminho foi silencioso, com apenas um jazz em um tom baixo de fundo, que estava sendo tocado pelo rádio do carro. Chegamos ao hospital rapidamente, com menos de quinze minutos, o detetive para no estacionamento e nos direcionamos a recepção do lugar, sendo recebidos por Mitsuki, a recepcionista e melhor amiga da mãe de Izuku.

- Izuku, o que você está fazendo aqui? — pergunta surpresa e um pouco tensa

- as aulas foram canceladas — explico bocejando — vim atrás de minha mãe.

- sua mãe..... — hesita um pouco — você... veio com quem Izuku? — pergunta um pouco confusa

- oh, com aquele moço ali — falo apontando para o detetive no qual estava a todo custo tentando tirar um doce da máquina — é o detetive do caso lá da escola, ele parou um pouco seu trabalho lá para me trazer aqui — a explico

- entendo..... Izuku, você pode ficar um pouco no meu lugar enquanto eu converso com ele? — aceno confuso indo ao lugar dela atrás do balcão.

Vejo de relance a conversa dos dois, enquanto atendo e auxílio alguns pacientes do local, suas expressões não estavam as das melhores, me deixando um pouco com medo, mas ignoro tentando focar no que fui designado a fazer.

Eles voltam um tempo depois, ambos sérios e com Mitsuki um pouco tensa.

- Izuku meu amor, temos que falar sobre um assunto sério com você. — fala a loira vindo ao meu lado

- eu.... eu fiz algo de errado tia Mitsuki? — pergunto triste já me desesperando um pouco

- não meu amor... é que.... a sua mãe...

- Izuku — o detetive o chama — eu tenho uma notícia para te dar — fala se sentando ao meu lado — não é uma notícia fácil, mas eu preciso que você ouça com atenção e que tenha calma. — fala hesitante — sua mãe.... ela estava trabalhando quando o acidente na sua escola aconteceu, e foi uma das escolhidas para ir de ambulância até o local ajudar as pessoas que ainda estavam lá.

- o que?? Ela está bem?? Se machucou??

- Izuku... eu lamento informar, mas a sua mãe infelizmente não está mas conosco. Ela se sacrificou para que as pessoas presentes no local conseguissem sobreviver. — fala me olhando apreensivo 

- Minha mãe.... — fala com a voz embargada — ela amava esse trabalho, tenho certeza que não se arrependeria de sua decisão, mesmo que fosse para ficar comigo. Fico orgulhoso dela, mas por mais que eu esteja sendo forte, não acho que eu vá aguentar tanto tempo assim — segura o choro

- você é forte garoto — o detetive fala — vamos, vou lhe levar para onde você vai ficar agora — fala tentando dar um sorriso simpático

- espere — a loira se mete — tenho certeza que Inko gostaria de deixar Izuku comigo! Não em um orfanato qualquer, na minha casa tem o melhor amigo dele, e temos dinheiro para o bancar também! Eu exijo que ele fique conosco!

- eu não teria tanta certeza disso senhora Mitsuki — o outro fala — Pedi para que meus agentes investigassem Izuku a uns dias, descobri que ele é vítima de bullying naquela escola, de alunos, professores, e até mesmo de seu próprio filho. — fala fazendo com que a outra ficasse chocada — pela ausência de individualidade o tratam como lixo, e mesmo assim ele continua firme, atrás de seus sonhos. E é por isso Mitsuki que falei que Izuku é uma pessoa forte, por que independente de quanto esse garoto já sofreu e está sofrendo, ele continua aí, com um sorriso no rosto e batalhador do jeito que ele é. 

Pela primeira vez, no meio de tanto sofrimento e angústia, depois de todos esses anos, Izuku sorri verdadeiramente, não acreditando nas palavras ditas pelo detetive a sua frente.

- Ele não ficará em um orfanato qualquer — retoma a fala — ele ficará na wammy's House, que foi fundada por Watari, um de meus agentes, e estudará com as crianças mais inteligentes, e junto de meus dois outros sucessores, Izuku vai batalhar e virar o herói no qual tanto quer. Agora se me der licença, tenho mais coisas a fazer. — sai segurando levemente em minhas mão voltando em direção do carro.

I'm a detective you motherfuckersOnde histórias criam vida. Descubra agora