Aventuras dos Picotados nas Terras Fantásticas e Distantes de Drangleic

Pocadel 7 - O confronto dos Déspotas!

O anão alcançou o galho com apenas um salto, deixando seu mastim no chão e ficando frente a frente com Driiz. Eles se encararam em silêncio por alguns segundos e Addar soltou um sorriso cínico.

Addar: Faz tempo que te vi, Driiz!

Driiz: É um desprazer revê-lo, Addaro! - Ela mirou o arco na direção do anão - Lhe darei uma chance de se render e permanecer vivo.

Addar: Sinto que é você quem vai morrer, mulher velha!

A lâmina do machado de Addar se cobriu com chamas vermelhas e ele girou ao redor de si mesmo de uma forma que lembrava Driiz de um personagem noxiano de seu jogo favorito. Ela já conhecia este ataque da vez que lutou ao lado do anão e sabia de seu poder destrutivo. Assim que ele avançou em sua direção, Driiz sinalizou que as outras amazonas pulassem do galho e ela saltou por cima de Addar, que passou direto e cortou o tronco por inteiro com apenas um acerto.

O lobo gigante saltou de um grande arbusto próximo na hora que Drizz pulou do galho, ela aterrissou bem em suas costas e os dois derrubaram pelo menos cinco soldados ao caírem no chão.  Sob comando de sua dona, Fred começou a devorar todos que estavam a sua frente, assim chamando atenção do Duque e seus generais.

Buck: MATEM O LOBO! TODOS ATIREM NELE!

E seu exército o obedeceu. Ao escutar a ordem do Duque, Driiz puxou os pelos de Fred para que ele recuasse e os dois começaram a fugir do campo de batalha, mas vários tiros já haviam acertado o pobre lobo branco, tornando seu corpo quase que inteiramente vermelho de sangue. Não obstante, Addar os perseguia montado em seu mastim e os alcançou facilmente, já que Fred mancava. Embora ferido, ele ainda conseguiu levar Driiz até um descampado próximo, mas distante o bastante do tumulto da batalha que acontecia na floresta. Dannilo os seguiu em silêncio em seu cavalo para observar a batalha, ele sabia que o poder dos dois estava em um nível muito além de sua força.

Addar: Chega de fugir, senhora. Vai deixar que seu lobo sofra mais?

Driiz: Não dirija sua palavra a mim, muito menos a meu lobo!

Ela desceu de Fred, acariciou seu rosto e ordenou que se fosse na língua dos lobos. Hesitante, Fred caminhou lentamente para dentro do mato. Ele olhou para atrás uma ultima vez, em sinal de despedida a Driiz. Dannilo observou de longe a melancolia no olhar do lobo, o coitado não viveria mais do que algumas horas com aqueles ferimentos.

Addar: Agora, vamos lutar sem restringir nosso poder, o que me diz? Que nem fizemos dez anos atrás contra o tarrasque!

Driiz: Não tenho porque me limitar, minha única intenção é te matar e depois todo o seu exército, seu filho da puta!

Ela puxou sua pistola de pederneira e disparou três vezes contra Addar. Todos os tiros foram aparados pela armadura do anão como se fossem pedrinhas sendo lançadas por um esquilo, o trabalho de forja dos anões era algo digno de admiração. Ele correu na direção de Driiz com seu machado em chamas e a atacou ferozmente, mas ela conseguiu bloquear seus golpes com sua espada.

A onda de choque gerada pela troca de golpes a curta distância dos dois déspotas era forte o bastante para gerar grandes fissuras na terra e gerar sons estrondosos que ecoavam pelo descampado inteiro. Eles continuaram bloqueando os ataques uns dos outros por alguns minutos, até que ficaram cansados daquela brincadeira.

Driiz: Vou te mostrar porque não deveria subestimar nenhuma mulher!

Na lâmina da espada de Driiz surgiram marcas brilhantes de coloração esverdeada, semelhantes as tatuagens das amazonas. Com um ataque certeiro, ela cortou fora o braço do anão, atravessando sua armadura de adamantina como se fosse manteiga. A magia da floresta, garantida a ela pelo espírito da Árvore da Vida, era mais poderosa que qualquer arma ou armadura feita pelos homens. Com um olhar de estresse, o anão puxou o escudo que carregava em suas costas e o segurou com o braço direito.

Addar: Eu ganhei esse tesouro sagrado como presente por derrotar aquele tarrasque, vou te mostrar do que ele é capaz!

O escudo era redondo e vermelho, em sua borda haviam inscrições rúnicas em cor laranja, que começaram a brilhar tão intensamente quanto as marcas da espada de Driiz. Então o escudo inteiro brilhou e disparou uma intensa rajada mágica de cor rubra. A garota tentou aparar o ataque com sua espada, mas de nada adiantou, ela foi arremessada a vários metros de distância com sangue jorrando de seu corpo.

Addar: Vou te dar uma ultima chance em nome do que nós fizemos por este mundo dez anos atrás. Direi ao Duque que você fugiu, tente não retornar a desafiar a colônia dele. - Ele subiu em seu mastim para regressar a floresta - A essa hora já devem ter dizimado o que você chama de exército.

Ele saiu montado em seu cão e Dannilo correu de onde estava escondido até Driiz. Ela estava deitada na grama, sobre uma grande poça de sangue que se expandia a cada segundo. Uma luz verde cobria a parte machucada de seu corpo, fechando sua ferida como uma reação mágica natural, também lhe concedida pelo espírito da Árvore da Vida. Ela encarou Dannilo com desdém e apontou em sua direção a pistola de pederneira, a primeira reação do jovem foi levantar suas mãos.

Dan: Tá me reconhecendo não?

Gio: Dannilo? - Ela tentou sorrir, mas a dor não lhe permitia - É você mesmo?

Dan: Claro que sou eu! - Ele abraçou Giovana com cuidado, os olhos da senhora se encheram de lágrimas - Você tá muito diferente.

Gio: Tu tá igual... Cadê Bia?

Dan: Eu... esperava que você soubesse...

Gio: Entendo... Ache minha irmã, Dannilo. Eu não acho que vou sobreviver se não cuidar logo dessas feridas...

Dan: Mas eu acabei de ver você se curando!

Gio: Essa magia só cura superficialmente. Eu consigo sentir os danos internos que o ataque dele me causou...

Os dois começaram a ouvir o som de cavalos em alta velocidade vindo naquela direção. O Duque provavelmente havia ordenado que seu exército buscasse por Giovana, ele não desistiria tão fácil de encerrar de vez aquela guerra naquele dia. Giovana pegou a pistola de pederneira e a colocou na mão de Dannilo.

Gio: Me mate! - Ela o fitou com o rosto coberto por lágrimas.

Dan: Oxe, tá doida? - Ele começava a lacrimejar também.

Gio: Vão te considerar um herói... Se der qualquer sinal de que quer me ajudar, vão te matar também!

Dan: Eu não posso...

Gio: Eu vou morrer de todo jeito, Dannilo, que seja pelas suas mãos...

To be continued...