T.E.D 7 - Sem tempo para conversa, começam as lutas!

13 1 0
                                    

O terreno da arena se multiplicou em vinte, cada arena flutuando uma sobre a outra, numa altura o suficiente para que coubesse um tarrasque entre cada uma das arenas, mas de alguma forma todas eram magicamente visíveis para quem assistia de qualquer nível da arquibancada. Lara se viu teleportada junta de seu grupo, ao seu lado esquerdo estavam Eustakio e Aly e atrás dela Kaio e Guilherme. A frente deles, havia uma deformação no centro da arena: uma grande torre que parecia ser uma formação natural de pedra com uma escadaria espiral ao redor, alta a ponto de quase  alcançar a arena acima.

Aly: As magias aplicadas neste coliseu são incríveis.

Eustakio: Né isso, parece aquele circo de Madagascar 3, mentira da porra.

Gui: O que é aquilo no alto? - Ele apontou para o topo da torre.

Por um instante, eles viram a ponta de uma cauda azul se mexer, embora estivessem muito distantes para enxergar direito. Assim que Kaio apontou, a cauda se retraiu, saindo da visão deles. Lara possuía uma visão extremamente aguçada graças ao sistema, e enxergou com precisão a cauda. Nos curtos segundos em que o vislumbrou, ela percebeu que era um rabo azul, longo e sinuoso, com cerca de seis metros de comprimento e possuía escamas semelhantes a de uma cobra, mas que não pareciam possuir um padrão muito regular.

Lara: Chuto que vamos algum dragonídeo.

Kaio: Dragão?

Lara: Dragão, wyrm, wyvern. Ou algum réptil, naga, sei lá.

Aly: É melhor seguirmos logo pra escada, não podemos perder tempo.

Eustakio: Que escada, menino?

Eustakio apontou a palma de sua mão para o chão, fazendo surgir uma plataforma retangular de energia azul em frente a eles que era larga o suficiente para que todos subissem em cima. Assim que eles o fizeram, a plataforma começou a flutuar em direção ao topo da torre.

Gui: Que habilidade bacana.

Eustakio: Obrigado, amigo.

Gui: Qual a sua classe?

Eustakio: Espiritualista.

Gui: Deus é mais!

Finalmente, a plataforma alcançou o topo e todos desceram lá. A sua frente, estava uma criatura monstruosa e gigantesca, que se assemelhava a um dragão com uma aparência mais serpentiforme. Seu corpo era longo e flexível, com cerca de trinta metros de comprimento, e apresentava um tom de pele azulado, com escamas grossas e ásperas que cobriam todo o seu corpo. O ser possuía seis pernas musculosas, cada uma com garras grossas e afiadas como lâminas, permitindo-lhe se mover com rapidez e agilidade mesmo em terrenos difíceis. Sua cabeça era larga e achatada, com duas mandíbulas enormes e cheias de dentes afiados, além de dois chifres curvados um pouco atrás de sua "testa". Seus olhos grandes e amarelados, com pupilas em forma de fenda, davam-lhe uma aparência intimidadora. Lara e Kaio o reconheceram imediatamente da sessão de RPG em que enfrentaram uma criatura da mesma espécie.

Lara: Fudeu, é um Behir!

Eustakio: Isso ajuda em quê?

Kaio: Evitem a rajada elétrica que ele cospe... - Ele disse enquanto girava seu machado de guerra na mão - E ataquem pra matar!

Gui: Sinto que pela primeira  vez ele disse algo inteligente.

Aly: Deixem que eu, Kaio e Gui ficamos na linha de frente! - Ele puxou seu escudo e olhou para trás, piscando para Lara - Você vai nos dar cobertura, né?

Lara: Claro! - Ela sorriu para ele.

No camarote do coliseu, os nobres conversavam entre si a respeito dos competidores, de seus territórios e também sobre a guerra entre as duas principais nações do continente. Raylight Cronos, o imperador de Hécate, vestia uma armadura azulada e reluzente. Ao seu lado, sentava-se Addar, o Déspota de Rubi. Por um momento durante o intervalo, enquanto Raylight conversava com um dos ministros de Albion, Addar direcionou-se para onde os ouros Déspotas pareciam estar se reunindo.

Addar: Bom dia, velhos companheiros! - Ele acenou para os outros quatro.

Lime: Bom saber que você está vivo, companheiro! - A menina sorriu para o anão.

Lime era uma pequena vulpera, uma espécie de raposa humanóide e inteligente, de pelo alaranjado e baixa estatura, orelhas grandes e focinho alongado. Ela sorriu ao encontrar seu velho amigo e o deu um abraço, que o anão recebeu de braços abertos. A garota não carregava nenhuma arma consigo nem vestia armadura alguma, pois suas habilidades de combate eram baseadas na característica única com a qual a Déspota havia nascido: Fullgás. Ela era capaz de transformar o próprio corpo em uma nuvem gasosa por tempo indeterminado. Nascida em Bezel, ela jurou lealdade a Bear Gulliver, líder de Wallachia, que na época era apenas um jovem explorador, após o mesmo a adota-la para seu grupo de viajantes quando ela ainda criança.

Addar: Faz muito tempo desde que nos vimos, não é, baixinha? - Ele acariciou a cabeça dela.

Lime: Ei! Eu sou mais alta que você! - Ela ficou na ponta dos pés.

Obuntu: Chega de alvoroço, temos lutas pra assistir!

A voz grossa vinha de um orc de três metros de altura, com um dos corpos mais robustos já vistos por qualquer pessoa. Pele avermelhada, próteses douradas e robustas no lugar dos braços, com linhas brilhantes de magia em seu interior que podiam ser vistas nas articulações. Ele tinha um semblante emburrado, era o maior e o mais forte fisicamente dos Déspotas, dito como capaz de mover uma montanha com apenas uma mão. Além de tudo, Obuntu Gritoforte era também irmão do chefe de estado de Tyr, Hermosh Gritoforte.

Addar: Você mantém seu carisma de sempre, Obuntu.

Obuntu: E você continua anão.

Addar: Só mudo se nascer de novo. Veja só, fazem anos que não nos reunimos, por quê não colocamos o papo em dia? Não somos todos amigos?

Felix: Claro, que tal você nos contar sobre como assassinou nossa amiga Giovanna?

Rat Felix Palazzo era o mais excêntrico dos Sete Déspotas, conhecido pelo título de Insano Déspota de Topázio. Sua moral era extremamente questionável, embora ele justificasse suas ações como obras de arte. Ninguém sabia ao certo sua raça, mas ele se assemelhava a um humano alto que usava maquiagem de palhaço e roupas amarelas extravagantes. Seu olhar era penetrante e assustador para Lime, mas Addar e Obuntu o encaravam de forma séria. Felix era muito conhecido por ser o dono de um circo ambulante, que se teleportava magicamente de cidade para cidade e tinha espetáculos considerados bizarros para a sociedade, que envolviam tortura e mortes explosivas.

Addar: Faria pior se estivesse no meu lugar, rato. - Ele cuspiu no chão, próximo aos pés do palhaço.

Felix: É bom que não esqueça disso!

Lime: Você tinha mesmo que ajudar a matar ela? Eu gostava dela, por mais que nunca mais tenha a visto desde o Tarrasque. - Ela disse, fazendo biquinho para Addar.

Obuntu: Fazemos o que precisamos fazer. Addar é fiel a sua posição como o Déspota de Hécate, assim como eu sou fiel a minha como Déspota de Tyr. Saigou é tão fiel a Zhao Yama que sequer compareceu hoje.

Patek: É claro, ele é só mais um pau mandado, assim como vocês.

Todos olharam para o canto escuro do mezanino, onde um jovem de pele pálida e cabelos escuros que cobriam parte de seu rosto se escondia do sol. Ele vestia um terno preto vitoriano e um sobretudo longo e igualmente preto. Seu olho esquerdo era visível, sua íris brilhava em uma cor avermelhada. O Déspota de Ônix era o mais forte e o mais recluso entre todos eles, Patek von Roquefort, era um vampiro dono de muitas terras na nação fria de Kazverdan, além de ser o mais temido por seus companheiros. Ele falava com uma voz calma e fria, não parecia estar muito empolgado com o reencontro.

Obuntu: Do que nos chamou? - O orc se levantou, seu mero movimento fazia o mezanino inteiro tremer.

Addar: Acalme-se, Obuntu. - Ele colocou o braço a frente de seu colega.

Patek: Por quê não voltamos nossa atenção ao torneio? Sinto que algo interessante está prestes a acontecer.

To be continued...

Aventuras dos Picotados nas Terras Fantásticas e Distantes de DrangleicOnde histórias criam vida. Descubra agora