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Anna, se você não fosse pobre, o que você seria?

doisAnna, se você não fosse pobre, o que você seria?

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A BRASILEIRA REVIROU OS OLHOS ao ver o ‘shopping’. Estava sem nenhum dinheiro nos bolsos, nem sabia que suas amigas iriam carregá-la para o shopping. A menina apenas desejava um hambúrguer, ir ao cinema e voltar para casa, mas suas amigas pensavam ao contrário: iriam em várias lojas do shopping, na praça de alimentação e iriam se vestir fingindo que eram velhas ricas. Não que a última coisa foi ruim, era a parte mais legal, mas preferia gastar o seu dinheiro – que nem tinha – comendo e assistindo às televisões que estavam à venda. Era uma forma que a garota se divertia nos shoppings.

— Vamos comprar roupa para você! — A mais nova exclamou, não querendo ouvir a garota contestar.

— Por quê? Dulce, tenho várias roupas. — Murmurou, mentalizando as diversas roupas em seu guarda-roupa. Elisa teve até que doar.

— Mas você só usa essas. — Maria se intrometeu, observando suas vestimentas. — Apenas calças de moletom, moletom e vans.

— E quer que eu vá como para escola? — Indagou, piscando. — Não 'tá pensando que estamos num clichê americano, Maria Isabel! Eles usam até cropped 'pra ir para escola!

— Ah! queria morar nos Estados Unidos. — Ela bufou, com as mãos nas alças de sua bolsa.

— Eles também têm limites de vestimenta. — Dulce disse, atrapalhando o sonho adolescente que Maria criava em sua cabeça.

— Não quero roupas, beleza? Sou pobre, lindezas. — Anna voltou ao mesmo assunto, balançando a cabeça.

— Anna, compramos para você! — A mais velha passou os braços ao redor de seus ombros.

— Vocês estão me levando para dior! — Arregalou os olhos.

— Agradece, garota. — Uma idosa de aparentemente sessenta anos aconselhou, com uma risada.

— Se me sequestrarem pensando que sou rica, é por culpa de vocês! — A mesma parou, levantando o indicador.

— Você não está no Brasil, Anna Luísa. — Debochou.

— Xenofóbica! — Xingou a menina em português, que ficou com os olhos franzidos.

As meninas lhe arrastaram à loja que até então, a brasileira considerava o preço de seu rim fazendo Anna rodar com os brilhos nos olhos. Então fez uma nota mental: disfarça que é pobre. Às duas garotas haviam sumido, apenas disseram para Anna esperar. Ela nem se arriscou a se levantar e ver algumas peças, porque pensava que um alarme iria disparar em todos os cantos possíveis. Mesmo que não gostasse de ficar sentada, ela tentou ter paciência, murmurando uma canção baixinho.

— É, Anna Luísa. Para uma estressadinha, você canta bem. — Cris interviu, com um sorriso irônico.

— Misericórdia. — Ela se assustou, arregalando os olhos, mas quando o viu, revirou eles. — Ah! Não, menino. O que fiz para merecer, hein? Só pode estar brincando comigo! Não aguento mais ver sua cara feia.

ENTRE TAPAS & BEIJOS, CR7 JROnde histórias criam vida. Descubra agora