oito

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Supermercado, as clássicas falas de avós, e cardume de pré adolescentes.

oitoSupermercado, as clássicas falas de avós, e cardume de pré adolescentes

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ANNA LUÍSA CHEGOU EM SUA CASA extremamente cansada. Uma coisa era que marcava dez horas da noite, em ponto, e sua mãe falou para menina chegar antes de Amor à distância, uma minissérie que passava às nove e meia. Não sabia como encarar sua mãe, aliás, sua avó chegaria bem cedo amanhã. Mas ela se enganou. Elisa estava dormindo e apenas aceitou porque estava com Dulce, então logo, correu direto para sua cama e nem ao menos tirou seus sapatos. Apenas se levantou com muito custo e foi tomar um banho decente quando acordou – uma hora da manhã – para finalmente tirar sua maquiagem e vestir uma roupa confortável.

A mesma tinha acordado às nove horas da manhã, sem sua mãe batendo à porta, ou o barulho das chuviscadas que batia em sua janela. Ela acordou por conta própria, se espreguiçando e ouvindo conversas na sala. Estranhou, sua mãe não costumava falar com ninguém, nem ao menos receber visitas. Ela esqueceu de sua avó.

A menina se levantou com um sono escrito em sua cabeça, os cabelos bagunçados e seu pijama de ovelhas. Foi recebida na sala com um abraço aconchegante, fazendo sua cara ganhar um tom avermelhado. Apenas soube quem era quando reconheceu quando viu os fios brancos caindo em suas bochechas.

Vovó está de volta.

— Oi, Anna! — Nem esperou a neta responder, foi direto lhe observando, erguendo suas sobrancelhas após parar em um ponto específico. — Não está se alimentando? Está magrinha, Anna. Já disse. Para ser modelo tem que comer!

— O quê?

— Elisa, já disse para alimentá-la melhor! Ela deve comer arroz, feijão, uma carne avermelhada! — Exclamou a mais velha, se virando com os olhos semicerrados à sua filha. — Não era uma boa ideia ter vindo morar na Espanha. Cadê o feijão?

— Vovó, estou bem. — Tratou de explicar assim que a mais velha lhe largou.

— Não está querida, olha seus bracinhos. — Levantou eles, os apertando. — Vamos ao mercado! Quero comprar ingredientes para fazer um bom almoço e um bolo!

Ela negou com a cabeça. Questionava a si mesma porque vós eram assim. Anna Luísa tinha um peso ideal, seus braços estavam normais, tinha colocado as vacinas em dia. No Brasil, ficava com dor de barriga toda vez após ir à casa de sua avó. Maria a enchia de todas as comidas possíveis, e sempre o mesmo motivo: estava tão magra que poderia ver os seus ossos.

— A senhora sabe que é feriado? — Elisa disse, com tédio.

— Não há mercados abertos? Porque a Espanha, filha!? — Maria bufou, pegando o celular. — Vocês, adolescentes, sabem fazer tudo por esse aparelho! — Exclamou. — Pode pesquisar os mercados abertos, querida?

ENTRE TAPAS & BEIJOS, CR7 JROnde histórias criam vida. Descubra agora