quatorze

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quatorze
Garotos só querem amor se for tortura.
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A ÚNICA COISA QUE ANNA LUÍSA suspeitou foi as luzes do cômodo principal estarem totalmente desligadas

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A ÚNICA COISA QUE ANNA LUÍSA suspeitou foi as luzes do cômodo principal estarem totalmente desligadas. Era esquisito, até porque, sua mãe sabia da saída da garota e provavelmente deixaria as luzes ligadas. A brasileira deslizou suas mãos sobre as paredes gélidas e achou o interruptor, ligando-o logo em seguida.

Arregalou os olhos de susto ao ver sua mãe sentada, com as mãos apoiadas em seu queixo e sua cara habitual. Ela deu uma risada, então falou:

— Credo, mãe! Você parece um sonâmbulo! — Deu uma risada, mas sua mãe não pareceu retribuir.

Ela era séria, mas às vezes costumava dar um sorriso minúsculo, nem que seja forçado ou falso. Estranhou sua mãe estar acordada essas horas e não vidrada na tela do computador.

— Que foi? — Levantou as sobrancelhas.

— Não iria me contar sobre seu namoradinho, Anna Luísa!? — Resmungou, rolando os olhos com o enrolamento da filha.

— Que?

— O menino de cabelo cacheado, Anna Luísa! Não iria me contar? — A mesma se levantou.

A citada arregalou os olhos, sabia que sua mãe iria dar um escândalo nos próximos segundos. Seus pés grudaram no chão e nem ao menos seus lábios se movimentavam. Não queria uma outra briga com sua mãe, logo quando sua relação estava se encaminhando para uma normal.

— Não quero que você passe por tudo que eu passei.

A mesma passou suas mechas atrás da orelha. Seus lábios se tornaram úmidos, Elisa às vezes costumava ser dura demais.

— Mãe… — Sua voz saiu como um sussurro. — Você acha mesmo que ele vai me fazer passar por tudo que meu pai te fez passar!? Fala sério, somos jovens irresponsáveis!

— Mas homens são todos iguais, você sabe disso, Anna Luísa.

O coque desajeitado no topo da cabeça de Elisa a fez desarmá-lo de uma vez. Ela nunca encarou os traços de sua filha direito, suas sardas claras ao redor no nariz da menina, suas fortes íris castanhas herdadas de seu pai.

— Eu estou evitando o pior. Me entende, não é? — Ela passou as mãos no rosto de sua filha.

Anna Luísa não se recordava de como aconteceu. O divórcio, a última vez que seu pai bateu em sua mãe, a última vez que viu seu pai em um cômodo minúsculo algemado. Apenas sabia que sua mãe havia sofrido aquela noite. Se recordava na mesma numa cama de hospital, com um band-aid em sua testa.

— Ele não vai fazer nada que me machuque. — Negou com a cabeça.

Sua mãe costumava lhe colocar muito em situações que não eram suas, e ela odiava. Óbvio que entendia seu lado, mas não queria viver carregando uma culpa que não era sua. Mesmo que fosse uma experiência traumática à sua mãe, ela queria viver aquelas cenas clichês de filme, ter sua própria experiência no amor.

ENTRE TAPAS & BEIJOS, CR7 JROnde histórias criam vida. Descubra agora