capítulo 5 A GAROTINHA

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– Não tem nada de errado, querida. Parece ter algo de errado? – pergunta com olhar desconfiado.

– Você é quem precisa responder. – falo apertando os olhos.

– Estou normal. – diz juntando as sobrancelhas. Mentindo novamente, continuamos a comer, ninguém falou nada. Eu só queria saber o que está se passando na cabeça dos dois. Um climão havia se formado. Tentei quebrar o silêncio.

– O meu avô cozinha muito bem, né? – falei olhando para o Hayden.

– Hurum – respondeu de boca cheia.

Após terminarmos de comer, mandei o Hayden subir para o quarto e iniciar o trabalho, enquanto eu ajudava o vovô a lavar a louça. Logo após ele subir o silêncio foi quebrado.

– Não quero você andando com esse rapaz – fala ríspido.

– Motivos? – pergunto com desdém.

– Eu não gosto da energia que emana dele.

– diz escurecendo os olhos.

– Desde quando você acredita em energia? – pergunto levantando as sobrancelhas.

– Desde agora. – diz dando de ombros.

– Vovô, eu já vou completar 18 anos, não tem mais motivos para ciúmes, eu já estou madura o suficiente para entender as minhas escolhas. – falo com voz doce.

– Não é ciúmes, ele não é boa influência para você – fala enquanto esfrega com força uma panela.

– Você nem o conhece, ou conhece? – falo juntando as sobrancelhas.

– Claro que não! – nossa comunicação estava sendo através de sussurros, não quero que o Hayden escute e se sinta mais desconfortável ainda. Depois de terminar a louça subi para o quarto.

– Você está muito calado. O que aconteceu? – pergunto ao me sentar na cama.

– Só estou relembrando algumas coisas do passado, que mesmo depois de anos ainda me afetam – olhando em seus olhos eu vejo uma ferida aberta.

– Você conhece o meu avô? – falo fitando seus olhos.

– Talvez um dia eu consiga te contar tudo. – diz com olhos tristes.

Começamos reunindo ideias, pesquisas e modelos para formar nossa maquete. Depois de uma hora juntando, tudo estava pronto para começar, mas eu estava faminta e cansada.

– Tá com fome? – pergunto levantando rapidamente.

– Você está? – ele rebate de volta.

– Eu tô, vamos descer para comer. – falo o puxando pelo braço.

– Você que manda, prin... – ele silencia antes de terminar a frase. Ele ia me chamar de princesa? Até sinto vontade de rebater e perguntar, mas se ele não terminou a frase é porque tem motivos.

Descemos as escadas em silêncio, ele me deixa afobada. Chegamos na cozinha e fui preparar um misto quente. Enquanto cortava o queijo acabei me machucando.

– AI, DROGA! – falo colocando o dedo na boca. Balancei a mão sentindo o arder do corte.

– O que aconteceu? – Falou enquanto se levantava, se aproximando para analisar o que houve.

– Nada demais, só me cortei. – falo tentando acalmá-lo.

Poucos segundos depois ele estava ao meu lado, segurando a minha mão de baixo da torneira para estancar o sangramento.

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