capítulo 4 DESCONFIANÇA

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Subi para o quarto e resolvi trancar a porta, não posso confiar em ninguém. Se o meu suposto avô não me conta nada, vou descobrir tudo sozinha.

Não consegui parar de andar pelo quarto enquanto pensava em tudo. Então, tudo não passou de uma mentira? Coloquei a caixinha com o livro na mochila, não posso mais deixar as coisas por aí. Não posso vacilar. Em seguida, alguém tentou empurrar a porta.

– Kaylee? A porta está trancada? – diz, girando a maçaneta algumas vezes e meu coração acelera.

– Oh, desculpa. Foi sem querer. Nem percebi. – tento parecer tranquila.

– Está na hora, vamos. – diz, esperando eu abrir a porta. Fui caminhando com cuidado em sua direção, abri lentamente a porta.

– Está tudo bem? – perguntou meio desconfiado.

– Está sim. O que acha de eu ir de bicicleta? Você vai mais tarde para a reunião. – boa atriz que se diz?

– Tudo bem. Boa aula, querida. – diz enquanto sigo em direção à saída.

Desci, peguei a bicicleta, quase caí umas 4 vezes até pegar o equilíbrio. Fui na estrada fazendo zigue-zague, até que, finalmente, peguei a prática. Cheguei no colégio tentando não reparar nos olhares. Entrei na sala e Lina já estava, sentei no mesmo lugar dos outros dias, tentei não olhar para ela. Não sei o que eu fiz de errado.

A aula inteira se passou com um único aluno respondendo as perguntas, o resto da sala estava em total silêncio. Finalmente a aula acabou, e eu estava agoniada com aquilo tudo. Perdi a paciência e fui falar com Lina na troca de professores.

– O que eu fiz? Por que você está assim? – falo me sentando em uma cadeira à sua frente.

– Não é nada. – diz seca, mas consigo notar uma pitada de mentira nisso.

– Fala logo, pensei que fosse sua amiga. – Após a minha fala, seus olhos varreram o lugar, provavelmente em busca de um rosto.

– Me desculpe, Kaylee. Eu acabei escutando a sua conversa com o Hayden aquele dia. Quando vocês saíram, a Maria chegou, me ameaçando... – ao ouvir a sua frase, meu sangue ferve e não espero que ela termine a sua frase para deduzir –Ela te machucou? – pergunto antes que ela me diga. Percebo ela puxando as mangas do moletom tentando esconder os braços.

– Um pouco, ela queria saber sobre a sua vida, eu tentei não falar, tentei muito. Mas ela continuou me batendo até que não aguentei mais. – meus olhos se arregalaram ao ouvir aquilo. – Não acredito que exista alguém tão cruel a esse ponto. – Essa garota não tem limites, meu sangue ferve.

– Eu sinto muito, te meti em problemas. – diz com olhar triste. – Relaxa, está tudo bem. Ela vai receber o que merece. – Mal parei de falar, a porta da sala se abre. A diretora entra com passos firmes e confiantes.

– Kaylee? Tem alguém querendo falar com você. – Elaine fala com um sorriso simpático em seus lábios.

Em seguida, a Mariá entrou com alguém que parecia ser sua mãe.

– Eu quero saber quem foi a garota malvada que machucou a minha princesinha. – Não acredito no que estou vendo.

– Foi aquela ali, mamãe. – isso explica muita coisa.

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