capítulo 15 A BATALHA

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Parte I

HAYDEN SCOTT

Eu não sei o que está acontecendo comigo. Acordei duro com a Kaylee ofegante e assustada, com metade do corpo nu sobre o meu. Eu sei que fiz algo, sinto medo do que possa ter feito com ela, estou fora de mim.

Sinto que estou perdendo a consciência aos poucos, não controlo meus atos, apago e acordo sem me lembrar de nada. Talvez seja sonambulismo? Não. Tem uma voz sussurrando em meu ouvido sem parar, eu não aguento mais a voz daquela maldita mulher.

Eu a matei. Por que ela continua me perturbando? Estou sozinho em casa novamente, e eu não queria ficar sozinho.

'Haydenzinho... Você vai se arrepender pelo que fez' - a voz sussurra de algum lugar esquecido em minha mente.

'Eu vou deixar você maluco, vou matar ela... E depois mato você' - sinto arrepios por todas as partes do meu corpo.

- Me deixe em paz! - grito sozinho no meio da sala e um riso ensurdecedor ecoa em minha cabeça.

O único momento em que as vozes pararam foi quando ela estava deitada em meu peito, cantando para mim. Me sinto ofegante, não paro de suar. Calafrios percorrem o meu corpo de minuto a minuto.

Se eu achei que o período em que passei com Calliope foi uma visita ao inferno, estava enganado. Isso aqui está sendo muito pior, essa desgraçada está ameaçando a minha mulher, enquanto eu não posso fazer nada!

Soco a parede do banheiro com toda a minha força e sinto a dor acertar o meu punho. A risada volta a ecoar em minha cabeça. 'Sorte a minha que eu não seja essa parede' - diz gargalhando.

- Mas o quê diabos você quer? Maldição! - grito sozinho novamente.

'Eu quero vingança, sofrimento, sangue... Eu me alimento disso. Era só um sexo, Hayden. Você fez a sua escolha e agora terá que arcar com as consequências dela' - diz rígida.

- Qual a porra do seu problema? Eu não quero transar com você, caramba! - falo entrando debaixo do chuveiro.

'E quem disse que tinha outra escolha?' - volta a gargalhar novamente.

- Saí da minha cabeça! - falo me sentando no chão, enquanto a água fria escorre do meu corpo quente, ardendo em febre.

'NÃO' - e a risada aumenta de uma forma tão absurda que se torna um zumbido fino.

A dor de cabeça volta ainda pior. Todos os músculos do meu corpo se contraem de uma forma absurda e eu solto um gemido.

'Está doendo, Haydenzinho? FOI ISSO QUE EU SENTI QUANDO VOCÊ QUEBROU O MEU CORAÇÃO E ENFIOU AQUELA ESTACA EM MEU PESCOÇO!' - ela grita a última parte, me fazendo grunhir.

- DESGRAÇADA! - praguejo me retorcendo.

'Você vai pagar, e vai pagar caro!' - diz e a voz silencia.

Mas a dor não desaparece, muito pelo contrário. Luto para me levantar, mal consigo me mover, e também luto para não me afogar debaixo do chuveiro com a água caindo em meu rosto, enquanto estou estirado no chão.

Não vou deixar a minha garota sozinha, ela precisa de mim.

Fecho meus olhos sentindo a minha cabeça latejar. Me arrasto com dificuldade até a minha cama, me agarrando aos móveis. Tudo ao meu redor gira e o meu estômago se embrulha.

Me jogo em cima do colchão e sinto que vou desmaiar.

Tento abrir meus olhos com dificuldade e enxergo a minha mãe sentada ao meu lado, junto com o meu pai. Estou delirando?

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