crianças e suas ideologias.

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A sala de estar da casa compartilhada dos amigos estava totalmente forrada de cobertores pelo chão, havia almofadas e colchões de ar jogados pelos cantos, no meio a mesinha de centro estava repleta de doces.

Hoje seria mais uma noite de filme, inicialmente seria a vez de denki escolher o filme que eles iriam assistir, afinal sempre dividiam esse peso igualmente, decidir um filme para ver com o grupo era uma batalha difícil de agradar a todos, sempre havia uma reclamação que o filme escolhido ou era "conto de fadas demais" "terror demais" ou "triste demais". Nunca chegavam em um total acordo sobre o filme porém hoje Bakugou havia dito que ele que escolheria um filme, deixando o grupo confuso porém decidiram não discordar.

O loiro clicou no filme "uma segunda chance" o título clichê o irritava mas a sinopse era exatamente oque ele procurava "dois garotos passam pela fase de processar e entender que as dificuldades que viveram merecem perdão."

— Hm? Bakugou katsuki escolheu um romance? — Sero disse sentando no chão no meio das pernas do loiro que estava no sofá, ele por sua fez apenas fez um barulho com a boca "tch" — não estou reclamando, é só surpreendente.

O resto do grupo entrou na sala com os copos e refrigerantes.

— Oque é surpreendente? Sua falta de respeito ao não ajudar nós a trazer essa porrada' de coisa? — Mina disse irritada, a rosada se inclinou colocando os copos na mesinha de centro e se sentou ao lado do loiro.

— Para de drama mina, você só trouxe os copos. — kirishima disse deixando os refrigerantes no chão e também se sentou, do outro lado de Bakugou. — romance? LEGAL!

Bakugou riu, kirishima adorava romances adolescentes, porém provavelmente ele odiaria aquele que o loiro havia escolhido.

[...]

O filme começou, a história contava sobre dois garotos, yuri o mais jovem que sofria bullying pela sua aparência física e outros motivos e Leonardo o clichê de garoto popular, a história seguia mostrando tudo na visão de yuri de como ele se sentia pelo bullying .

Quando o filme já estava na metade mais clichês aconteceram, e yuri e leonardo tiveram que fazer um trabalho juntos, acabando por se aproximar e começarem a nutrir sentimentos um pelo outro, o filme parecia muito bom para Bakugou, começando com os garotos crianças e agora estando na etapa de escolherem as faculdades que iríamos cursar, o loiro se viu naquele filme mais do quê imaginou.

Kirishima que já se banhava nas próprias lágrimas, vendo a cena de leonardo pedindo perdão para Yuri, o filme tentava retratar agora ambos os lados, tanto a culpa de um pelos atos que fez quanto o lado do outro que queria apenas seguir em frente. Quando o filme acabou não mostrando se o casal havia ficado junto ou não, não deixando a entender que eles haviam se resolvido, o grupo inteiro estava chorando no sofá, Bakugou mesmo tentando não chorar, derramou algumas lágrimas. Kirishima e denki que odiavam finais abertos estavam indignados querendo saber se o casal havia ficado junto ou não.

— Meu Deus bakugou porquê foi escolher logo o filme mais triste do catálogo? — Mina disse enchendo a boca de chocolate enquanto olhava irritada para o louro.

[...]

Todos estavam jogados no chão, se recuperando do chororo que kirishima e denki haviam feito ao procurarem por "fanfics" do filme onde o casal ficava junto no final, e então bakugou respirou fundo e fez a pergunta que o havia feito escolher aquele filme mais cedo.

— Então... Se vocês fossem yuri, vocês perdoariam o Leonardo? Tipo pensando direitinho em tudo que rolou— Bakugou se sentiu ansioso.

— bem. — mina iniciou se sentando e olhando para bakugou. — Se eu me colocar no lugar do filme, acho que sim, as vezes a gente erra, e erra feio. Mas é claro que aquilo podia ter custado a vida do yuri mas... Eu não sei muito bem como explicar, só acho que se o Yuri decidiu seguir em frente, as coisas devem melhorar e seguir o rumo que ele decidir.

— Não sei não, eu acho que aquilo nunca nem devia ter iniciado — o loiro prestou atenção nas palavras de Denki, esperando algumas palavras contrárias das de mina. — não sei como você começa a amar alguém que te fez chegar até o seu limite, se sentir daquele jeito é horrivel, não sei como alguém pode amar essa mesma pessoa que te fez se sentir um nada. — denki encheu os copos de refrigerante enquanto argumentava.

O grupo de amigos se pôs a pensar mais.

— talvez seja de vivências, eu odeio qualquer tipo de bullying, as coisas que vivi por causa do bullying, eu conheci meu limite naquela época também mas sinto que se as pessoas que fizeram aquilo me pedissem perdão eu apenas seguiria a vida, eramos crianças e adolescentes. Normalmente nessa idade a crueldade é enorme. — Kirishima tombou a cabeça no ombro de Bakugou.

O silêncio ficou na sala por longos minutos, não era desconfortável, Bakugou sentia que aquele momento era bom para pensar em tudo que estava acontecendo, as diversas coisas que voltaram a passar por sua cabeça desde que saiu do hospital, as coisas voltaram ao assombrar.

— Quando eu era mais novo, eu fiz bullying com o Deku, foi algo muito pesado, nivel garoto do filme. — o loiro segurou a mão de mina com calma. — ele disse me perdoar, disse que eramos crianças, ingênuos e idiotas mas ainda não sinto que mereço perdão, sinto que tudo que deu de errado no nosso relacionamento é o mundo retribuindo as coisas que fiz no passado.



Mina riu e puxou a mão do loiro que estava entrelaçada com a sua e levou até os lábios depositando pequenos e suaves beijos nos dedos do amigo, ele não estava entendo mas não iria reclamar.

— Não era você que odiava gente elementista? Não me diga que vai comprar cristais, incensos e pedras energéticas?

— só se for as pedra de crack que você ta fumando idiota. — Bakugou soprou com força o rosto de mina fazendo o grupo rir da rosada que se engasgou com ar no susto.

— é que pensar que você que só acredita na ciência iria me dizer que esta sendo punido pelo mundo é estranho. — mina colocou a mão abaixo do queixo. — Se bem que da vez que kirishima ficou internado após ser ferido por um tiro em uma missão, um certo loiro ficou rezando pra todos tipos de deuses possíveis pra ele melhorar.

Katsuki com as bochechas levemente rubras fez uma careta zangada.

— quem? O denki? — o grupo riu. — Mas to dizendo karma... Eu sempre acreditei em karma.

Kirishima suspirou — olha, nosso ponto é que se o Midoriya conseguiu te perdoar, isso é oque importa, se ele quisesse nunca mais te ver, ele estaria na razão, entende? Tudo depende de como o Midoriya iria querer seguir após o bullying, quando eu era mais novo eu achava que a pessoa que praticava bullying deveria morrer ou sofrer o mesmo que a vítima mas agora eu sei que isso não iria ajudar em nada.

Bakugou suspirou, aquela conversa estava tomando todas suas energias, que já eram escassas, o olhar do loiro se voltou para denki que tinha a boca cheia de refrigerante, ele não disse nada, o outro loiro estava distraido virando o rosto para cima e abrindo uma bala menta.

Katsuki esperou que que denki terminasse oque estava fazendo e gargalhou quando o amigo fechou a boca com a bala dentro fazendo refrigerante sair por seu nariz e quando abriu a boca caísse refri babado nas pernas de mina que quase infartou de nojo.

Denki sabia que bakugou estava o olhando, sabia que o clima havia ficado tenso então sacrificou seu precioso nariz em prol de ouvir a risada do amigo.

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Oiiiii, quanto tempo meus amores❤️💪 espero que não tenham esquecido de mim.

Nós realmente somos um trisal?Onde histórias criam vida. Descubra agora