Uma manhã fria, mas não tão fria como meu coração. Talvez eu estivesse destinada a passar por isso; é o tal do propósito. As coisas já começavam a ficar estranhas, e tais circunstâncias teriam proclamado uma repercussão maior.
Matérias sobre mim e os Ricci, que envolvem a polêmica, vêm sendo deletadas, e começam a apontar outro ponto de vista nessa história toda.
O que era estranho, mas começou a fazer sentido desde que fiquei sabendo que William, em nome de sua família, queria uma reunião de negócios comigo. O que não me surpreendia muito, já que depois do escândalo, todas as ações dos Ricci caíram drasticamente em todos os pontos logísticos que os mesmos tinham. Tanto que até a visibilidade da agência foi afetada.
E eu havia aceitado a tal reunião. Afinal, tinha muitos assuntos inacabados com os mesmos. Depois de tudo aquilo, queria acertar tudo e não deixar nada em aberto. Eu mereço algo melhor.
Eu sou Katerina Schmütz, sou a melhor no que faço, e ninguém pode me abalar. Se tentam me derrubar, eu levanto e fico 10 degraus acima.
Um vestido leve branco com um colar de pérolas era mais que suficiente para tal reunião com tamanha presença de um canalha.
Camille, minha empresária, estava ocupada fechando parcerias com algumas marcas, então não conseguiria chegar em Manchester a tempo, e eu não tinha escolha a não ser ir sozinha.
William resolveu que nos encontraríamos no Vincenzo Trattoria, um restaurante com especiarias da culinária italiana, por ser menos movimentado.
Até que cheguei no local bem rápido.
E, diferente de outras vezes que o italiano costumava chegar atrasado, dessa vez ele foi mais que pontual.
— Boa tarde — digo seca e ríspida.
— Olá, Schmütz — ele responde, se levantando para me cumprimentar.
— Não, por favor — digo, antes que ele tente algum cumprimento que envolva toque físico — Peço que seja direto. Tenho compromissos, e eu garanto que este aqui não é tão importante como deve pensar.
— Vim em nome da empresa para saber quando volta — discursa ele, me entregando uma pasta que eu não me dou trabalho de abrir.
— Acho que já ficou bem claro a minha resposta quanto a isso desde meu último discurso naquele palco, se é que me entende — argumento com o homem a minha frente.
— Se olhasse o documento, ficaria um pouco mais claro. No seu contrato, tem uma cláusula milionária, então se quiser quebrar o seu contrato que se estende pelos próximos 8 meses, fique à vontade — enuncia ele, chegando a ser irônico.
— Você planejou tudo isso mesmo. Sinto lhe informar, se me procura para tentar reverter a situação da sua empresa medíocre, não vai conseguir me chantageando. Eu tenho dinheiro suficiente para pagar umas 4 multas dessas em um dia só — digo blefando.
— Por isso estou aqui. Podemos chegar a um acordo — diz ele, me olhando nos olhos — 8 meses são muito para alguém que quer se livrar dessa empresa, como é o seu caso. Eu não posso deixar alguém que amo tanto nessas condições — confessa ele.
— Então, William, o que me propõe? — questiono o desprezível Ricci a minha frente.
— Peço 4 meses, como se tudo fosse normal. Você sabe aonde quero chegar — diz ele com um olhar baixo.
— Eu não posso continuar namorando. Você sabe muito bem disso. Você me traiu na primeira oportunidade que teve, e sabes muito bem que traição para mim não tem perdão — esclareço ao mesmo.
— Você não precisa necessariamente voltar para mim. Só não confirme que terminamos. Você sabe que eu te amo, e eu tenho esperanças que um dia possamos ficar juntos — declara ele — se não fizer por nós, faça por você, ou até mesmo pela empresa que te fez crescer. Podemos falar que foi uma jogada de marketing para chamar atenção da mídia — suplica ele.
— Eu não posso voltar com você, mesmo que seja superficialmente — digo bebericando o vinho branco que estava posto em uma taça na mesa desde que cheguei.
— Você não pode, ou já está namorando aquele jogadorzinho? —ironiza ele.
— Pelo visto me acompanha nos jornais, mas não estou namorando ninguém. É simplesmente o fato de que você errou e tem de pagar as consequências — o informo.
— Não penso igual. Vocês pareciam bem próximos, mas também não acredito que me trocaria por tal nível. Ao não ser eu estivesse cega. Olha para mim e olha para ele, é incomparável, Kate — ele diz, tentando procurar uma brecha para se exaltar.
— Você narcisista como sempre. Saiba que ele é bem mais bonito que você, talentoso e habilidoso... — digo, provocando-o.
— Você está blefando — diz ele, irritado.
Essa era a maior vantagem de ter um cara que você odeia sendo narcisista. Você pode irritá-lo e ainda deixá-lo inseguro.
— E sobre o acordo de quatro meses? — ele pergunta.
— Eu aceito, mas não significa que eu volte a ter algum tipo de amizade com você — digo, piscando e me retirando do local.
Não foi tão difícil quanto eu pensava. Agora, só falta o lado da minha empresária. Entretanto, era o melhor a se fazer, pois aquela multa era absurdamente cara.
E o William vai ter o que merece. Se ele quer brincar de casinha, então vamos brincar do jeito certo, do meu jeito.
Se acha tão esperto, mas é tão manipulável quanto manipula. Os Ricci iam ter volta a pobre Katerina, só que com uma versão um pouco diferente da que eu era no começo, antes de ser drasticamente mudada pelos mesmos.
Curtido por erling.haaland, Wricci e outras 1.524.837 pessoas
kateschtz Italy?Wricci: 😍
User: não tinham terminado?User17189228: como assim italia?
Voguemagazine: 👀
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Dream | E. Haaland
Fanfiction"Eu não o amo por causa de quem você é, mas por causa de quem eu me torno quando estou com você..."