Chapter 11

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Manchester - Inglaterra

Resolvi me estabelecer em Manchester por algum tempo, então optei por alugar meu próprio apartamento, mesmo que Ilkay tenha me oferecido um lugar em sua casa por tempo indeterminado. Acho sempre importante ter um lugar que posso chamar de meu, mesmo que seja por pouco tempo.

Tenho refletido bastante nos últimos dias, mas não entendo por que tudo isso precisa acontecer justamente comigo.

Bem que poderia ser como aquelas pegadinhas da televisão, planejando tudo para, no final, dizer que era apenas uma brincadeira. Seria tão mais fácil se a vida fosse assim.

Geralmente, as pessoas que entram em minha vida buscam o protagonismo, como meus pais, os Ricci e "amigas".

Pessoas assim não deveriam ter o privilégio de saber como é ser uma celebridade. Elas esquecem do que realmente foram um dia, esquecem de tudo que passaram para chegar aqui, e o pior é que não têm culpa. A fama destrói.

Não poder sair na rua livremente, ter sempre seguranças ao redor e não poder passar uma semana de férias sem 'paparazzi' fotografando sua rotina.

Pessoas que passam por isso de repente não são mais as mesmas. Elas abandonam e acabam machucando outras por medo ou talvez por conta do seu narcisismo.

Não demora muito até ouvir alguém bater na porta do meu apartamento; presumo que seja Erling.

Eu o olho através da janela, abrindo a porta e dando espaço para que pudesse entrar.

— Oi, Erl — digo enquanto me aproximo, abraçando-o.

— Kat. — é a única palavra que ele pronuncia, retribuindo o abraço — Tudo bem? Pode falar comigo.

— As mesmas coisas de sempre — digo ao quebrar o abraço, sentando-me no sofá do apartamento frio e sem vida.

— Pode falar, se você quiser, claro — Erling diz, sentando ao meu lado — Isso pode ajudar, guardar tudo para si não faz bem.

— É que eu já envolvi você em muitas coisas, não acho justo te colocar nos meus problemas — digo, desviando o olhar.

— Eu não me importo, eu... — ele gagueja — Eu sou seu amigo,você pode contar comigo para o que precisar, você sabe disso.

— Sem dúvidas, você é o melhor amigo que eu poderia ter em minha vida — digo, dando um sorriso pálido.

— Se você não quiser responder, tudo bem, mas o que o idiota do William fez para que você se sentisse ameaçada ao ponto de falar que namoramos? Não que isso me incomode, não me importo em ser seu "namorado" – ele diz, dando um sorriso leve.

— Eu sinceramente não aguento mais fingir que namoro ele, isso me faz mal — digo, tentando não parecer ressentida — Ele faz questão de sair em restaurantes me exibindo como se eu fosse um prêmio. Isso é tão cansativo.

E sempre que penso nisso me vem isso na cabeça;

"Estaba corriendo por alguien
Que por mí ni estaba caminando."

— Ele é um babaca, não te merece de nenhuma forma, nem mesmo de forma ilusória. Você é linda, forte, é a mulher mais linda que já conheci — ele enuncia, ficando com o rosto levemente avermelhado.

— O que acha que devo fazer? — pergunto a Erl em busca de alguma solução.

— Seja feliz ao meu lado, deixe ele e escolha a mim — ele diz olhando fixamente nos meus olhos. Em todos os momentos que nossos olhares se cruzam, é como se adrenalina pura percorresse meu corpo.

— Nós nos conhecemos há pouco tempo. Como podes ter certeza de que me amas ou que queres tentar algo comigo? Como saberás que sou a pessoa certa para ti, Erling? Como terás certeza de que não irás te arrepender por estar comigo? — faço uma série de questionamentos, até que sou interrompida pela fala de Haaland.

— Katerina, se existe amor à primeira vista, eu não sei, mas eu sei de uma coisa. Existe a pessoa certa no momento certo, e eu tenho certeza de que você é essa pessoa — ele diz com tanta convicção, olhando nos meus olhos, e posso ver seus olhos brilharem — Isso pode parecer meio louco, mas eu não estou te pedindo em namoro ou algo do tipo. Eu só te peço uma oportunidade para provar que eu amo você.

Ao ouvir essas palavras, posso sentir minha respiração acelerar. Eu tinha que ser sincera com ele. Me preparo, tentando criar coragem para falar tudo que venho sentindo. O nervosismo percorre meu corpo, e eu não sei explicar tudo isso. Finalmente, tomo coragem para dizer tudo que sinto:

— Erling, eu também gosto de você. Não é porque você é um jogador de futebol ou porque é atraente pra caramba. Eu não o amo por causa de quem você é, mas por causa de quem eu me torno quando estou contigo, suas atitudes, seus gestos, a forma como me trata quando estou contigo — digo, me aproximando dele — Então eu só posso te dizer algo. Eu te amo, Erling Braut Haaland!

Sinto o olhar de Erling em meus lábios, fazendo-me sentir como se uma onda de eletricidade percorresse todo o meu corpo.

Posso sentir o norueguês se aproximando, e logo posso sentir nossas testas se tocarem quando Erl sussurra:

"Posso te beijar?" Assinto com a cabeça, claro que ele poderia me beijar.

Eu queria beijá-lo.

Eu precisava do seu beijo, e meu Deus, a respiração irregular de Erling entregava que ele também queria o mesmo com a mesma intensidade.

E quando nossos lábios se encontraram, a sensação era única, era como se existisse apenas Erling e eu, junto do nosso calor, era como se o tempo paralisasse, aquilo tudo parecia irreal.

Seus lábios eram quentes e tão macios. Eu podia sentir sua respiração em meu rosto enquanto meus dedos passeavam por seus cabelos.

Era um beijo quente e envolvente, que durou vários segundos, mas que teve de ser interrompido, não pela falta de ar, mas sim por um telefonema.

O celular de Erling tocava sem parar, e presumo que ele atenderia.

— Desculpe, tenho que atender — ele diz, enquanto nos distanciávamos, quebrando todo contato.

— Sem problema — digo, enquanto vejo o norueguês atendendo o telefone e se direcionando ao jardim do apartamento.

Esse provavelmente havia sido o melhor beijo da minha vida. Eu o amava.

Ele é tão atencioso, educado, um verdadeiro cavalheiro, o homem dos meus sonhos.

Será que finalmente as coisas dariam certo em minha vida?

— Baby, tenho que ir — sou despertada dos meus pensamentos ao ouvir a voz de Erling.

— Vai lá — digo a ele, logo em seguida deixando um leve selar em sua bochecha.

— Te vejo depois — diz ele dando um sorrisinho de lado.

Eu estava parecendo uma adolescente apaixonada. Espero não me machucar novamente.

Eu.
Estou.
Apaixonada.

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