Dream | E. Haaland

Chapter 17

Eu estava extremamente nervosa com tudo isso. Presumia que a conversa com William não seria fácil, conhecendo-o tão bem como o conheço. Podia até imaginar o mini surto que ele teria.

E ali estava eu, esperando o senhor esquentadinho, sentada em um restaurante frio, cheio de imagens que representavam a cultura italiana. Felizmente, o horário era bom e não havia movimento algum.

Então, avistei Ricci entrando pela porta principal do restaurante. Ele estava vestido de forma casual e elegante ao mesmo tempo.

Com passos confiantes, ele caminhou em minha direção e se aproximou da mesa, cumprimentando-me com um aperto de mão. Seu perfume suave e envolvente preencheu o ar, tornando o ambiente ainda mais agradável.

— Desculpe pelo atraso, Katerina. Você sabe como é a minha agenda lotada — ele disse, sentando-se na cadeira em frente a mim.

— Está tudo bem, não tenho pressa — respondi.

— Então, sobre o que você quer falar em relação ao contrato? — ele perguntou, curioso.

Pensei cuidadosamente antes de responder.

— Bom, nós não podemos mais continuar com isso — declarei.

— Certo — William respondeu sem se importar.

— Mas você não vai dizer nada? Não vai surtar? Nem me ameaçar? — questionei.

— Entenda que nem tudo é sobre você, garota. Olhe para si mesma, você está ultrapassada. Ninguém se importa tanto com você como antes. Você está apagada. É melhor correr atrás do seu jogador e tentar a vida de 'WAG' — ele disse, olhando nos meus olhos.

— Mas...

— Na verdade, eu nunca gostei verdadeiramente de você. Eu gostava apenas da fama extra que você me trazia. Mas Liya tem muito mais potencial que você. Se eu soubesse antes, teria investido nela primeiro — ele disse, olhando-me com desprezo.

Isso estava me deixando extremamente irritada.

— E mais uma coisa, um dia a máscara cai. Você fica aí passando a imagem de boa moça, mas, querida, um dia todo mundo descobre quem você realmente é — ele afirmou.

— Olha aqui, William, quem você pensa que é para falar assim comigo? — eu retruquei.

— O cara que te apresentou para o mundo. Isso basta? — ele disse, com um tom de desprezo.

Eu respirei fundo, tentando controlar a raiva que começava a me consumir. Olhei diretamente nos olhos de William, determinada a não deixar suas palavras me abalarem.

— Você pode ter sido a pessoa que me apresentou para o mundo, mas isso não te dá o direito de menosprezar quem eu sou. De qualquer forma, eu chegaria até aqui, com ou sem você — disse, com firmeza na voz.

William arqueou uma sobrancelha, claramente surpreso com minha resposta. Eu sempre havia sido a pessoa calma e complacente, mas dessa vez algo dentro de mim havia mudado. Eu não permitiria que ele continuasse a me diminuir.

— Ah, agora a mocinha aprendeu falar — ele disse com um sorriso sarcástico.

— É o que parece. Eu não sou mais aquela garotinha ingênua que você pensa conhecer. Aprendi a me valorizar e a lutar por mim mesma — respondi, mantendo minha postura.

Ele tentou disfarçar sua surpresa, mas eu podia perceber que minhas palavras o atingiram de alguma forma. Senti uma sensação de empoderamento crescendo dentro de mim, alimentando minha coragem.

— Você acha que pode simplesmente me deixar para trás? Acredite, você nunca encontrará alguém como eu novamente — ele retrucou, sua voz carregada de despeito.