Chapter 13

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— Você quer estragar tudo? Ficou maluca? — William fala me encurralando na parede da sala — Parece que você faz de propósito, Katerina. Como diabos você participa de um podcast e nem me pergunta nada? COMO!!

Eu já estava ficando deveras assustada com a reação do Ricci; ele estava realmente alterado, eu não entendi, realmente não entendia.

— Calma, por favor, eu não falei nada que pudesse te comprometer — digo tentando conseguir espaço.

— Calma, Katerina? "Ah, eu acho que ele não me traiu" — ele diz na tentativa de imitar minha voz, falhando miseravelmente — "mas amigos se amam" que droga. VOCÊ SABE COMO É A IMPRENSA!!

— O QUE VOCÊ QUERIA QUE FALASSE ENTÃO, CARAMBA? FALA, WILLIAM, O QUE QUERIA QUE EU FALASSE — digo o empurrando.

— Qualquer coisa que não me fizesse como o vilão da história ou o namorado infiel — ele diz se aproximando de mim, enquanto tentava se vitimizar.

— Mas é isso que você é — falo em voz baixa com medo da reação do mesmo.

— Como você pode falar isso, eu te ajudei a chegar onde você está, você não passa de uma ingrata, você jogou nossa história no lixo por conta de besteira e agora tenta arruinar minha vida — ele pronuncia essas palavras olhando fixamente para os meus olhos.

"Besteira" tá certo, William — digo ironizando a fala do mais velho.

Ele não responde de imediato, julgo que entende sua culpa.

— Amor, eu sei que eu errei e talvez tenha machucado seu coração, mas eu tentei ser o melhor para você e não há nada que eu possa fazer agora a não ser pedir seu perdão — ele diz pegando minhas mãos e levando para si.

— Perdoar o que você fez é uma coisa, e isso eu posso até cogitar, mas voltar com você é outra bem diferente e está fora de cogitação, "amor" — digo dando um sorriso irônico para o mesmo.

— Eu acredito que possamos ser felizes novamente, somos feitos um para o outro, verdadeiras almas gêmeas, você sabe disso — ele tentava me convencer disso.

— Ótimo, almas gêmeas nem sempre são casais, agora você pode se retirar — digo soltando minhas mãos das dele e o empurrando novamente.

— Você não pode me mandar embora assim — ele esbraveja.

— Ela não só pode como deve — dou um leve sorriso ao ver Erling vindo da cozinha.

— Você estava aqui o tempo todo e ouviu tudo! — o Ricci fica irritado — KATERINA!

— Olá, William, prazer, Erling Haaland — o norueguês diz debochando do italiano, que o ignora completamente.

E eu dou uma leve risada daquela situação.

— É falta de educação tratar mal o coleguinha, Williamzinho — Haaland complementa.

— Garoto, deixa de ser insuportável, eu acabo com sua carreira num instante — ele diz com extrema arrogância.

— Então, tenta, você se diz ser tão importante, mas o engraçado é que eu nunca ouvi falar de você, na Alemanha, nem Noruega, muito menos na Áustria e aqui na Inglaterra só te conhecem graças a Katerina — o norueguês diz sorrindo de leve.

— Eu acho melhor você se colocar no seu lugar, sempre tentando aparecer, entenda que a Katerina não tem o menor interesse em você — o italiano diz tentando causar discórdia.

— Igualmente, ela também não está interessada em você, Kat me disse que enjoou comida italiana — Erling diz sorrindo da cara do mais velho.

— Katerina, manda esse garoto se retirar, por favor — William diz me encarando.

— Manda você, já que é o único incomodado — digo rindo.

— Como assim o senhor quer me expulsar da minha própria casa — o norueguês diz franzindo o rosto.

— Ainda não é primeiro de abril para você ficar inventando mentira.

— exatamente, dia primeiro de abril eu digo que não convivo nessa residência, senhor, e talvez a Katerina até aceite suas desculpas — o norueguês diz, logo me puxando e envolvendo seu braço em minha cintura.

Isso bastou para que William saísse do local.

"Volte sempre", Erling gritou para o mesmo.

— Você viu a cara dele, amor — Haaland diz rindo.

— Erling! Você não presta, querido — digo.
Logo deixando um leve selinho em seus lábios.

— Por mais recompensas assim — diz o norueguês.

— Sua cara nem treme né — digo o empurrando, fazendo ambos caírem na risada.

— Obrigado pela moradia, Kat.

— Palhaço — digo rindo.

— Já que moramos juntos e somos casados, qual será o nome dos nossos filhos? — ele diz debochando.

— Erl, eu te odeio — digo o fazendo rir.

— Você me odiar? Impossível — ele zomba da minha cara.

— E quem te iludiu?

— Eu tenho meu charme, amor, mas sabe de uma coisa? — ele faz uma pergunta retórica e logo continua a falar — mesmo com todo esse charme, eu ainda não consigo tudo que eu quero, isso me deixa irritado, ele sempre faz questão de mostrar para todos que está com você e isso não é justo, pois poderia ser um norueguês ao seu lado em todos esses eventos. Afinal, esse norueguês é atleta, loiro e acima de tudo lindo pra caramba — Erl diz isso como se fosse uma espécie de declaração.

Eu concordava com ele.

— Que fofo, eu te adoro – digo o abraçando e em questão de segundos ele retribui o abraço.

Erling Mexia comigo de tal maneira, sinto que de alguma forma estamos conectados é como se eu estivesse obcecada por ele, eu não conseguia parar de pensar nesse garoto. Eu sei que não estamos namorando ou algo do tipo, mas eu realmente quero que seja lá o que temos hoje evolua e de forma positiva.

— Kat, qual lugar do mundo você gostaria de conhecer? — sou interrompida da minha onda de pensamentos com a pergunta de Erling.

— Acho que a Islândia, dizem que é lindo — o respondo.

— Ótimo, vamos à Islândia!

— Não podemos — falo ao mesmo.

— Por que não? — ele diz franzindo o rosto.

— Só não podemos, pelo menos não agora — digo de maneira seca.

Vejo ele ficar pensativo por alguns segundos, tentando entender o motivo ao qual eu não queria viajar.

— Tudo bem então.

O clima fica um pouco mais leve, e decidimos ficar assistindo a filmes e aproveitando a companhia um do outro. Erling é divertido e faz com que eu esqueça, pelo menos temporariamente, dos problemas.

No fundo, algo dentro de mim começa a se questionar sobre o que realmente quero. A vida de fachada com William não parece mais tão atrativa, e a presença de Erling está mexendo comigo de uma maneira que não sei explicar. Será que é hora de repensar tudo?

Os pensamentos me consomem, mas, por enquanto, prefiro ignorar as questões complicadas. O importante, no momento, é aproveitar o agora e tentar encontrar alguma paz em meio ao caos que minha vida se tornou.

Dream | E. Haaland Onde histórias criam vida. Descubra agora