Chapter 8

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O caminho parecia um pouco mais longo até a casa; talvez seja porque, no fundo, eu não queria ter aceitado tal proposta. Ainda me sentia mal com tudo aquilo; era tão pouco tempo para superar, e ainda envolviam algum tipo de chantagem para eu aceitar. Sinceramente, eu não tive outra escolha. Era pela minha carreira, e de alguma forma, eu queria que eles pagassem por tudo, pois devem estar pensando que irei seguir todos os protocolos.

Ao chegar e adentrar na casa, a primeira coisa que vejo é Ilkay junto de Erling, Phil e outros companheiros de equipe em alguma espécie de competição de vídeo game que pouco me importava no momento. Estava tão distraída que quase esqueço de cumprimentá-los.

— OI PARA VOCÊ TAMBÉM, KATERINA — grita meu primo de maneira irônica.

Volto até a sala para cumprimentá-los.

— Oi, pessoal — digo acenando, recebendo os olhares dos garotos à minha frente que me cumprimentam de volta, saio em direção ao quarto no qual estava durante esses dias quando posso ouvir Erling perguntar a Gündoğan.

— Tudo bem com ela? — pergunta ele, mesmo longe consigo saber que estava preocupado.

— Eu não sei, vou dar um tempo a ela e depois perguntarei — meu primo responde.

Entro no meu quarto, arrumando minha pequena bagagem. Afinal, eu iria voltar por alguns dias à Itália para uma sessão de fotos com a agência. Isso estava nas últimas linhas da pasta que o Ricci me deu.

Não havia colocado muitas roupas, afinal teria que voltar aqui para pegar as outras e voltar definitivamente para Londres, o lugar que eu deveria ter ficado. Mas por algum motivo, me sinto ligada a Manchester. No entanto, isso também tem que ser ignorado.

Eu não tinha muito tempo, afinal, iria pegar voo para Itália hoje. Ricci comprou as passagens de volta para nós dois. Infelizmente, eles já haviam planejado tudo isso, e eu achando que estava conseguindo reconstruir minha vida longe de tudo aquilo. Apenas uma das vezes que os Ricci fingiram que eu seria livre, mas nada importa mais a eles além do dinheiro.

Prendo meu cabelo em um coque, afinal, o meu ânimo para pegar aquele voo, ainda mais com William, era um nível abaixo de zero. Além disso, fingir que está tudo bem definitivamente não é para mim.

Pego a pequena mala e vou saindo casa fora, sem nem mesmo me despedir. Estava atrasada e logo voltaria.

De repente, escuto alguém atrás de mim e presumo quem seria.

— Katerina, tudo bem? — pergunta Erling, segurando meu braço para que eu não pudesse avançar.

— Tudo sim, Erl — minto para o mesmo, mas de uma maneira nada convincente.

— Aonde vai? Por que essa hora? — fala ele, tentando obter respostas.

— Itália — digo sem muito ânimo.

— Sem querer me intrometer na sua vida ou algo do tipo, mas eu tenho que perguntar mesmo que não seja verdade é que meio que você fez um post e eu vi, e lá tinha Itália, e estavam falando que você tinha voltado com o tal do italiano, lá, o seu ex babaca. Com todo respeito, tá, sem querer ofender, caso tenham voltado, mas... — ele continua falando sem parar até que eu o interrompo.

— A gente não voltou — digo com um tom de voz seco — mas afinal, o que aconteceu com aquele cara frio que agora está tão falante? — digo tentando descontrair.

— Eu meio que fiquei nervoso quando vi os comentários do seu post, não me pergunte o porquê, eu realmente não sei — Erling fala enquanto cruza os braços devido ao frio — Espero que corra tudo bem na Itália.

— Obrigado. Até te convidaria, mas você tem vários jogos pela frente — olho para o mesmo e dou um sorrisinho de canto.

— Oh Deus, não me olha desse jeito — diz o mesmo implicando comigo.

— O Ricci acha que a gente tem algo — o comunico rindo.

— Isso é bom, não? — diz ele, piscando para mim.

— Não sei, a gente meio que não tem nada — digo envergonhada.

— Por que você não quer — Erling diz enquanto flerta comigo.

— Você tá flertando comigo? — digo dando um tapinha nas costas do norueguês.

— Não sei, estou? — ele comunica, se fazendo de desentendido.

— Eu já deveria estar no aeroporto, onde William me mandou o encontrar — digo deixando uma expressão nada contente escapar.

— Eu posso te levar — ele se disponibiliza.

— Não precisa, eu não quero incomodar — insisto.

— Por favor — ele me pede até que eu me dou por vencida.

Erling me pede permissão para levar a minha mala. Ele era de fato um cavalheiro, e eu admirava muito isso nele. O jeito que ele me tratava era fofo, e geralmente as pessoas são bem fúteis comigo.

E mais uma vez, ele estava em um Audi branco que eu não vou cansar de falar o quão lindo e admirável ele é. Esse carro era uma maravilha de tão perfeito que era.

Durante o percurso até o aeroporto, conversamos bastante, e as conversas até que eram legais. Eu gostava, assim eu o conhecia melhor. Nem se parecia o mesmo Erling frio que conheci no derby. Ele era uma das melhores pessoas de se conviver.

Cerca de 15 minutos se passam, e finalmente chego no Aeroporto.

Haaland desce do carro para pegar minha mala no porta-malas, enquanto eu pego minha bolsa de lado e me arrumo para descer.

— Bem, aqui sua mala — ele diz me entregando a mesma e dando um sorriso.

— Obrigada de verdade — falo enquanto seguro a mala que o mesmo havia acabado de me entregar.

— Bom, então vou indo. Boa viagem, amor — ele diz piscando para mim.

Eu tenho de concordar que fiquei um pouco tímida. Na realidade, nunca tinha me acostumado com aquele apelido.

— Tchau, Erl — digo o abraçando e logo sinto o mesmo retribuindo o abraço que durou alguns segundos.

Então logo me direciono até o guichê para fazer o tedioso check-in, e logo me deparo com o Ricci.

— Olha, tecnicamente a gente está namorando. Você não pode sair por aí abraçando qualquer cara em um aeroporto cheio de gente — Ricci fala enquanto demonstrava insatisfação.

— Do que você tá falando — digo sem entender em que ponto ele queria chegar.

— Do seu namorado jogador e do seu momento romântico em público — ele diz virando as costas para mim.

Após fazer o check-in, vamos para sala de espera. No entanto, ao chegar lá, o embarque já estava começando, então eu e Ricci nos apressamos bastante. Não poderíamos arriscar perder esse voo.

E para minha infelicidade, eu passaria uma viagem inteira ao lado de William. O que era tediante e irritante. Eu não suportava ele.

Dream | E. Haaland Onde histórias criam vida. Descubra agora