Dream | E. Haaland

Chapter 10

Milão, Itália:

Não que me surpreendesse a ideia daquele babaca estar com Liya; eu só fui pega de surpresa mesmo que não seja muito difícil de se imaginar. Eu não posso dizer que homens são todos iguais, afinal, nenhum ser humano deve ter o azar de ser comparado ao Ricci, tantos diplomas que parecem inúteis quando se pesa com sua inteligência.

Mas isso é o de menos; eles se merecem. Fico até feliz por eles se de fato estiverem juntos. Eu realmente não ligo, nem mesmo me importo.

Nos últimos dias, tenho parado para refletir se eu realmente amei esse homem. Teoricamente, eu nem sequer sei a definição de amor. Eu diria que tudo que tive com William foi no máximo uma paixão momentânea, ocasionada pelo momento. Não vou negar, ele é charmoso e bastante atraente quando quer, e acima de tudo, ele é um ótimo mentiroso. Mas com o passar do tempo, se vai perdendo o interesse, e não é muito legal ter um cara controlador em um relacionamento; isso pode gerar outras proporções.

Eu só queria poder ser livre. Afinal, de certa forma, estou presa a essa família de ignorantes, e nem sequer posso sair e conhecer pessoas novas, diferentes de William. Mesmo depois de tudo que Liya fez, de certa forma, para mim, eu ainda desejo o bem dela. Não quero que passe o que eu passei.

Não, na verdade, eu tenho que pensar em mim. Dane-se a Liya e o William. Quer saber, isso aqui já deu. Eu sou modelo, não atriz. Enquanto eu não impor limites, eu nunca vou ser respeitada por essa família.

Levanto-me da poltrona, olhando aquela bagunça ao redor daquele luxuoso quarto de hotel, quando sou interrompida por Ricci entrando no meu quarto sem nem ao menos bater na porta.

— O que você quer? — pergunto enquanto cruzo os braços diante daquela situação, voltando a olhar para o mesmo.

— Vamos a uma reunião. Você, como minha namorada, deve comparecer — ele diz me olhando nos olhos.

— Hoje não dá — digo dando um sorrisinho. — E outra, peço que não se refira a mim como sua namorada. Atualmente, me parece uma ofensa.

— Primeiramente, eu me refiro a você como quiser, e segundo, você vai sim. Isso não é um pedido, é uma ordem — sinto que isso soa como uma ameaça.

O encaro consideravelmente irritada. Ele com certeza tem o dom de enraivecer qualquer um ao seu redor quando lhe convém.

— Você não manda em mim, e não repetirei novamente — o aviso, tentando manter a calma.

— Temos um contrato! — ele expressa insatisfação, aumentando o tom de voz.

— Sim, temos um contrato, e nele não diz que devo ir a reuniões com você — o respondo sendo o mais transparente possível.

— Mas qual o problema? Você nem sequer tem namorado. O que te impede de fingir isso em uma reunião? — ele se aproxima, de alguma forma me tentando fazer mudar de ideia.

— Quem disse que não tenho namorado, arschloch, hurensohn? — o pergunto.

— Você está blefando. Eu a perguntei anteriormente no dia que assinou o contrato, e você disse que não estava namorando — ele diz rindo.

— Mas não neguei que estivesse saindo com alguém — digo enquanto dou meia volta e sussurro as últimas palavras no ouvido de William.

— Você... — ele fica inquieto. — E aquele jogador, fala que é mentira. Vocês não combinam de nenhuma forma. Ele não te ama de verdade, eu sim, te amo — sinto os olhos dele me fitando enquanto ele diz essas palavras.

— Para você, eu sou apenas a namorada troféu. Então, esse troféu deveria ficar com alguém que realmente é um campeão — digo a ele com a maior confiança do mundo.

— Katerina, não minta para você mesma. Você sabe que me ama — ele diz se aproximando.

— Na verdade, eu nunca amei você, eu só te usei — digo olhando em seus olhos. Por mais difícil que aquilo seja, afinal, nada daquilo era verdade.

— Para com esse joguinho. Você ainda me ama — ele diz já com o ego ferido.

— Você não, mas um norueguês com o nome de Erling Haaland eu amo. Afinal, ele é meu namorado — o que eu tô fazendo? Erl vai me odiar por isso.

— MENTIROSA, sua cara nem treme, né — ele diz tentando convencer a si próprio, o que obviamente estava falhando. Logo após, ele se retira rapidamente do quarto, batendo a porta.

Jogo-me na cama pensando de que maneira vou explicar isso para o Erling. Até porque não tínhamos uma amizade tão forte assim; ele vai me odiar por isso. Mas, tudo bem, eu arrisco tudo para ter o Ricci mordido de raiva longe.

Quando se trata do William, eu sou a Selena Gómez, e ele a Hailey Bieber. Ele é tão obcecado às vezes, sinto até pena. E o pior de tudo é que ele insiste em tudo isso.

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Erling

Eu:
Oie?

Erling:
Oi kat!!
Como vai na Itália?
Tudo bem?

Eu:
Tudo sim e espero que você esteja bem também
Então preciso te falar algo...

Erling:
Prossiga.

Eu:
Bom, no impulso do momento durante uma discussão com o Ricci para que ele me deixasse em paz, eu meio que disse que estávamos namorando.

Erling:
Fica calma, eu vou te ajudar.
Não se preocupe!

Eu:
Por favor, não fique com raiva
Sinto muito por colocar você no meio de toda essa bagunça, eu realmente não queria.

Erling:
Fica tranquila, eu não estou com raiva
Eu nunca ficaria com raiva de você e somos amigos sempre te ajudarei independente da situação.

Eu:
Não vai ser difícil enganar ele.
Só não podemos deixar vazar, até porque já estavam especulando algo por conta da festa.

Erling:
Eu sou o melhor ator.
Eu sou o melhor no que faço :)

Eu:
Sei disso

Erling:
Boa noite, namorada

Eu:
Boa noite

Uma parte tinha sido tecnicamente resolvida, eu já falei hoje que eu odeio os Ricci. Pergunto a mim mesma.