"Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor."

Julie

Durante a semana, o clima entre nós foi uma montanha-russa de emoções intensas e momentos de descontrole. Embora eu tentasse manter alguma racionalidade, a verdade era que, na prática, estava completamente envolvida por ele.

Passamos os dias conversando, tentando entender o que significava a nossa situação atual, e as noites, mergulhados em um desejo quase incontrolável. Dane e eu, sem rodeios, exploramos o que restava da nossa relação, e isso incluía não só as palavras, mas também as ações. Eu sabia que não era fácil lidar com a situação, mas não pude evitar me perder em nossos momentos juntos. Ele parecia entender isso, e suas abordagens intensas me faziam esquecer qualquer lógica que tentasse seguir.

Nosso tempo juntos era uma combinação explosiva de conversas sinceras e momentos ardentes. Ele me fazia sentir cada toque e cada beijo de forma tão intensa que era impossível não me deixar levar. Se durante o dia discutíamos sobre os problemas, à noite a tensão se transformava em uma paixão avassaladora. As paredes do apartamento ecoavam com nossos gemidos e risadas, e a cama, agora um campo de batalha entre o desejo e a necessidade de compreensão, se tornava o centro das nossas atenções.

Era como se, em cada toque, cada beijo, tentássemos redimir tudo o que estava perdido. Eu tentava ignorar a dor que sentia por trás das mentiras e os medos, me entregando ao prazer que ele me proporcionava. Dane, por outro lado, parecia se esforçar ao máximo para fazer com que cada momento fosse memorável, compensando suas falhas com uma dedicação intensa.

Às vezes, depois de uma noite particularmente tumultuada, eu ficava deitada ao seu lado, tentando processar tudo o que havia acontecido. Ele, muitas vezes, adormecia ao meu lado, deixando-me com os pensamentos correndo soltos. Eu me perguntava se esse comportamento, embora prazeroso e intenso, estava me levando para algum lugar saudável ou se estava apenas escondendo a dor que ainda precisava ser enfrentada.

Durante o dia, os momentos eram mais calmos, e as conversas se tornavam mais racionais. Tentávamos planejar o futuro, discutindo o que fazer a seguir, mas as lembranças das noites anteriores frequentemente surgiam entre uma discussão e outra. No fundo, eu sabia que não podia continuar assim para sempre, mas, por ora, aproveitava o que podia.

Não sou de ferro, e ele, bem, era meu marido, então, de certa forma, aproveitava a intensidade que ele me oferecia. Era uma forma de escapar das verdades duras e da realidade que nos aguardava. É claro que, no fundo, sabíamos que tudo isso era uma tentativa de consertar algo que estava quebrado, mas, no momento, deixávamos a paixão falar mais alto.

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Algumas semanas depois...

A campainha toca, e eu corro para atender, surpresa ao ver Marie na porta. Tinha deixado claro em minhas mensagens que não queria mais nada com Jason, então não esperava vê-la aqui.

— Pois não? Posso ajudá-la? — pergunto, tentando esconder a surpresa.

— Posso entrar? — Marie pergunta, e seu tom de voz mostra que está bastante nervosa.

Aceno com a cabeça e dou espaço para ela entrar. Assim que Marie entra, fecho a porta e me viro para ela, que parece hesitar por um momento antes de falar.

— Eu queria explicar algumas coisas para você, sobre meu casamento com Jason — ela diz, começando a chorar.

Respiro fundo, sabendo que o que está prestes a dizer pode ser um desafio para minha paciência, mas vejo o desespero em seus olhos e decido ouvir.

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