"Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós."
Julie
Dane teve alta ontem e decidiu trazer Amber para nos visitar. Eu sei que não deveria ter ciúmes de uma criança, mas sinto isso com uma intensidade que não consigo controlar. Amber é uma menina adorável de apenas um ano, e, mesmo sabendo que é irracional, não consigo evitar me sentir insegura. Tenho medo de que ele possa preferir a ela ao invés de nosso filho. Dane é um pai incrivelmente atencioso com os dois, e o carinho que ele demonstra é palpável.
Quando Amber me olha com aquele olhar angelical, sinto um desconforto crescente e decido me afastar. Corro para a cozinha, tentando encontrar um momento de solitude.
— Amor, qual é o problema? Me conta — Dane pergunta, a preocupação em sua voz.
— Me deixa sozinha, por favor, Dane. Só preciso de um minuto para mim — peço, a voz trêmula.
— É a Amber? Se não conversarmos, não vai ser fácil para o nosso casamento dar certo, ainda mais agora que estamos tentando recomeçar. Passamos por tantos momentos juntos, confie em mim e desabafe.
Sinto uma dor no peito ao tentar colocar meus sentimentos em palavras.
— Ok, é que... eu sei que parece uma idiotice, mas tenho ciúmes da Amber. Pronto, é isso. Às vezes, me pergunto se você realmente não é o pai dela, se amou a mãe dela, se ainda pensa na falecida, se vai desvalorizar nosso filho por causa dela.
Dane me olha com uma expressão de frustração misturada com ternura.
— Amor, olha só a bobagem que você acabou de dizer. Eu sou o pai de Amber em todos os sentidos. Amo-a como se fosse minha, pai é aquele que cria, não o que faz. Posso não ter o mesmo sangue que ela, mas daria minha vida por ela, assim como daria pela nossa criança. Meu coração pertence a vocês todos, minha linda.
Nesse momento, Amber entra na cozinha e pede colo do pai, chamando-o com um doce "Papa". Sinto um aperto no peito e decido me afastar.
— Bem, vou deixá-los sozinhos. Com licença — digo, tentando manter a voz firme.
— Julie, não vai, por favor, fica... — Dane tenta me impedir, mas eu já estou correndo para o quarto do nosso filho.
Chego ao quarto, olho para o berço e vejo nosso pequeno adormecido tão tranquilamente. Um sorriso se forma em meu rosto ao ver aquele ser que saiu de mim, um verdadeiro anjo. Sento-me na cadeira ao lado do berço e acabo adormecendo ali.
Desperto com um cutucão e vejo Marie ao meu lado.
— Oi amiga — ela diz, com aquele brilho de sempre, elegante e cheia de vida.
— Oi, Marie. O que você está fazendo aqui a esta hora?
Marie sorri e me explica:
— Estava passeando com um Deus grego quando Dane me ligou, disse que você poderia precisar de uma conversa. E aqui estou, amiga. É para isso que servem as amigas.
Corro para abraçá-la, o alívio me inundando. Começo a chorar, e entre soluços, conto a ela todos os meus medos. Vejo que ela também tem os olhos marejados, e o sorriso que ela me dá é cheio de compreensão.
— Sabe, eu entendo você. Essa situação é nova e desafiadora, especialmente depois de vocês terem reatado depois de tantos problemas. É natural ter medo de que tudo possa desaparecer de repente. Mas pense comigo: não é melhor viver com esse medo do que não viver nada?
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Tudo por Amor
RomanceVocê pode apagar o passado, mas esquecer não vai te salvar da dor que vem depois. Julie perdeu tudo e, na tentativa de se reconstruir, ela se depara com Jason, um homem que desafia suas resoluções. Em um casamento sufocante, Jason também busca uma f...