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"Ah o amor... que nasce não sei onde, vem não sei como, e dói não sei porquê."


Julie

Saio pela manhã em busca da bendita fralda que Dane esqueceu de comprar. O supermercado está quase vazio, e a manhã parece gloriosa, não fosse pela sensação constante de estar sendo seguida, vigiada.

Olho ao redor, mas não vejo nada fora do comum. Quando me aproximo da saída, algo chama minha atenção: um homem vestido completamente de preto, com chapéu e óculos escuros. Ele remove os óculos, revelando olhos verdes penetrantes e uma cicatriz que desce do olho esquerdo até a boca. Seu sorriso, com um aparelho visível, me causa um arrepio de medo. Ele me acena antes de sair correndo para longe. Esse homem me lembra alguém, mas a lembrança não vem de imediato.

Jogo esses pensamentos para o fundo da mente e sigo para o caixa. Coloco a sacola no banco de trás do carro, puxo o celular do bolso e ligo para Dane.

— Oi amor, o que aconteceu? Por que a demora?

— Dane, é muito engraçado você dizer isso agora. Parece que ninguém se habilita a ajudar. Para reclamar, só ouço reclamações, e eu realmente não estou no clima para brincadeiras.

Ele gargalha, e tenho que afastar o celular do ouvido. Sério, ele tem uma gargalhada ensurdecedora.

— Já estou indo, acabei de entrar no carro. Só liguei para dizer que te amo muito.

— Por que isso agora, amor? O que está acontecendo?

— Eu acho que tem alguém me seguindo.

— Entre no carro e venha correndo para casa, por favor. Apenas mantenha a calma.

— Ok, estou indo.

Desligo o celular e coloco o cinto, aliviada por não ver mais o homem. Ele deve ter ido embora. Coloco a chave na ignição, mas, de repente, algo gelado é pressionado contra minha bochecha. É uma arma.

— Olha só, a putinha ligou para o detetive idiota. Acertei em cheio ao me esconder no seu carro.

— Quem é você? Por que está fazendo isso? Como sabe do meu marido?

Ele ri alto, e sua voz é carregada de crueldade.

— Garota, você faz muitas perguntas para o seu tamanho. Fique calada e dirija.

— Tamanho não é documento, seu imbecil.

Grito quando ele pressiona a arma contra minha pele.

— Ok, entendi. Vou ficar calada, só não atire.

— Acabar com a diversão de ver Dane desesperado por você? Nunca, querida. Agora, dirija e cale essa boca.

Começo a dirigir devagar, com a esperança de que Dane venha me socorrer. Esse homem é um pesadelo.

Quando fico nervosa, meu filtro desaparece e solto uma das minhas pérolas sem querer.

— Você deve ser o imbecil do Igor, não é mesmo?

Em vez de ficar bravo, ele ri, o que é bem diferente do que eu esperava.

— Olha só, a gracinha me conhece. Sou eu sim, belezinha. Que bom finalmente poder falar contigo. Quer saber de uma coisa bacana? Vou te matar na frente do seu marido. Ele vai morrer depois também, mas antes, vou te torturar aos poucos, te mostrar que minha fama de maluco é real e recuperar algo que me pertence.

Penso rápido: não posso deixar que ele me torture nem chegar ao Dane. Freio o carro com brusquidão. O idiota vai parar de encontro ao vidro dianteiro. O airbag se aciona instantaneamente, meu nariz sangra com o impacto enquanto tento me desvencilhar para sair do carro.

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