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"Amo-te como se amam certas coisas obscuras, secretamente, entre a sombra e a alma."


Julie

Olho ao redor e vejo o caos total. Lágrimas escorrem pelo meu rosto enquanto meu amor é socorrido pela ambulância. Segurando meu bebê pequeno no colo, sinto um vazio profundo. O desespero me consome. Após ter levantado e socado a vadia que baleou meu marido, a dor parece não me afetar mais.

Corro em direção à ambulância, ignorando os olhares e as pessoas ao meu redor. Me enfio entre os paramédicos e agarro a mão de meu marido, tentando transmitir toda a minha força e amor.

"Amor, aguenta firme por nós, por favor. Eu te amo!"

Um enfermeiro tenta me afastar, segurando meus braços com firmeza.

— Senhora, por favor, afaste-se. É perigoso, há risco de infecção. A outra ambulância a levará para a maternidade.

Ele tenta me tirar do caminho, mas eu o encaro com fúria.

— Escuta bem, garoto, presta atenção no que eu vou dizer. Aquela vadia caída no chão? Ela foi quem atirou no meu marido, pai desse pequenino. Depois de ele ter feito meu parto, eu a joguei no chão, bati a cabeça dela contra o piso duro, deixei ela desmaiada. E sabe por quê? Porque dane-se todo mundo. Meu marido foi baleado e eu vou ao inferno ou aonde for atrás dele. Não me impeçam de entrar, acabei de dar à luz e estou furiosa. Vou segurar a mão dele e ninguém vai me parar, entendeu? Não me importo com infecção ou qualquer outra merda!

Os enfermeiros se entreolham, assustados e hesitantes, mas acenam em concordância, compreendendo a seriedade da situação.

Digo para Marie ir para casa, dizendo que eu vou ficar bem. Ela acena e segue com John para o carro. Com a raiva e a adrenalina tomando conta, sigo em frente, determinada a estar ao lado de meu amor e garantir que tudo fique bem.

Marie

Entro no carro com John, o cheiro do seu perfume inebriante me envolvendo. A tensão ainda paira no ar, mas há algo de intrigante na maneira como ele tenta manter a compostura enquanto dirige.

— Uau, você é ainda mais cheiroso agora que estamos tão perto — digo, deslizando para o assento ao lado dele e deixando que meu sorriso sedutor apareça.

John dá uma olhada rápida para mim, sua expressão misturando desconforto e um leve sorriso. A adrenalina da situação faz o ambiente parecer carregado de energia, e eu estou decidida a aproveitar ao máximo.

— Você realmente sabe como deixar a tensão mais... interessante — ele comenta, tentando descontrair enquanto mantém o foco na estrada.

— Ah, isso é só o começo — respondo, brincando com a alça da minha bolsa e lançando um olhar desafiador.

O carro avança rápido, a estrada passando em um borrão enquanto eu me deixo envolver pelo perfume de John.

Julie

Dois dias se passaram e aqui estou, enfiada nesse hospital, sem conseguir sequer entrar no quarto. Os médicos me barraram por causa do bebê, e eu estou aqui, contando os minutos para que ele saia do coma. Torcendo fervorosamente para que sua recuperação seja rápida e que possamos deixar esse lugar logo.

Finalmente, consegui tomar a medicação e estou na cama de recuperação. Meu pequenino está indo bem para um prematuro, com todos os exames necessários realizados. Estou na cama, entediada além da conta.

— Senhora, sou o detetive Luke e este é meu parceiro Gabe. Estamos investigando toda essa situação e precisamos conversar com você para obter algumas informações finais — diz o detetive, entrando na sala.

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