"É tão absurdo dizer que um homem não pode amar a mesma mulher toda a vida, quanto dizer que um violinista precisa de diversos violinos para tocar a mesma música."


Julie

Acordo mais um dia, me sentindo linda e poderosa, pronta para enfrentar o mundo, mas com um leve enjoo.

— Ah, filhote, um pouco de colaboração aqui, por favor. Deixe a mamãe acordar sem esses desconfortos, prometo que vou providenciar um café da manhã digno de um rei para você.

Sim, eu converso com a minha barriga. Tenho certeza de que ele vai me ouvir. Se ele for teimoso como o pai, tenho que começar a negociar logo. E lá vou eu, correndo para o banheiro e vomitando a alma, porque hoje definitivamente não é um bom dia para receber visitas.

Depois de um banho longo e revitalizante, coloco minha roupa de exercício, tomo um café da manhã leve e sigo para a pracinha para me alongar.

Vejo de longe meu marido correndo sem camisa, com fones de ouvido. Ele me vê e alarga o sorriso.

— Oi, princesa! Que bom que já acordou!

— Olá, Dane. O que faz por aqui tão cedo?

— O mesmo que você, preciso manter-me saudável.

Analiso o corpo todo dele.

— Pelado assim?

— Eu costumo correr sem camisa. Isso não é estar sem roupa, querida.

— Ah, claro, exibindo os gominhos para as assanhadas de plantão. Está querendo chamar atenção?

— Espera aí, você está com ciúmes, linda?

Ele tem a cara de pau de sorrir para mim, seu idiota.

Abaixo-me para alongar o corpo.

— Já viu o tamanho do seu shorts? Não fica bem para uma mulher grávida usar.

Sério, ele está todo pelado e ainda quer criticar minha roupa?

— Eu estou com roupa normal de exercícios, ao contrário de você. Estou comportada e não estou piscando para as mulheres que passam.

— Claro, super normal. O Papai Noel existe também, né?

Ele rosna, me encarando a centímetros da minha boca. Ah, que vontade de beijá-lo.

— Sério que vamos discutir por causa da roupa?

— Você que começou. Eu só comentei. Antes que me diga mais alguma de suas pérolas de sabedoria, que tal fazermos algo mais produtivo na cama?

Como ele consegue ser tão irresistível e tão idiota ao mesmo tempo?

Bufo irritada e sigo meu caminho frustrada, dando uma olhadinha para trás e notando que ele não está me seguindo. Procuro e vejo que ele está conversando com uma morena quase nua e uma ruiva de bunda enorme. Sério, precisa se vestir assim só para dar uma caminhada?

Volto até ele, é, eu sou maluca, ciumenta e não me importo de estrangular umas vadias.

— Amorzinho, vamos para casa. Já estou cansada dessa caminhada, preciso me aninhar em seus braços e o bebê está odiando esse sol infernal.

Faço meu bico inocente, passando as mãos sobre a barriga e lanço um olhar desafiador para as meninas que sorriem sem graça. Elas pedem licença e se afastam. Isso mesmo, sou eu quem manda aqui, suas vagabundas.

— Claro, querida, vamos para casa... e depois você diz que não é ciumenta.

— Babaca convencido, arrogante.

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