Moonlight - Wenclair G!P

Capítulo três

P.O.V – Enid Sinclair

Guardei os relatórios na gaveta ao perceber a presença de Sam no ambiente com dois copos do Starbucks mas mãos e seus lindos cabelos cacheados cheios de gel.
Samuel Lameda era meu melhor amigo junto de Yoko desde o colegial, eles me ajudaram muito quando a minha família me rejeitou por ser lésbica, o ruivo é gay e Yoko é BI, somos o próprio arco-íris.

- Trouxe café, mesmo sabendo que isso é trabalho do Stiles, aliás cadê ele?- Colocou meu café com chantilly sobre a mesa e a porta foi aberta por um homem descabelado, com a gravata mal amarrada e a camisa social toda amassada.
- Falando no diabo...

- O trânsito está impossível!- Franziu o rosto e pegou o café da mão de Sam.

- Ei! Tá escrito otário na minha testa?

- Você quer que eu responda?- Ri me levantando.- Meninos eu chamei vocês aqui porque ficarei fora por tempo indeterminado.

- Finalmente vai dar palestras motivacionais sobre a dificuldade de ser uma lésbica rica?- Dei o dedo do meio para Sam.

- Não, está entrando em ação o plano Terra arrasada.- Sorri espalmando as mãos sobre a mesa.
- Que consiste em tentar seduzir Wednesday Addams até ela me dar o que eu quero...

- Sexo selvagem sem pausa?- O ruivo sugeriu e o moreno teve uma crise de riso.

- Suas terras, engraçadinho.

- Que gay pistoleira.- Stiles tomou um gole do café.- E o que te leva a pensar que ela gosta da fruta?

- Por que ela é divorciada.- Levantei a sobrancelhas.- Addams já foi casada com Rachel Roth.

- Aquela veterinária famosa? Eu queria ser ela, que mulher caliente!- Stilinski riu.

- Tá e como é que ficam as coisas aqui? Se você esqueceu, você é a principal administradora da construção do Brooklin.

- Vocês vão assumir meu lugar, vou pagar o triplo do salário de vocês.- Me levantei da cadeira e fiquei entre os dois.

- Não acha que vamos tacar fogo no seu escritório?- Assenti.

- Contanto que não comam um ao outro na minha mesa...- Lancei um olhar intimidador.- O que eu descobrirei se acontecer, estará tudo bem.

Sai do prédio pouco antes de meio dia, a uns dias atrás conversei com a diretora Weems e a subornei para fingir que trabalho lá e principalmente, para ela me chamar de Amber Swan.
Eu já tinha entrado em contato com alguns esquemas de falsificação e fiz documentos falsos para qualquer emergência, fora que fui com Yoko comprar roupas mais humildes para não ficar tão na cara a mentira.

Andei até o metrô me julgando mentalmente por ter que passar por isso, mas eu ia até o fim para provar para eles que eu posso sim ser uma filha útil! Que eu posso ser muito mais do que eles esperam!

Quando cheguei na escola vi que tinha tempo para trocar de roupa, coloquei o uniforme e tirei a maquiagem do meu rosto; Assim que comecei a limpar o corredor quis me matar ali mesmo, onde eu estava com a cabeça?
Depois de limpar janelas, esfregar SANITÁRIOS e limpar alguns acidentes das crianças, joguei água pelo corredor e quando fui secar escorreguei caindo de bunda no chão.

-  Forma esquisita de secar o chão.- Escutei uma voz conhecida e olhei para cima vendo os castanhos mais hipnotizantes do mundo.

- Oh senhorita Addams, me perdoe eu, me desculpe eu...- Me levantei e limpei as mãos na calça.

- Me chame apenas de Wednesday, e não veio o porque de se desculpar, eu que estou atrapalhando seu serviço...- Tirou as mãos do bolso.

- Veio buscar seu sobrinho?- Ela negou.

- Se eu passar mais um dia com Louis a mãe dele infarta de saudades.- Sorri observando seu rosto, não ia ser sacrifício nenhum fazer esse trabalho.

- Que horas são?- Ao olhar para a janela de uma das salas vi que já havia escurecido.

- Já passou das 19 horas.- Arregalei os olhos.

- Oh meu Deus, não brinca!- Coloquei as coisas no carrinho.- Tenho que trocar de roupa, já deu meu horário.

- Posso esperar você? Quem sabe te dar até uma carona.- Essa era a oportunidade perfeita.

- Seria ótimo.

Ao abrir o armário, percebi que minhas roupas eram todas de marca e como em um estalo lembrei do armário de Yoko no final da sala, peguei dois grampos que prendiam meu cabelo e finquei no cadeado.

- Obrigada mãe por trancar meu celular dentro da gaveta do seu escritório.- Ri destrancando o cadeado.

Vi algumas roupas mas escolhi as mais surradas, vesti uma calça jeans e uma camiseta preta, peguei meus tênis da Adidas branco e o sujei com  a água suja do balde, me amaldiçoei mentalmente.
Sai da sala com sem meu celular, eu sei que pessoas pobres tem celular mas não um iPhone x, isso poderia me entregar.
Ela me levou até sua picape em meio a uma conversa interessante sobre o clima e de como o frio iria vir mais cruel que nunca nesse ano.

- E então? Para onde vamos?- Ligou o veículo e escolheu uma música no rádio, reconheci a melodia na hora.

- Nirvana? Bom gosto...- Sorri fraco e ela assentiu.- Vamos para a Delmond Street, 12.

- As suas ordens madame.- Arrancou com o carro cantando pneu.

A viagem era encantadora, as luzes dos prédios e dos carros sempre puxaram minha atenção. Assim como “Where did you sleep last night?” começou a tocar, Wednesday se remexeu desconfortável em seu assento, achei melhor intervir.

- Posso?- Me olhou amigavelmente e eu peguei o celular pesquisando uma música.

“Shape of you” começou e Wednesday colocou seus castanhos intensos sobre minha pele, eu podia sentir arder de tão intenso era sua atenção sobre mim, ao olhar pelo meu retrovisor vi que minha teoria estava correta.
Estacionou em frente a um prédio bem acabado, era aqui que a mãe de Yoko morava, eu havia comprado o apartamento mais cedo com tudo que tinha dentro.

- Você não vai entrar?- Ela perguntou curiosa pois eu estava a alguns minutos olhando para o edifício.

- Não imaginei que minha desgraça era tanta.- Sussurrei.

- Como é?- Ouvi ela rir.

- Não é nada, você não vem? Posso preparar algo para comer.- Observei Addams e ela pareceu surpresa com o convite.

“Vou caçar uns ratos e preparar, pelo jeito é o que tem aqui” pensei.

- Só quis garantir que chegasse em segurança.- Falou gentilmente.- Até outro dia, Amber.

Toquei a sua mão que descansava sobre a marcha e dei um beijo na sua bochecha antes de descer do automóvel, entrei no prédio sem olhar para trás.