Estava um clima estranho na casa, Maya acreditava que pelo recém ocorrido, estava com vergonha de conversar com Richarlison agora. Mas estava deitada ao seu lado mexendo em seu celular.
- May? - Sim? - Não quer conversar? - Maya colocou o celular na cama antes de se virar para ele, Richarlison encarava o teto.
- Você quer? - Talvez eu queira. - O que você quer saber? - O seu ex namorado.. - Maya se sentou na cama, Richarlison continuou deitado mas agora seu olhar estava fixo nela.
- Eu conheci ele quando tinha em torno dos meus quatorze anos, gostei dele de primeira mas ele nunca me deu moral.. viramos amigos e mais importantes, confidentes.. quando fiz dezenove ele começou a me dar moral de volta e caralho, era minha chance, sabe? - Richarlison assentiu para ela mesmo sabendo que não precisava.
- Namoramos três anos, como ela disse, mas era estranho, nunca me sentia confortável com ele, não porque eu era virgem, já tinha acontecido com outras pessoas.. as vezes quase íamos mas aí eu desistia, ele ficava bravo pra cacete.. em um desses surtos dele, acabou assumindo que me traiu, mas o que eu podia fazer? Se eu não fazia o que uma mulher de verdade fazia, alguém tinha que fazer..
- Mas, Maria me aconselhou e terminamos um mês depois. - Silêncio.
- Olha, sei que disse aquilo para minha mãe porque já era humilhante demais, mas eu juro pra você que vou te entender se não quiser mais nada depois daqui e.. - 'Tá louca, Maya? Era tudo verdade o que eu disse e você não precisa se sentir culpada. A não ser que você não goste de mim.
- Sabe que eu gosto, geralmente até mais do que eu deveria.. eu percebi isso lá embaixo.. quando disse à ela o que era amor.. também descobri que amor é tudo que você já fez por mim.
O homem sorriu segurando o rosto de Maya e trazendo contra si juntando seus lábios em um beijo calmo, a mulher buscou mais contato quando passou suas pernas por Richarlison ficando por cima dele.
- Sei que a gente prometeu calma mas tem uma coisa que está me consumindo aqui, Maya. - O quê? - Perguntou afastando um pouco o seu rosto do dele. - O sentimento de te amar tanto e não saber se é recíproco.
- Pois pode parar de consumir, todo amor que você sente é recíproco e em dobro.
Richarlison se sentiu feliz e aliviado, era reconfortante saber que um sentimento era recíproco. Sem saber o que dizer agora, sua única ação foi juntar seus lábios novamente.
(...)
- Temos mais uma tarde aqui, nosso vôo é as dez.. o que você quer fazer? - Richarlison questionou Maya enquanto ela servia um pequeno prato de café da manhã para ele.
- Quer conhecer minha irmã? - Adoraria conhecer minha outra cunhada. - Outra? - Vou contar a Maria que se esqueceu dela aqui.. - Eu ri.
- Nunca, impossível até. - Maya riu. - Mas voltando, faz tempo que eu não vejo ela, e queria te apresentar à ela também. - Me sinto honrado por estar sendo apresentado à sua família. Espero te apresentar à minha também.
(...)
- Manu.. - Maya avançou no pescoço de sua irmã para poder a abraçar - May.. meu Deus, que saudades.
- Então é verdade.. - O quê? - Está mesmo com o jogador da seleção.
Apontou para Richarlison que estendeu a mão para ela, a mulher retribuiu.
- Entrem! - Manuela liberou espaço para que Maya e Richarlison pudessem passar.
Quando se sentaram no sofá Maya foi a primeira a quebrar o silêncio.
- Cadê o Manuel? - Quem é Manuel? - Meu sobrinho. - Vocês tem alguma regra com a letra "M" ? - As duas irmãs riram.
- Pura coincidência. - Não vou me assustar se algum dia tivermos um filho e você quiser um nome com essa letra. - Isso fez Maya rir mais ainda.
- Manuel está dormindo.. Mamãe esteve aqui. - As pernas de Maya estremeceram, Richarlison segurou sua mão em uma tentativa de acalmar ela.
- Foi um pouco radical. - Ela fez primeiro. - Não estou falando sobre expulsar ela de casa, sobre a arma.. nunca fui a favorita de nenhum dos dois.. - Papai te amava muito também. - Não minta, mas eu acho melhor devolver a arma pra polícia.. sei que ela deu problemas, irreversíveis, mas você sabe, May..
- Sei.. mas você também não deveria esquecer que ela te expulsou de casa e ia fazer igual.. ao invés de defender ela. - Estou do seu lado, você sabe. - Maya iria refutar, mas ouviu uma voz de bebê.
- Posso ir? - Questionou, sua irmã apenas assentiu, a mulher se levantou em direção ao quarto.
- Ela te contou do Matheus, não foi? - Como sabe? - Ela fica toda sensível.. cuida dela. - Sempre vou cuidar da Maya, isso não é nem coisa que diga. - Mas Richarlison se calou quando ouviu a mulher chegar.
- Manuel, Richarlison, Richarlison, Manuel. - Apresentou com a criança de quatro anos em seus braços mexendo em seus cabelos.
Richarlison sentiu sua barriga revirar, nunca havia visto Maya com uma criança antes, e era lindo, o jeito que seus olhos brilhavam, que seu sobrinho olhava para ela também.
Era horrível entrar no pensamento dele que alguém já havia machucado uma mulher daquelas.. porque como mulher dele, ela era intocável.
Maya se sentou ao lado dele no sofá, e a criança começou a falar..
- Ele é o pombo. - Manuel tem uma camisa dele. - Richarlison pegou a criança em seu colo vendo ela o abraçar.
- Sou.. - Manuel não parava de sorrir em instante algum. - O que você acha de irmos naquele parquinho e jogarmos um pouquinho antes de eu ir?
O menino concordou fervorosamente fazendo sua mãe rir, assim como Maya, Richarlison se levantou com ele em suas costas seguindo em direção à porta.
- Ele é maravilhoso pra você, May, estou tão orgulhosa. - Eu amo ele.. não tenho dúvidas. - Ele te ama também, dá pra ver, você merece isso, merece deixar tudo para trás. - Amo você..
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Estou toda feliz com eles.
Minha criatividade tá travando já, odeio bloqueio criativo.
Eu fiz manutenção no aparelho ontem e a dor é um porre, por issonãopostei.
