Revenge ✮ hes

4.1

Levanto-me ao máximo sem fazer barulho. Harry continua a dormir no sofá, desde que fizemos sexo.

Não consigo dormir. O meu cérebro diz que isto não está certo o que fizemos, mas o meu coração diz que fiz bem.

Eu estou aqui com quem amo.

Caminho procurando a minha roupa pela sala, e encaminho para a casa de banho.

Espero que ele não se importe que tome um duche.

Coloco shampo no meu cabelo e gel em todo o meu corpo. A minha mente vagueia por tudo o que aconteceu.

Quanto mais eu quero vingar-me mais rápido perco o apetite de o fazer. Tanto relembro as coisas más que me traz raiva mas também relembro das coisas boas passadas com ele.

O duche dura 5/10 minutos. Poderia estar aqui mais tempo mas sinto-me a caminhar por sítios proibidos.

Desligo a água e saio. Pego numa toalha e seco ao máximo meu cabelo. Limpo o meu corpo e visto a minha roupa.

Olho-me ao espelho e reparo no quanto eu mudei durante este ano, melhor, no quanto as pessoas me mudaram .

Eu não quis mudar, eu gostava de ser como eu era, mas as mentiras, as traições mudam sempre uma pessoa.
Uma lágrima escorre no meu rosto seco e deixo-a cair. Não a limpo. Sucessivamente caem mais, deixando transparecer a menina frágil que era antes disto tudo.

Eu perco no tempo, perco quando eu penso no passado e no futuro que queria para mim.

Eu limpo o meu rosto mais uma vez e respiro fundo antes de sair da casa de banho.

A minha barriga ronca com a fome. Desde da manha que não comi nada.

O beijo com o Harry, o Josh numa cama de hospital, o Louis que descobriu o meu pequeno segredo, o meu pai... todo o dia foi esgotante para mim, deixando-me sem vontade de comer.

Mas agora toda a energia esgotada tem de ser reposta.

Faço o mínimo de barulho, tentando não acordar Harry, que dorme como um anjo no sofá e encaminho-me para a cozinha.

Eu abro devagar o frigorífico e nada. Não há comida nem algo de género. A mesma coisa acontece com todos os armários.

Algo alerta-se no meu cérebro. Ele tem comido algo em condições?

O que vejo é só os utensílios da cozinha, mais nada. Nem uma peça de fruta.

Eu dou a volta com o meu olhar na cozinha toda, até que algo me chama atenção. A porta que era utilizada só pelo Harry, está entreaberta.

A minha curiosidade volta. E sempre me questionei o que tinha por detrás daquela porta castanha.

De volta ao apartamento onde perdi toda a minha inocência com a pessoa que amo.

Harry mandou-me estar aqui até que ele chegasse. Pelo seu tom de voz algo me dizia que não era coisa boa, mas a minha curiosidade tem de ficar para outro momento. Não me quero chatear com ele, mais uma vez.

A nossa relação é de tipo amor-ódio. Tanto ele me diz que me ama e me envolve nos seus braços, tanto que seguida, está a discutir comigo e a sair de casa para esquecer todos os problemas.

Mas não é só ele que tem problemas. Ele tem que entender que para além de nós, existe o mundo lá fora.

Eu gosto quando entramos na nossa pequena bolha, só nós, sem pai por perto, ou até mesmo sem Katherine e amigos e não digo o contrário. Tanto os nossos problemas nos afasta como nos envolve ainda mais um no outro.