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"Menina vou às compras, quer algo?" perguntou Clarisse, a empregada de meia idade. Ela viu-me crescer. É como se fosse uma avó para mim.

Vejo as horas e já eram 5pm. É sempre a esta hora que ela sai para ir comprar carne ou peixe e legumes frescos para o jantar.

"Não quero nada, obrigada"

É isso! Só ela me pode ajudar. Faltam 10 minutos para ela sair de casa. Ela é sempre pontual. Começo a correr em direção à casa.

Só naquela casa, ela é a única em quem confio.

Pouco tempo depois, já me encontro perto de casa. Vejo-a a sair do portão de casa indo em direção à mercearia a 15 minutos daqui. Ela vai sempre a pé e sozinha. Já tenho a minha oportunidade.

Corro novamente, já sem forças. Chego à beira dela e toco-lhe no braço. Clarisse dá um salto com o susto e vira-se, mandando-me com a sua mala no braço.

"Au" Queixo-me. Ela olhou-me admirada "Vivian?!"

"Agora é Victoria"

"M-mas tu não tinhas-"

"Morrido?" interrompi-a "Mais uma mentira do meu pai" asseguro-lhe. Ela mexeu no meu cabelo. Está pasmada. "O que fizeste ao cabelo?!" Abanou de forma negativa a cabeça, devido ao meu ato de mudar a cor de cabelo e ainda por cima rosa. Isto culpa da Gemma, que decidiu pintar dessa cor! Foi completamente radical o que me fizeram. Nunca fui assim, mas o tempo e os acontecimentos mudam uma pessoa.

Clarisse abraçou-me e eu retribuo, "Preciso da sua ajuda" peço sem rodeios, enquanto estamos abraçadas "Preciso de entrar ali" Aponto para a casa onde reside o meu pai.

"Porquê que não volta, menina?" Nego "Não posso voltar, não agora que a minha cabeça está a mil... Eu fugi por não querer voltar. Toda a gente pensa que eu estou morta, não posso voltar de um momento para o outro... e-é também tenho motivos para não querer voltar" argumento baixando a cabeça.

"Eu não compreendo, mas respeito a sua decisão. Anda" Agradeço manualmente por Clarisse não questionar mais nada. Clarisse voltou novamente atrás indo a casa novamente, mas desta vez entramos pelas traseiras da casa. "Tome" Deu-me o seu chapéu para esconder a minha cara das câmaras.

Pouco depois já estou dentro de casa. Nada de seguranças por agora e com certeza que irei aparecer nas câmaras mas isso é um dos mínimas dos meus problemas, comparado a tudo que passei e que vou passar.

Abro a porta do quarto, onde passei a maioria do tempo e de imediato começo a procurar as coisas que preciso. Abro o guarda-vestidos e tiro de lá a pequena mala, meto-a em cima da cama e abro-a. Corro de imediato buscar roupas e calçado e atiro para dentro da mala, sem me preocupar com a roupa. Em seguida abro uma gaveta da minha secretária e retiro de lá os meus óculos e telemóvel suplente com um novo cartão SIM.

"Guarde na mala, por favor" peço a Clarisse, entregando-lhe as coisas para a mão.

Olho rapidamente a parede lilás do meu quarto, onde vejo o quadro, o meu primeiro modelo de roupa, desenhado por mim. Retiro rapidamente da parede e atrás dele, encontra-se um cofre. Coloco o código e abre-se. Tiro de lá o meu bloco de desenhos, material essencial para o desenho e o meu cartão de crédito (cujo o meu pai, não sabe da existência).

Quando comecei a perceber certas coisas decidi abrir uma conta no banco, nome falso. Não foi fácil, mas consegui.

"Acho que não preciso de mais nada, por enquanto. Depois compro as outras coisas que me são essenciais." desabafo. Clarisse assentiu. Fecho a mala, depois de colocar as coisas que tinha na mão. Respiro fundo e olho-a "Obrigada" dirijo me a ela e abraço-a.

"De nada. Eu vou despistar os aqueles matulões" Sorriu-me "Eu já venho. Tem cuidado, pequena"

Eu assinto. Ela saiu. Pouco tempo ela voltou "Podes ir" Sorri-lhe.

Pego na mala e saio do quarto indo em direção ao portão das traseiras de casa. Felizmente não se encontra ninguém lá, saio com um sorriso.

Finalmente, sinto-me livre. Olho para a casa, antes de começar a caminhar em direção a casa da Lou.

Respiro fundo e caminho. Agora só tenho um objetivo. Ir aquela festa.

Espero que não seja aquilo que estou a pensar. Não vou suportar maia uma traição.

Revenge ✮ hesOnde histórias criam vida. Descubra agora