3.2

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"Some days we look around us
And see that everything is changing
We believe the people we can't trust
And forgive the ones who are faking"

'Hey, estou preocupado. Foi alguma coisa que fiz?'

Bufo ao ler a vigésima mensagem do Josh, nestas duas horas. Não quero comunicar com ninguém e ele está a ser um pouco chato. Se fosse a responder iria estragar uma das únicas amizades que tenho, com a minha estupidez.

Depois de encontrar o Harry no corredor, voltei para o quarto onde acabei por me entregar ao desenho. Não sei como arranjei inspiração para tal.

Toda a raiva, desilusão, saudade, todos os sentimentos sentidos naquela altura, foram todos passados para o papel, onde desenhei vários modelos, e o impressionante é que eu gostei de todos.

Talvez por transmitirem o que sentia.
Acabo de terminar o último modelo por hoje.

Batem à porta e de imediato o meu coração dispara. Levanto-me da cama e apressadamente guardo todos os trabalhos elaborados numa capa, guardando-os em seguida dentro da minha pequena mala de viagem.

"Sim" falo fechando a mala. A porta abre-se e uma cabeça cheia de caracóis imperfeitos aparece. Todo o ar que tinhas nos pulmões foi-me tirado nesse instante.

O que faz ele aqui? No meu quarto, mesmo sendo provisório?

"Hum... vim chamar-te para jantar" a sua voz encontra-se um pouco mais rouca que o normal. Os seus olhos penetram os meus, quando entra no quarto, mas logo desvio, fechando eu os meus olhos.

Porra, não posso me perder naqueles diamantes.

"Vens?" pergunta quando vê que ainda não troquei nenhuma palavra com ele. Eu assinto, pegando no meu robe, vestindo-o.

Sinto-me observada.

"O gato comeu-te a língua?" desde quando é que ele se tornou brincalhão? Olho-o e reparo num pequeno sorriso, não mostrando na totalidade as suas belas crateras.

Desde que o vi, não o vi a sorrir uma única vez. Talvez esteja a tentar aproximar-se não? Mas já digo, daqui não leva nada!

"Não" respondo seca. O meu rosto não transmite qualquer sentimento.

"Pareceu-me" tenta meter conversa.

"Pois" torno a ser seca. Não é que eu não queria falar. Não é que eu não queira saber o que ele andou a fazer neste tempo em que estive em coma, não é que eu não queira chegar à sua beira e dizer-lhe tudo, que eu não morri, que ainda não o esqueci, que o amo com todas as minhas forças depois de tudo o que aconteceu, mas eu tenho um simples objetivo. E até cumprir com esse objetivo e ter um plano para o realizar, neste momento eu quero distância do rapaz pelo qual eu me apaixonei.

"Hum...Vih -Tu.." ele engole em seco. Rapidamente percebo que ele não consegue dizer o meu nome.

"O meu nome é Victoria" digo ríspida.

"Foda-se eu sei" ele eleva o tom de voz, puxando os sues cabelos. Tique nervoso. Eu dou um passo atrás, não por medo, pois não tenho mas por já não me lembrar como ele era assim.

Revenge ✮ hesOnde histórias criam vida. Descubra agora