Mistakes - Rosaberta

Natália

Boa leitura babys!
-x-

ROBERTA RATZKE

Paula chegou em apenas alguns minutos, ela mal estacionou o carro em frente a minha casa e já estava correndo em minha direção. Sua expressão de medo se espelhava a minha e eu sabia que ela também estava achando tudo aquilo muito estranho.

- Você conseguiu falar com ela? - Ela perguntou, mesmo sabendo qual seria minha resposta.

- O celular dela não funciona. - Respondi agoniada. - Paula alguma coisa muito grave aconteceu.

- Por que você acha isso? Ela pode estar em algum lugar, o carro pode ter dado algum problema...

- Eu só sinto... - Disse com dificuldade, de repente sentindo o ar faltar em meus pulmões. - Ela nunca faltaria a esse jantar.

Ela me encarou com preocupação, logo meus pais também estavam do lado de fora, percebendo nossa movimentação.

Beto nos encarou de longe, não parecendo querer se envolver muito, mas minha mãe logo estava ao nosso lado, parecendo curiosa e até mesmo preocupada.

- Filha, o que aconteceu? - Minha mãe questionou, olhando entre Paula e eu. - Quem é essa moça.

Eu não queria deixá-la de fora, não era algo proposital, mas eu não consegui responder nada naquele momento. Caminhei alguns passos em direção a rua, voltando a digitar os números na tentativa desesperada de conseguir falar com Rosa novamente.

Ouvi minha mãe e Paula conversando, talvez ela estivesse explicando a situação para a mais velha. O som da caixa postal soou mais uma vez, me trazendo de volta para a realidade que eu não queria encarar.

- Por favor, Rosa. - Supliquei para o nada, não sabendo o que fazer a partir dali. - Por favor...

Ainda perdida nas minhas próprias súplicas, senti o aparelho em minhas mãos vibrar, aquilo me assustou mais do que deveria. Era um número desconhecido, mas eu gelei completamente quando a voz do outro lado da linha falou.

Era Natália.

Minha boca travou e eu não conseguia responder a nada do que ela dizia. Suas palavras eram um pouco confusas e minha mente tentava focar, mas tudo parecia muito perturbador naquele ponto.

- Por favor, Natália! - Eu supliquei ao telefone mais uma vez, sabendo para quem e pelo o quê eu estava suplicando agora.

As instruções foram claras dessa vez e eu sabia exatamente o que fazer. Paula e minha mãe ainda conversavam, meu pai havia se aproximado deles e agora parecia se inteirar do assunto. Eu não tinha escolha e nem outra oportunidade.

Aproveitando a distração dos três, eu corri rapidamente até o carro de Paula, agradecendo aos céus pelo seu descuido de ter deixado a chave na ignição.

Havia muito mais de um ano que eu não pegava em um volante, mas naquele momento eu não pensei duas vezes em virar a chave e dirigir até o meu destino.

XXXXX

ROSAMARIA MONTIBELLER

Meus ouvidos zumbiram com uma pressão estranha, fazendo minha cabeça doer. Tentei abrir os olhos, mas eles pareciam pesados, então simplesmente desisti.

- Vai, fica de pé! - Uma voz parecendo distante falou e eu senti meu corpo sendo arrastado, mas era difícil definir para onde eu estava indo.

Meus pés se arrastaram com dificuldade, meus olhos abriram um pouco, mas minha visão estava turva e embaçada. Em um determinado momento minhas pernas fraquejaram e eu caí de joelhos, sei disso porque os senti doer quando eles bateram no chão e logo a dor na minha cabeça parecia mais intensa.