Minha cabeça girava, meu coração estava cada vez mais acelerado, cada vez que eu lembrava da voz daquela mulherzinha, eu apertava mais forte o volante. Lembrar de tudo o que ela disse, imaginar ela com a Lisa me faz sentir um imenso ódio, e uma vontade enorme de vomitar, eu juro, eu juro que eu sinto vontade de mata-lá. Pelo menos dei belas bofetadas na vagabunda.
- Ela acha mesmo que pode me provocar e ficar por isso mesmo? - Falei enquanto pisava no acelerador.
- VOCÊ ACHA QUE PODE ME TIRAR DO SÉRIO? AH VOCÊ NÃO PODE, SUA VACA IMUNDA! - Gritei.
Ouço as buzinas e xingamentos, mas, não ligo. Só penso em chegar em casa e ficar com o meu filho.
Essa merda de carro parece não sair do lugar, mesmo estando em alta velocidade.Estou a três quarteirões da minha casa, cada vez mais perto. Infelizmente a voz daquela puta não sai da minha cabeça, aquele sorriso ao falar da Lalisa, de se imaginar na cama com a Lisa, de se imaginar sendo fodida pela mesma.
- QUE ÓDIO!! - Grito mais uma vez.
Luzes me tiram um segundo dos meus pensamentos, só assim percebo que são faróis vindo em minha direção, é tarde demais para frear, então tento desviar, jogando o meu carro para a esquerda, sinto uma forte colisão, minhas vistas se escurecem por um segundo, sinto a minha cabeça girar lentamente. Minha voz por algum motivo não quer sair.
Abro meus olhos lentamente e vejo fumaça, muita fumaça por sinal. Alguém bate no vidro do meu carro, a pessoa está dizendo algo, mas, não ouço, minha cabeça continua girando. Aos poucos sinto meu corpo tentando reagir e sair dali.
Abro a porta do veículo e sinto alguém me segurando para que eu não dê de cara com chão.
- Que merda! O que aconteceu? - Pergunto o mais baixo possível.
- Moça, o que sente? Precisa ir para um hospital agora! - Uma voz grossa soa alto pela minha cabeça.
- Não, eu tô bem! - Respondo.
- Mal consegue ficar em pé, vou te levar ao hospital.
- Não! Só preciso me sentar um pouco.
- Você estava em alta velocidade, o seu carro veio em minha direção, e foi quando você jogou o seu carro em uma árvore. - O homem em minha frente parece desesperado.
- Desculpa. - Falo enquanto levo as mãos em meu estômago.
- Você precisa ir para o hospital, tem alguém que você queira que eu entre em contato?
- Cara, relaxa! Estou bem!
- JENNIE? - Uma voz conhecida se aproxima.
- Aqui. - Respondo ao levantar a mão direita.
- Que merda aconteceu aqui? Você está bem? - Jisoo se ajoelha em minha frente.
- Estou sim, só preciso ir para casa. - Respondo.
- Ela veio em minha direção em alta velocidade e acabou jogando o carro contra uma árvore. - O cara continua desesperado.
- Vou te levar ao hospital, venha! - Jisoo tenta me levantar.
- Não, que merda! Já falei que quero ir para a minha casa.
- Caralho, o seu carro já era. - Por que caralhos esse homem ainda continua aqui?
- Relaxa, o seguro cobre! - Respondo sem paciência.
- Jisoo, quero ir pra casa. - Falo enquanto me levanto.- Vou te levar e volto para esperar a droga do reboque. E depois você vai me explicar em que merda estava pensando. - Jisoo aponta o seu dedo indicador para o meu rosto.