11

298 34 40
                                    

Rain on

Aquela noite foi mágica, um turbilhão de sensações nos tomava. Depois da nossa conversa, que foi muito mais um desabafo e uma intimação, Sodo decidiu cozinhar o jantar para nós e eu tentei ajudá-lo, apesar de saber que eu iria atrapalhar mais que ajudar, eu estava eufórico, eu finalmente havia conseguido dizer que o amava! Dançavamos enquanto ele tentava pegar os utensílios, riamos como dois tolos apaixonados, nos abraçamos e eu não hesitava em colocar uma mão boba aqui e ali e seus olhos me convidavam para mais.

-Rain, vamos acabar nos machucando assim!

Eu sorria malicioso e ele me prensava contra ao balcão roubando um beijo, pressionando seu quadril no meu, movendo-o, desgraçado, estava me provocando! Ele ria, me dava as costas e voltava a tarefa, eu o agarrava e ficava grudado em suas costas enquanto ele preparava um molho qualquer. Passeava minhas mãos por baixo de sua camiseta, sentindo seu corpo quente, mordiscava seu pescoço e ele se arrepiava todo. Desci minha mão pelo seu tronco, parei no cós de sua calça, brincando com os dedos ali, atiçando-o.

-Eu posso, Sodomizer?- sussurrei da forma mais sexy que consegui em seu ouvido.

-E eu já consegui te impedir?- suspirou pendendo a cabeça para trás, repousando em meu peito.

Meu sorriso estava solto, vinha fácil, minha mão conhecia o caminho e eu amava como essa trilha não era lisa, sentir os pelos ásperos enquanto eu deslizava meus dedos por dentro de sua calça me excitava e quando finalmente envolvi seu membro, percebi que eu não era o único "animado" ali.

-Tenta não deixar o molho queimar, Sodo.

-Não consigo prometer nada se você continuar com isso, Rain...

Comecei com movimentos lentos, despertando sua vontade, queria que ele pedisse mais, implorasse, alternava a velocidade, parava e recomeçava, me esfregava nele, queria que ele sentisse o desejo que vinha do meu corpo agitado, não demorou muito até sua respiração começar a ofegar, leves gemidos que ele tentava controlar em vão mordendo os lábios. Então, ele levou uma de suas mãos a minha nuca, entrelaçando seus dedos em meus cabelos, prendendo-me, tentando me trazer para mais perto, anular qualquer espaço que ainda pudesse haver entre nós, seu quadril se movendo impulsivamente, quase que por reflexo, por instinto. Seu corpo relaxado repousava no meu, nossos movimentos nos fazia um. Com a mão livre, desliguei o fogão e o trouxe para trás, intensificando a masturbação, mas tão logo quanto se afastou do balcão, ele se virou de frente para mim, fazendo-me parar e com um beijo faminto fomos para a sala, um lugar mais apropriado para o que estava acontecendo. Colando suas costas na parede, arquejante, ele empurrou minha cabeça abruptamente para baixo, segurando meus cabelos agressivamente. Se ele continuasse assim, eu gozaria sem ele sequer me tocar, só pelo prazer de vê-lo naquele estado angustiado, aflito, precisando ter seus desejos saciados.

Mas eu levaria ele junto comigo nessa, sem dúvidas. Abaixei um pouco sua calça, junto com a boxer e comecei a lamber vagarosamente a glande enquanto segurava com uma das mãos e o fitava durante todo o tempo, não queria cortar nosso contato visual.

-Vai ter que me falar o que você quer, Dewdrop- provoquei apertando com força e passando a língua em meus lábios.

-Não fode...Rain...- sua voz saia rouca, baixa, suplicante.

-Mas Dew, é exatamente isso que eu quero!- respondi beijando seu membro.

Ele puxou com força meu cabelo e foi minha vez de gemer, especialmente quando ele forçou minha cabeça para frente, me obrigando a tê-lo todo em minha boca e começou a controlar meus movimentos. Ele era sempre delicado, amoroso, mas em alguns momentos era feroz, quase bruto, ele era forte, sabia o que estava fazendo, sabia onde até onde poderia ir e ele sabia que eu gostava, sabia o quanto isso me enchia de tesão. Masoquismo? Talvez, mas ver as marcas e as dores que ele deixava em meu corpo e também as que eu deixava no dele era como ver a intensidade de tudo que nós sentíamos, o quanto queríamos estar um com o outro e hoje eu não tinha interesse em mantê-las apenas em lugares que pudessem ser cobertos. Dominá-lo era maravilhoso, mas quando ele me dominava eu esquecia até meu nome e tudo que eu queria era desafiá-lo, apenas para que ele me colocasse onde quisesse.

Ele não tinha pena de mim, eu quase engasgava, mas ele continuava, cada vez mais forte, cada vez mais fundo, cada vez mais rápido e eu agarrava sua bunda com fúria, cravando minhas unhas em sua carne e, sem aviso prévio, ele se desfez em mim, mas ainda continuou com os movimento, desacelerando até parar completamente e fazer carinho no topo da minha cabeça, revirando meus cabelos.

-Bom trabalho, Baby...- ele sorria vitorioso me olhando de cima, me vendo com o rosto vermelho, a boca suja do seu próprio gozo, embevecido por ele, sedento por mais.

-Vai tomar no cu, Sodo- praguejei enquanto ele me oferecia a mão para levantar.

-Vamos?

-Óbvio que vamos! E você vai ser castigado por isso, Dewdrop!

Ele me puxou pela mão até o quarto, as roupas foram ficando pelo caminho, espalhadas pelo corredor. Fomos nos beijando, nos agarrando e quase que não chegamos lá, parecia a primeira vez que faríamos aquilo e de certa forma, era. A primeira vez que nos amávamos verdadeiramente, sem medo, com a luz acesa, no meio da casa, com conversa, com tempo, com apego, com leveza, com amor declarado, sabendo que éramos apaixonados. Era a primeira vez que eu poderia dormir aninhado em seu peito e saber que acordaria ali, com sua voz sonolenta, sua mão acariciando meus cabelos bagunçados, que eu poderia ver o estrago que fiz em seu corpo no dia seguinte. Que eu poderia sentir o seu cheiro em meus lençóis e não me punir mentalmente pelo que havia acontecido, que eu poderia ter planos com ele depois que saíssemos da cama, muito mais do que fantasias.

Naquela noite, eu me entreguei a ele e com certeza levaria uma multa pelo barulho, mas não importava, eu queria ser dele, queria tê-lo para mim, queria tê-lo em mim e assim o fiz durante o máximo de tempo que conseguimos e muito mais do que isso. Não consegui cumprir minha promessa de castiga-lo, mas isso ainda aconteceria. Ele também estava diferente, sua felicidade transpirava por sua pele, seus olhos brilhavam na luz fraca que entrava pela janela, seu corpo agia com mais decisão, mais firmeza, mais vontade. Como eu podia impedi-lo de estar ao meu lado? Justo esse homem por quem eu mudaria o mundo, por quem eu mudei, por quem eu me esforçava para ser melhor, que me fez entender o quanto eu valia a pena, que me fazia sentir único, em todos os sentidos. Meu melhor amigo, meu companheiro, meu homem, meu amor, meu porto. Com ele eu era muito mais eu e me dava forças para buscar cada vez mais isso.

E quando a manhã chegou, tive medo de abrir os olhos ao acordar e ele não estar ali, mas senti seu corpo ao meu lado e não pude evitar dar um sorriso enorme ao vê-lo ali, todo amassado.

-Bom dia, Dewdrop!

-Bom dia, minha nuvenzinha de chuva! Dormiu bem?

-Acho que nunca havia dormido tão bem em toda minha vida!

-Que exagero, Chuvinha!- brincou me aninhando mais próximo de si.

-Eu te amo, Dew!

-Você não sabe o quanto eu sonhei em acordar com você me dizendo isso, Rainboy...eu também te amo!

Aquilo era tão suave, tão nosso, que eu amaldiçoei os deuses quando meu telefone tocou quebrando o clima.

-É o Swiss, baby- disse me entregando o celular que estava do seu lado da cama.

Porra, Swiss, essa hora?

-Alô? Swiss?

-Chuvisco, meu camarada! E aí, o que rolou, conversaram?

-Swiss, eu te odeio, mas eu te amo. Tenha um bom dia.

Desliguei, depois eu retornava, ele ia entender.

Sodo me olhava com uma expressão de curiosidade e diversão.

-O que foi isso?

-Vem, te explico no café.

Levantei e o peguei pela mão, e naquele pequeno momento, eu poderia chorar de chorar de alegria e alívio.

Estávamos juntos pela manhã, finalmente juntos.

You will never walk alone- Rain X SodoOnde histórias criam vida. Descubra agora