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ao entrarmos posso sentir a música e as vozes do ambiente entupirem meu ouvido.

percebo muitos rostos conhecidos e em seguida vejo os rostos que esperava ansiosa por ver.
nat, melissa e os meninos estavam na varanda de trás da casa.

-finalmente estamos completos.- diz jasper.
-que bom que você veio!- nat diz ao me abraçar.

arthur vem até nós com alguns copos.
cada um pega o seu e melissa sugere um brinde.

-alguém precisa dar uma idéia...-ela diz.
-sugeriu o brinde e não pensou em nada?- diz léo e rimos.

-o brinde já foi idéia minha, alguém tem que dar um motivo.- melissa diz outra vez.

-um brinde aos milhares de motivos que poderiamos brindar e entre eles, um brinde a nós.
-diz tom erguendo o seu copo.

todos sorriem em concordância.
e bebemos.

sinto o refrigerante de morango arder na minha garganta, devia ser a vódka.
era minha primeira vez bebendo ou melhor, provando álcool.
e a de tom também. e mesmo que eu não tivesse certeza disso, já que tom me contava tudo...ainda sim, sua careta naquele momento o entregaria.
rio um pouco ao observar-lo.

o resto do pessoal parecia estar mais tranquilo com a situação...arthur então mal estava no primeiro copo.
já eu e tom parariamos por ali mesmo.

-o gosto da vódka é horrível.- tom sussurra no meu ouvido.
-vovó me mataria se soubesse.- digo em tom de preocupação.
-então manteremos esse gosto amargo em segredo.- ele sorri e põe seu braço envolta dos meus ombros.

conversas e mais conversas.
tom e nat e afastam do grupo aos poucos...quando reparo já não estão mais ali na varanda.
me distraio um pouco com as pessoas eufóricas dentro da casa.
e tentando ter uma maior visão do lado interior me distancio do pessoal.

já sentada numa escadinha virada em direção ao jardim da casa percebo que o sol já se pôs.

noto o azul fim de tarde do céu.
azul forte que vai abrindo espaço para lua.

percebo léo vindo se sentar ao meu lado.
-que linda.
-tão azul né?- o respondo.
-ah...o céu sim, mas não tava falando dele.-
o sinto me olhar.
-do que então?- pergunto avermelhada, prevendo sua resposta mas cogitando a hipótese de receber outra.

-de você. você ta linda! como estava no dia do seu aniversário, eu quis te dizer mas...não disse.
-obrigada, léo.- me sinto esquentar um pouco.

silêncio.

-posso te perguntar uma coisa?
-é meio assustador quando você pergunta isso antes.- digo e sorrio.
-tem razão- ele ri -vou pedir de uma vez então...
queria beijar você, e acho que os meus olhos me entregaram antes mesmo que eu te falase qualquer coisa.- ele diz um pouco embaralhado.-você me deixa mais nervoso do que tudo.- ele fecha os olhos e sorri envergonhado.

fico surpresa, com vergonha e rio junto com ele.

-eu quero.-respondo sem pensar e mesmo assim pensando muito bem.

ele me olha ainda sorrindo e sutilmente me puxa pra perto dele.
sinto seu hálito de morango se encontrar com o meu.
sua boca encosta a minha levemente, me questiono do que fazer mas...mal consigo pensar.
o beijo é tão lento e se contrasta com a firmeza em que as mãos de léo envolvem minha cintura.

paramos de nos beijar e léo me olha.
-você ta vermelha.- ele ri.
rio e viro o rosto tentando fugir da minha própria vergonha.

todas as vezes que eu amei vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora