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-estavamos procurando vocês!- diz nat.
-nós vamos dar uma volta. a festa ta meio parada.- complementa.

seguimos nat até o lado de fora da casa onde todos já nos esperavam.

vamos andando escandalosos nas ruas, eu e léo vamos um pouco mais atrás do grupo.

tom nos olha de longe incontáveis vezes.
parece querer me dizer algo.
e então finalmente se aproxima.
-posso falar com você lia?
-sim.- respondo automaticamente.
-vou andando com o pessoal.- diz léo, um pouco sem jeito.

vemos léo se afastar e alcançar o grupo.
numa distância razoávelmente grande de nós.

-como foi?- tom pergunta mas quase não o ouço.
sorrio.
-como sabe?- pergunto.
-te vendo.
-sou tão óbvia?
-ele é óbvio. você é quem eu conheço.
eu notaria de qualquer jeito.
-foi ótimo! minha barriga embrulhou por alguns segundos, minha cabeça pensava em tudo e ao mesmo tempo em quase nada também.- rio um pouco -é normal? essa pós sensação de "e agora"?

tom me olha por um tempo.
sua expressão é diferente agora.
diferente de qualquer outra.

ainda sim não consigo entede-la.

tal olhar só pude compreender tempos depois, apesar de agora, me parecer tão claro.

-tom?
-desculpa. acho que todo mundo sente um pouco disso.- ele responde, agora olhando para frente.
-fico feliz que tenha sido tão bom.- me olha outra vez.
-obrigada.- respondo.

ficamos por algumas horas numa lanchonete.

léo e eu não desgrudamos naquela noite.
conversas e mais alguns beijos disfarçados.
aos poucos todos vão indo embora.

léo me abraça e dessa vez sem hesitar, me beija na frente de arthur e tom que ainda estavam ali.

sorrio e fico avermelhada.

arthur ri.
não sei ao certo o motivo.
poderia ser a surpresa com a cena que viu ou só as tantas bebidas.

tom sorri por alguns segundos também.

o taxi leva arthur e léo.
eu e tom esperamos o nosso.
ele chega em minutos e em mais alguns, nós chegamos até minha casa.
entramos silenciosos e subimos até meu quarto em passos pequenos.

-tá fazendo o que?- pergunto a tom que estava pondo alguns cobertores no chão.- pode deitar na cama. tem espaço pra mim e pra você.

nos deitamos.

-eu disse a você, que gostaria de hoje.- tom diz baixo.
-você tinha razão.- o respondo -mas acho que por motivos que não esperavamos.
-pode ser.- ele responde.
-meu motivo de hoje sempre foi o mesmo...
-qual?- o olho, quase que fechando os olhos.
-você.- o ouço sussurrar.

todas as vezes que eu amei vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora