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eu gosto da idéia dos aniversários.
comemorar a existência de alguém é lindo.
penso assim agora,
pq aos treze anos eu só odiava mesmo.

eu fiz 13 anos num sábado.
tom fez 13 um mês e alguns dias antes, mas quis comemorar junto comigo.
sua mãe preparou um jantar no dia do aniversário dele, mas foi só.
tom fez questão que aproveitassemos de fato no dia do meu aniversário assim juntariamos duas coisas em uma só.
e nos planos dele iriamos a um parque de diversão eu, ele e nossos amigos.

eu não estava tão animada, não que aniversários me contagiassem muito mas ainda sim eu gostava de como esses dias sempre foram e dessa vez
seria a primeira vez sem o de sempre,
sem a vovó preparando o bolo e os doces,
sem ouvir músicas antigas altas o dia inteiro,
sem os pedidos de aniversário, não antes de apagar as velas mas sim antes da meia-noite do dia seguinte.
e é claro que ao contrário de mim
tom estava extremamente empolgado.

-o léo e o arthur vão se atrasar, a mãe do arthur vai passar no mercado antes de levar eles pra lá.
mas a melissa e o jasper já estão lá.- diz tom, olhando as mensagens do celular.

-a gente já ta perto?- pergunto.
-estamos.

-pode me falar.- diz tom desacelerando os passos.

-falar oq?- pergunto.

-o que ta passando dentro da sua cabeça, oq vc ta engolindo seco por receio de falar...

paramos há alguns metros da entrada do parque.

-não é nada, é só besteira tom.

-sobre vc nada é besteira lialita.
preciso te dar uma coisa.- ele diz e me chama por um apelido, esse eu nunca tinha visto mas...sorrio
ao ouvir.

tom retira de sua mochila uma caixinha de madeira.

-eu te dei um caderno para poemas como presente, me promete que não será algo mais valioso do que aquilo dentro dessa caixinha, ou eu vou me sentir imensamente culpada por isso..- solto um sorriso bobo.

-abre.- ele pede.

abro a caixinha e vejo uma flor.
desde a viagem a cacarssone tom se apegou a flores, seus tipos, suas cores.
ele se fascinou em como essas obitiam diferentes
formatos e tantas colorações.
no meu aniversário de 13 anos me presenteou
com um ramo de hortênsia possuinte do rosa mais lindo que já tinha visto.
no interior da caixinha, talhado na madeira, estava escrito:
'te amei infinitas vezes só nesse instante!"

das flores que tom me deu, essa, só foi a primeira.
e seguiu sendo a mais linda que já pude ver.

-o caderno deve ter custado mais caro não se preocupe.- ele me diz e sorri.

-que lindo tom, eu...amei!- o abraço.

nosso abraço dura mais do que o normal, sinto nossos corações acelerarem um pouco.

tom se afasta e me olha.
sorrimos.

-espero que aproveite hoje, o parque não é tão divertido quanto estar com vc.- ele me diz num tom baixo.

todas as vezes que eu amei vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora