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8:13 da noite.
tom não apareceu lá em casa.
ou ligou às 9:48.
às 11:23 não esperei que fosse aparecer mesmo, mas ainda olhava pela janela do quarto imaginando sua figura lá fora.

acordei no dia seguinte e surpreendentemente tom me esperava na escada.

-oi.- digo por puro impulso.
-oi.- ele me responde se virando para a porta e indo em direção à ela.

me despeço de vovó e o alcanço, ele me espera lá fora.

-achei que você fosse aparecer ontem...- digo no tom mais pateta que poderia falar.
-eu pensei em aparecer...mas acabei não indo.- ele responde um pouco sem jeito também.

andamos mais um pouco.
e quase sem soltar a fala pergunto:

-não vamos falar sobre o que aconteceu?!

-você quer falar?
-não sei, tom...vc não quer? prefere ignorar?
-não é ignorar, lia...o que vc quer dizer?

silêncio...

-eu não sei. desculpa...sei lá, só pareceu que algo precisava ser dito mas...agora não tenho certeza...-digo engolindo alguns pensamentos.

-acho que estavamos bêbados, bebemos mais do que o normal...o que aconteceu, acontece né...- ele diz sem nem olhar nos meus olhos.

-acho que sim.- digo.

o dia passa mas não em horas, em segundos, tão corridos como piscadas.

deixo de ir ao curso nesse dia, decido ir embora depois da aula.
peço que jasper avise tom...os dois ficariam para algum ensaio do teatro.

não sei bem o que esperava, não sei se deveria esperar algo.
tom passou o dia inteiro tão grudado e tranquilo como sempre é.
por alguns momentos parecia nem lembrar do final de semana...

chego em casa e ajudo vovó com o jantar.

no final da tarde, tom bate na porta.

todas as vezes que eu amei vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora