1 - Skowng

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PRÓLOGO

Desde que a árvore-mãe foi destruída há alguns anos, os omatikayas passaram a morar nas montanhas aleluia para garantir a própria segurança, e a segurança do povo. Além disso, assim seria mais difícil sermos rastreados, já que os equipamentos táticos de qualquer aeronave não funciona nesse espaço por conta da energia nele gerada. O que ajuda muito em nossas estratégias, já que, quando tentam invadir aqui, são derrotados em questão de minutos, principalmente por ser um local de ninho dos Ikran's.

Por alguns anos, vivemos em uma paz enaltecedora e sem um perigo iminente. Entretanto, devíamos saber que essa paz não duraria para sempre, principalmente se tratando de nossa família, uma família mestiça onde o progenitor foi a causa de muita dor e sofrimento para meu povo. 

Nossa perspectiva de vida simplesmente mudou quando em uma bela noite o povo do céu retornou a Pandora. Os humanos são absurdamente orgulhosos e não aceitam uma derrota como um bom perdedor aceitaria. Eles voltaram e estão piores que nunca. O grupo RDA agora tem novos equipamentos, estão mais difíceis de combater, mais perigosos, mais fortes e letais. As florestas voltaram a queimar, nosso povo voltou a lutar e a morrer.

Os dias estão sendo um tremendo caos desde que os humanos decidiram voltar a atacar nosso lar, e não somente por causa dos recursos que nosso planeta pode fornecer, já que também há uma pitada de vingança contra Jake Sully, meu pai. Mesmo assim não desistimos, até porque não somos covardes, nós não fugimos da luta, por mais difícil que ela seja. Lutamos por um longo período, mais precisamente, por doze intermináveis meses antes de sairmos. 

                                                                            NETEYAM POV

Jake Sully, Olo'eyktan do nosso povo, permitiu que eu e meu irmão mais novo, Lo'ak, fizéssemos parte da grande missão de reconhecimento. Nossa tarefa era analisar a área de cima de nossos ikran's e avisar se algum inimigo se aproximasse enquanto os adultos faziam o trabalho duro de combatê-los em âmbito terrestre. Uma tarefa bem simples e fácil, não é? Ou, supostamente, deveria ser.

O que eu posso dizer é que é incrível ver a forma coordenada que a mãe e o pai trabalham, e confesso ter me perdido um pouco analisando a forma que eles interagem juntos em campo de batalha. Eles derrubam as duas enormes naves com rapidez e precisão, assim como a equipe do solo fez com o trem que levaria mantimentos para os humanos. Tudo muito rápido e coordenado. Será que um dia eu vou achar alguém que me complete dessa maneira? Alguém por quem eu vou lutar? Alguém que eu vou querer proteger mais que tudo? Eu não sei... as vezes me sinto tão sozinho.

Sou despertado da pequena divagação quando Lo'ak joga alguma coisa em mim e, conhecendo como o conheço, eu nem quero saber o que foi. 

O olho, e logo me arrependo ao notar quais são suas reais intenções. Não é difícil adivinhar a maneira como o meu irmão pensa. Vamos lá: Papai nos deixou participar da missão com a condição de não nos envolovermos em lutas corporais ou quaisquer outra coisa que nos ponha em perigo, entretanto, eu deveria saber que meu querido e tolo irmãozinho não ia se contentar com a parte mais "chata" da zona de conflito. Eu devia saber que ele não ia querer simplesmente ficar avisando aos guerreiros sobre nossos inimigos. Então, quando ele notou que o nosso povo estava no solo, pegando as armas que estavam no vagão que havia sido destruído há poucos minutos, ele lançou aquele sorriso em minha direção.

_ Bro, a gente tem ir até lá. - Aponta para o bolo de na'vis de frente para um vagão destruído, em completa excitação, parecendo uma criança vendo um brinquedo novo.

Destinados - Neteyam x AonungOnde histórias criam vida. Descubra agora