17 - Mais cedo ou mais tarde

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_ Eu fico feliz em ouvir isso, Neteyam. E espero que dê tudo certo entre a gente. - Falo com um sorriso breve em meus lábios. Ele também sorri, embora mais contido. Droga! Eu espero que ele nunca mude de ideia sobre nosso acordo. - Acho melhor voltarmos agora, né?

_ Sim. - Se afasta olhando para o céu mais uma vez. - Meus irmãos já devem estar em casa. Meus pais vão querer saber por onde estive que não cheguei com eles. Espero que não haja discussões.

_ Sei como é. - Começo a voltar para as águas, com ele me seguindo de perto. A essa hora não tem mais ninguém aqui. Estamos sozinhos. Está escuro, então é possível ver nossa árvore das almas brilhando embaixo da água. Ele fica hipnotizado e acaba parando para observar. - Eu te levaria lá, mas ainda não é o momento certo. - Paro do seu lado. - Em breve, mamãe trará vocês aqui. Eu não posso estragar a apresentação dela.

_ Tudo bem. - Olha para mim. - Eu acho que nem deveria estar aqui ainda, não é? - Aceno. - Você costuma quebrar muitas regras?

_ Você não faz ideia. - Coço minha nuca envergonhado. - Mas não precisa se preocupar.

_ É o que o Lo'ak também fala. - Sorri provocador e eu fico emburrado. - E quando ele fala, é o momento em que eu mais preciso me preocupar. 

_ Não me compare com ele.

_ Vocês dois pegaram uma cisma estranha um do outro.

_ Ele quer ficar com minha irmã. - Respondo com um bico irritado. Ele ergue uma sobracelha. 

_ E o que você quer fazer, Aonung? - Cruza os braços. Fico confuso até entender sua linha de raciocínio.

_ Eu quero ficar com o irmão dele. - Murmuro baixo. - Mas é injusto. Ele não sabe disso. Eu sei que ele quer ficar com a Reya. Então a minha cisma é justificada. 

_ Você é tão bobo. - Ele revira os olhos e sorri.

_ Você tem razão. - Dou de ombros, sorrindo despretenciosamente. - Mas você sabia que esse meu jeito é contagioso? - Coloco as mãos na sua cintura. 

_ Contagioso é? - Eleva uma sobrancelha.

_ Sim. - Confirmo. - Muito contagioso. 

_ Oh, não, e você pretende transmitir esse vírus horrível para mim?! - Passa os braços pelo meu pescoço.

_ Infelizmente, caro Neteyam. - Aperto minhas mãos em seu corpo, ele sorri com malícia.

_ Oh, Eywa, o que será de mim? - Faz uma falsa expressão medrosa. - Eu não posso virar um bobo. Por favor, Nung, tenha piedade de mim. 

_ Eu não posso te poupar, príncipe. - Finjo tristeza. - Eu preciso aumentar meu exercíto de bobões. Eu preciso de você

_ Eu não tenho para onde correr. - Abaixa a cabeça. - Faça o que tiver que fazer.

_ Olhe para mim. - Assim que ele faz o que eu digo, aproximo nossos rostos para selar nossos lábios. - O beijo da morte. - Sussurro antes de pedir passagem com a língua, aprofundando o beijo.

A cada iniciativa que tenho, ele reage melhor. Fico feliz quando ele agarra meus cabelos com possessão, se entregando completamente em minhas mãos. Nossas línguas deslizam uma pela outra em uma dança rápida e bruta, com desejo, com calor. Neteyam me puxa os fios de minha nuca e eu aperto meus dedos na carne farta de sua cintura, o puxando ainda mais em direção ao meu corpo, até não ter nem um esspaço sobrando entre nós. Escorrego minhas mãos um pouco mais pra baixo, testando o novo contato com sua bunda farta. Minha respiração fica ainda mais ofegante e eu preciso afastar nossos lábios. Encaro seus belos olhos na mesma medida em que aperto a carne farta entre minhas mãos, me arrepiando quando ele geme contido.

Destinados - Neteyam x AonungOnde histórias criam vida. Descubra agora