Destinados - Neteyam x Aonung

21 - Eu não preciso de um salvador

_ Você não os conhece como eu. - Rebate. - Acredite em mim quando digo que não quer que eles fiquem no seu pé. Me leve a sério, Neteyam, por favor. Apenas desta vez.

_ Então devo me esconder feito uma garotinha em perigo cada vez que os ver? - Pergunto irônico, começando a me irritar. - Talvez eu deva atravessar o mar, caso a gente se esbarre na praia, não é?! É esse tipo de coisa que espera que eu faça?

Ele revira os olhos.

_ Não seja tão cabeça dura. - Segura meus ombros, olhando dentro de meus olhos. - Só os evite quando eu não estiver por perto. Por favor.

_ Eu não preciso de um salvador. - Me desvencilho de seu toque.

_ Eu não disse que precisava. - Bufa. - Eu só te fiz um pedido.

_ Eu não posso prometer o que você quer. - Nego com a cabeça.

_ Neteyam. - Suspira.

_ Se eles vierem até mim, o que eu supostamente deveria fazer? - Pergunto cansado. - E se eu tentar os evitar e acabar tendo o efeito contrário do que você pensa? Eu não posso agir como um covarde, não fui criado assim.

_ Eu vou conversar com eles. - Murmura. - Só tente não dar corda se eles tentarem te provocar de alguma forma. Por favor. É só o que eu te peço.

Respiro fundo. Ele está insistindo muito para que eu não entre em briga com aqueles idiotas. E ele tem razão em dizer que os conhece melhor do que eu, então eu deveria acreditar..., mas ainda tem uma parte orgulhosa minha que não quer se dar por vencida. Eu não posso simplesmente cruzar os braços e deixar que aqueles embustes fiquem me chateando ou chateando minha família.

_ Neteyam, por favor, estou te pedindo. - Apela mais uma vez ao perceber o meu silêncio.

_ Tudo bem. - Falo por fim, me dando por vencido, notando quando seu corpo começa a relaxar imediatamente. - Eu não quero arranjar confusão, Aonung, então faça o possível para que eles não mexam comigo. Porque eu não vou me calar para sempre.

_ Prometo. - Sorri aliviado. - Então, você veio até aqui por que já estava com saudades? - Troca de assunto.

_ Não seja convencido. - Reviro meus olhos e empurro seus ombros. - Eu realmente vim ver se você estava precisando de ajuda. Prometi que ajudaria a aldeia com o que esetivesse ao meu alcance.

_ Não precisa se preocupar com isso. - Responde. - Quando eu precisar, você será o primeiro a saber, e será minha primeira opção. - Dá uma piscadinha. Aceno, um pouco envergonhado. - Você tá meio estranho, aconteceu alguma coisa que eu deva saber? Você não viria até aqui só para me oferecer ajudar.

_ Mais ou menos. - Coço minha nuca de forma constrangida, desviando o olhar. - Quero dizer, eu viria te ajudar de qualquer forma, mas admito que algo a mais me impulsionou a vir aqui falar com você.

_ Ei, - Sussurra, parecendo preocupado. - Você pode confiar em mim. O que houve? É algo sério?!

_ Aconteceu isso daqui. - Ajeito meu cabelo, de forma que dê para ele ver sobre o que eu estou falando. A manchinha em meu pescoço agora já está quase completamente sumida, mas ainda é perceptível. Ele arregala os olhos. - Você não se conteve muito na noite anterior.

_ Por favor, me diz que seu pai não viu. - Sussurra apavorado. - Ele vai me matar, e vai fazer meu pai me ressucitar, só para me matar de novo, e de novo, e de novo.

_ Ele não viu. - Nego, impedindo seu surto. Ele respira fundo, parecendo brevemente aliviado. - Mas não posso dizer o mesmo sobre o Lo'ak. - Desvio meu olhar, fazendo um pequeno suspence.