_ Qual a sua idade, garoto da floresta? – Pergunta parecendo interessado demais.
_ Por que está interessado? - Respondo com outra pergunta, um pouco confuso pelo interesse repentino.
_ Só estou um pouco curioso. - Dá de ombros. - Não pode me crucificar por causa disso.
_ Ok. - Aceno. Ele tem razão. - Tenho dezoito. Por quê?
_ Nada. – Dá de ombros. – É só que eu entendo a respeito das cobranças dos pais em cima dos irmãos mais velhos. - Fala. - Eu entendo porque você ficou desesperado quando percebeu que sua irmã não estava perto. As cobranças são piores quando somos filhos de líderes importantes. – Sorri triste. – Tudo o que queremos fazer é proteger os mais novos e viver nas sombras dos nossos grandes pais, suprindo todas as expectativas. Vamos. – Me puxa para nadar ao seu lado, sem me dar chance de responder. Talvez eu o esteja odiando menos nesse momento. Suspiro. Não sei se isso é bom.
Nadamos por mais alguns minutos até chegar em uma parte aonde a água chegava em nossas cinturas, logo perto da praia.
_ Então, - Tento tomar coragem para falar, ainda parado ao lado de Aonung. – Quantos anos você tem, menino do mar? – Pergunto, dando ênfase no apelido. Se ele me deu um, eu posso lhe dar um. Certo?
_ Por quê? – Me encara de cima a baixo. – Interessado, menino do mato? – Me olha com um sorriso malicioso. Reviro os olhos. Na mesma medida que ele parece ser legal também parece ser irritante. Seu jeito me lembra um pouco do meu irmãozinho.
_ Não seja ridículo. – Rosno constrangido, desviando o olhar. – Só acho que eu mereço uma resposta, já que você me fez a mesma pergunta lá trás. – Me aproximo um pouco, ficando ao seu lado. Eu sou um pouquinho menor. Uns dois dedos talvez. - E então? Vai me responder ou não?
_ Eu tenho dezessete anos. – Responde por fim, se dando por vencido. – Sou dois anos mais velho que Tsireya e um ano mais velho que Rotxo. - Umidece os lábios. - Embora ele não seja de fato meu irmão, eu o considero assim. - Dá de ombros. - Somos primos próximos, e ele é meu melhor amigo. E eu também me culparia pelo resto da vida se algo de ruim acontecesse com algum deles dois.
_ Primo? – Confesso que só essa parte me chamou atenção. – Tonowari tem um irmão?
_ Sim. – Afirma com a cabeça. – Três anos mais novo.
_ Eu achava que vocês dois eram irmãos. – Confesso, me referindo a ele ao Rotxo. – Ele saiu daquela multidão junto com você. E tinha postura de um filho do líder. E, bom, ele parece um pouco com você. Agora faz sentido.
_ E como seria essa postura de liderança? – Sorri de lado, um pouco provocador. - A postura de um homem gostoso?
Me permito gargalhar com sua constatação.
_ Não, isso não tem nada a ver com um líder. - Nego. - Ok que alguns são bonitos, de certa forma, mas não é um requisito de fato. O que eu estou falando é sobre a cabeça erguida, passos lentos, olhar atento e expressão debochada e convencida. Embora esses dois últimos só sejam comum em pessoas metidas. – Cutuco.
_ Não sabia que tínhamos um estereótipo. – Ri um pouco, não se importando com minha "ofensa". – Mas se isso me torna temido e respeitado, estou okay com essas características. Entretanto, você não parece se encaixar em muitas destas.
_ E qual nome do irmão do seu pai? - Pergunto, tentando manter um assunto legal e não falar sobre mim.
_ É Adriel. - Sorri com orgulho. Parece gostar do tio, o que não é incomum. - Ele é muito foda. Você vai conhecê-lo algum dia.
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Destinados - Neteyam x Aonung
Ciencia FicciónOs cordões de canção são para lembrar cada conto da nossa vida. Uma conta para quando nosso filho nasceu, Neteyam. Uma conta para quando do adotamos nossa filha, Kiri, que nasceu da avatar da Grace. Uma filha cuja concepção era um grande mistério. U...