✝ Anthony ✝
Surpreendo-me com a resposta de Julie. E mudo completamente meus planos. A levaria para um barzinho, mas resolvi que a levaria para minha casa.
- Aonde vamos? - ela pergunta de novo.
Sorrio - Para minha casa - respondo.
- E o que vamos fazer lá? - pergunta
Ou ela era curiosa. Ou estava com medo.
- Conversar - respondo - E eu vou te preparar um jantar.
Ela fica em silêncio. Logo chegamos à minha casa. Eu saio do carro e logo em seguida ela sai. Ela esta quieta e isso são muito estranhas.
- Porque você está quieta? - perguntei. Ela sorriu.
- Só estou pensando - afirmou.
- Lá vem bomba - falei baixinho.
Entramos no elevador e fomos até o meu andar.
- Bem vinda - falei. Enquanto abria a porta.
Ela entrou e olhou em sua volta. Ela caminhou até o sofá e se sentou. Sentei-me ao seu lado.
- O que você quer que eu cozinhe para você?
Ela me olhou e pôs a mão no queixo - Uma comida gostosa - deu uma pausa - Que você ache que eu vou gostar - falou.
- Isso é um desafio? - perguntei.
- Aceite isso como quiser - sorriu.
Levantei-me e fui para a cozinha. Resolvi preparar minha comida preferida - arroz calabrês e de sobremesa, palha italiana - Julie levantou e se apoio no balcão me olhando.
- O que foi? - perguntei
Ela sorriu - É que o cheiro está bom - afirmou.
Dei risada - Sou um mestre cuca, Julie.
- Sei - olhou para a porta - Só acredito provando.
- Vamos conversar - falei. Ela me olhou - Sobre minha vida.
Ela negou - Quero que você me conte por livre e espontânea vontade - falou - E não por eu não ter respondido sua pergunta. - franziu o cenho.
- Bom então vou falar, mesmo assim - dei uma pausa. Ela me encarou - Meu pai tem uma empresa de vinho, e eu a assumi - suspirei - Não queria ter que assumir toda essa responsabilidade. Eu queria fazer faculdade e trabalhar no que eu gosto.
- E o que você gosta? - ela perguntou
- Ciências da computação - respondi - Mas segundo meu pai, eu não posso fazer. Só posso fazer administração - revirei os olhos - Me deixa falar mais - Ela sorriu - Tenho vinte anos. Gosto de cozinhar e de encher a cara. Não sou de sair. E sou muito obediente - Ela da uma risada, que me faz rir junto - Quietinha - pedi - Moro sozinho, não tenho irmãos e bom estou tentando ganhar a amizade de uma boboca que fica rindo da minha cara.
- Você já tem minha amizade - afirma.
Aproximo-me dela e lhe dou um beijo na testa.
- Vamos jantar - falo
- Vamos ver se é mestre cuca mesmo.
Nós sorrimos.
- Posso te fazer uma proposta? - pergunto.
- Depende - responde.
- Quando você acabar a faculdade - ele da uma pausa - Ou durante. Se você quer estagiar na empresa - falei.
Ela arregalou os olhos. E suspirou.
- É sério? - perguntei
- Seriíssimo - respondi - Quando você quiser a empresa vai estar de braços apertos para você.
Seu olhar brilha - Não posso aceitar - fala.
- Pensa direitinho - falo. - Mas agora vamos assistir a um filme?
Ela sorri - Que filme?
- Que tal - eu olho na minha prateleira - A menina que rouba livros.
- Gostei - falou. E se sentou no sofá.
Coloquei o filme. E fui ao meu quarto peguei uma coberta. Voltei para sala e me sentei ao seu lado. Daí play no filme. O filme era emocionante e Julie chorava.
- Não chora - a abracei de lado.
Ela fungou - Não estou chorando.
Dou risada.
- Não quero ir para casa - ela choraminga - Posso ficar aqui - ela pediu
- Claro.
Ela pulou nos meus braços. Abraçando-me apertado.
- O que foi? - perguntei
- Eu me sinto muito sozinha - ela suspirou - E sinto muita saudade da minha casa e da minha família.
Passo as mãos em seus cabelos. E ela adormece em meu colo. Levanto e a coloco em minha cama. Tiro seu sapado. Eu a cubro.
Decido tomar um banho. Tomo um banho bem relaxante. Esses dias ando muito estressados. Visto uma samba canção. E me deito na cama. E fico observando Julie dormir.