✝ Julie ✝
Acordei no outro dia, com um barulho insuportável. Procurei o barulho e era meu celular, meu alarme para ser exata. Levantei relutante da minha cama. Caminhei até o banheiro. Acendi a luz e me vi. Eu estava acabada. Eu estava com olheiras enormes, com meus olhos vermelhos e meu rosto estava inchado, de tanto que eu chorei e minha cabeça estourava. Liguei o chuveiro, e esperei a água esquenta-se. Despi-me. Entrei em baixo da água quente. Lavei-me e lavei meus cabelos. Saí do banho enrolada em uma toalha. E fui coloquei uma roupa de trabalho. Penteei meus cabelos e deixei que eles secassem naturalmente. E passei uma maquiagem para esconder minha cara de acabada. Peguei minha bolsa e fui para a cozinha. Eu estava morrendo de fome, então peguei qualquer coisa para comer. E tomei um remédio. E resolvi ligar para a minha mãe, ela me ajudaria.
- Oi mãe - falei assim que ela atendeu.
- Oi meu amor - ela falou - Como você está?
Eu sorri. Mas meu coração não estava sorrindo. E não contribuía para que eu sorrisse - Mais ou menos mãe - falei - E com você?
- Estou ótima - falou - Quer conversar?
- Sim - minha voz falhou. Eu não podia chorar de novo.
- É sobre o que? - Mamãe perguntou.
- Antonhy - falei - Ele me deixou sozinha aqui na Itália, porque seu pai exigiu que ele volta-se - suspirei - E ele me deu seu cargo na empresa aqui - fechei meus olhos.
- E você quer desistir de tudo?
Funguei - Sim mãe - respondi - Mas - suspirei - ele disse para não fazer isso.
Ela sorriu - Ele confia em você - afirmou. - E filha - ela suspirou - não é porque ele voltou que é para vocês se afastarem.
- Mas eu o amo - afirmei - E ele me ama também.
- Apaixonados - ela sorriu - Que conhecê - afirmou - Mas faz o que ele pediu.
- Mas mãe - resmunguei.
- Eu sei que é difícil - afirmou - Eu já passei por isso - falou - E se for amor de verdade - ela suspirou - Não é uma distância que vai separar vocês dois - fique em silêncio - E se você quiser voltar para o Brasil. Nós vamos estar te esperando de braços aperto.
- Eu te amo - sussurrei.
- Eu também filha - afirmou - Não desisti dos seus sonhos. E não desisti do Anthony - ela deu risada. E eu tive que rir junto.
Minha mãe sempre me fazia ficar bem, não importava a situação em que eu me metia.
- E como o papai esta? - perguntei - E meu irmãozinho?
- Estão morrendo de saudade - afirmou - E estão melhores do que nunca.
- Eu vou voltar - afirmei. Minha mãe bufou - Daqui a dois anos.
- Dramática - resmungou.
- Tenho que desligar - afirmei - Tenho que estudar.
- Boa sorte, meu amor.
Desliguei meu telefone.
Fui para curso. Melanie me esperava na porta.
- Aí amiga - ela me abraçou - Estou morta.
Eu sorri fraco - Aposto que curtiu a noite toda - afirmei - E é claro que ia ficar cansada - fiz cara de brava.
Ela deu risada - Eu te liguei ontem várias vezes - ela me encarou - E você nem me atendeu.
- Desculpa - pedi - E que ontem o dia não foi bom - resmunguei.
Ela ficou em silêncio - Mais ai melhorar - afirmou - Pode ter certeza.
- Assim que espero.
Nós entramos na sala. E se sentamos em nossos lugares. Minha mente não conseguia se concentrar. Eu estava distraída demais. Hoje iria ser um dia péssimo. Assim que a aula acabou fui direto para a empresa.
- Oi - falei para Giordana.
- Chefinha - ela sorriu - Você esta bem? - perguntou
Eu a olhei - Você sabe - resmunguei - E você?
- Estou ótima - respondeu - E eu vou te ajudar em tudo.
- Obrigada.
Abri a porta da sala. E estava do jeito que Anthony havia deixado. Tinha coisinhas deles por todos os lados. Eu suspirei.
- Eu vou mata-lo - resmunguei.
Chamei Giordana na minha sala. Para que ela me explicasse tudo o que eu tinha que fazer.
- Entendeu? - perguntou. Depois que ela tinha me explicado.
Eu assenti - Espero que sim - afirmei - Mas eu vou pegar com o tempo.
- Você é inteligente - afirmou - Vai pegar fácil.
Dei um sorriso travesso - Hoje não era seu dia de folga? - perguntei.
- Era - afirmou - Não vou deixar você sozinha com esse povo.
Sorri - Obrigada.
- To lá na frente - Eu assenti.
E eu comecei a minha tortura. Não era fácil, mas também não era difícil. Mas covenhamos eu não sou boa nessa área, muito menos em contas. Eu estou ferrada.
Cheguei a casa, jogo minha bolsa no sofá e eu vou direto para um banho. E agora eu entendo o Anthony, aquilo leva qualquer um á loucura. E o quanto eu o atrapalhava. Pedindo que ele saísse comigo.
Tomei um banho e colo meu pijama. E vou preparar a janta. Fiz uma comida simples, mas até que estava boa. Comi sozinha senta-se à mesa. E eu estava me sentindo sozinha. Ligo a TV para ver se melhora e volto a comer. Acabo e arrumo a cozinha.
Sento-me na frente da TV e assisto canais aleatórios. Mas eu estou ficando entediada. E vou pegar um livro. Porque isso sim vai me ajudar.
Começo a ler tranquilamente. E resolvo ir para a varanda. E vejo o pôr do sol. Entro em casa de novo e pego uma taça de vinho. E eu o tomo, o deliciando. Fecho meus olhos. E sorri.
- Isso aqui é lindo - afirmo.
Dou um suspiro. E continuo observando. Minha mente relaxa. E eu sinto um alivio enorme.
- Eu não vou desistir - sussurro baixinho - Eu prometo.
E dou um sorriso. Termino de tomar meu vinho. E resolvo ir dormir. Porque amanhã, seria um novo dia. E eu estaria lá tranquilamente. Fazendo o que eu tinha que fazer. E acima de tudo. Eu me divertiria.
Deito na cama e meu celular apita.
"Chego aí amanhã. E espero que você esteja me esperando no aeroporto, ás 8h da manhã. Ou te acordarei de uma forma inesquecível."
Era do Benjamin. Dou um sorriso. E coloco meu celular na cama, mas antes arrumo meu alarme. E acho que amanhã eu faltaria á aula. Dou risada. E me aconchego na cama e logo adormeço.
