Seis.

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✝ Anthony ✝

Fui atrás de Julie, para pegar o autógrafo de sua mãe. Porém, não a achei. Decidi voltar para casa. Entro em casa e vou assistir televisão. Colo em um canal que passava filmes. Fui preparar pipoca. Melhor coisa a se fazer. Volto para a sala. Estou vidrado no filme. Ouço meu celular tocar. Não atendo. Toca de novo. Desconhecido, desligo. Toca de novo.

- Caralho - resmungo - Alô - falo irritado.

- Oi Anthony - fala - Sou eu a Julie - Como ela coseguiu meu número - Desculpa de ligar é que seu autógrafo tá aqui comigo... - a interrompo

- Oi Julie - falo - Como você está? - pergunto - Como a moçinha coseguiu meu número? - pergunto

Ela ri - Quantas perguntas - resmunga - Eu estou bem e você? - ela pensa - No papel tinha um número - respondeu.

- A certo - falo - Você conseguiu?

- Claro - responde - Só não sei como vou te entregar.

Suspiro - Eu passo segunda feira na sua casa e pego - afirmo.

- Não vou estar em casa segunda - avisa.

- Que tal amanhã? - sugiro. Ela parece pensar - Se não for te atrapalhar.

- Por mim está ótimo - responde.

- Te vejo amanhã Julie.

- Até Anthony.

Ela desliga. E eu como uma pipoca. E volto minha atenção para o filme. Minha campainha toca.

- Tá difícil hoje - resmungo. E abro a porta - Olá.

Benjamin entra no meu apartamento - E aí? Como foi lá?

- Divertido - respondo - Quer passar o resto do sábado em casa? Ou vamos dar uma volta?

- Dar uma volta.

- Foi o que eu pensei - falou. - Quer ir aonde?

- Sei lá - respondo - Foi você que me chamou - afirmo - Você que tem que saber?

Ele gargalha - Você é muito mal humorado - resmunga - Mas vamos.

Benjamin decidiu ir a um bar, o que eu não me surpreenderia muito. Caminhamos e fomos ao balcão pedir bebidas.

Chego a casa e logo adormeço, e mais uma vez estou de ressaca e me lembro de que tenho que ver Julie. Acordo e vou para o banheiro, ligo o chuveiro e tomo um banho gelado. Sai e me arrumo. E vou direto para a casa de Julie, quero dizer, tento me lembrar de onde é a casa da Julie.

- Bom dia - digo ao porteiro - Vai ao apartamento de Julie.

Ele sorri gentilmente - Ela saiu - ele olhou no relógio - Faz uns cinco minutos.

Quem mandou vir sem avisar - Será que ela vai demorar? - pergunto.

- Isso eu já não sei responder.

- Obrigado.

Vou de volta para meu carro e não sei o que fazer. Volta-se para minha casa ou se fico a esperando aqui? Decido ficar. Fico mais dez minutos até ver ela. Desço do carro e a espero na porta do prédio.

- Bom dia - Julie fala - O que você está fazendo aqui? - pergunta.

- Oi - falo - Já esqueceu?

Ela sorri - Não me esqueci - afirma - Estou me referindo a hora.

Eu sorrio - Gosto de resolver minhas pendências cedo.

Ela me encara - Sou uma pendência?

- Não quis dizer isso.

Falei merda, parabéns Anthony. Ela me olha e não diz mais nada. Ela caminha e eu a sigo. Ela abre a porta do seu apartamento.

- Fique a vontade - fala.

Acho que ela tem problema, ela deixa um desconhecido entrar em seu apartamento e diz para ficar a vontade. Sento-me em uma cadeira e espero que ela volte.

- Aqui está - fala me entregando.

- Obrigado. - pego da sua mão.

- Quer alguma coisa para beber ou comer? - pergunta.

- Estou bem - afirmo. Ela parece desconfortável. - Como vão as aulas?

Ela sorri - Normais - fala - Muitos trabalhos.

- Você não me falou o que você faz? - pergunto. Ou ela já me falou. E eu estava bêbado e esqueci.

Ela franziu a testa - Gastronomia.

- Hum.. Você deve cozinhar bem - afirmo.

Ela da risada - Não - ela fala - Quero ser degustadora de vinho.

A olho nos olhos. Impossível. - Bastante diferente - afirmo.

- Eu sei - ela fala - Mas é o que eu gosto.

Penso. E repenso. Meu pai iria me matar, mas eu vou ajuda-la.

- Então que tal um almoço - sugiro. - Eu não aceito não como resposta.

Ela parece pensar - Está bem - fala - Só vou me arrumar.

Ela desaparece por alguns, longos minutos. E quando aparece está linda. Vamos para o restaurante do meu pai.

O restaurante do meu pai era bem longe. Mas valia a pena. Fomos o caminho inteiro conversando. Julie parecia ser uma pessoa super zen. Assim que chegamos. Vamos para uma mesa. E é claro peço um vinho e escolhemos nossos pratos.

- Me conta mais sobre você - ela pede.

- O que você quer saber, Julie? - pergunto. E tomo um pouco do meu vinho.

Ela sorri - Depende - ela faz uma pausa - Quero saber de tudo um pouco - ela me olha com um sorriso travesso. Engasgo com o vinho. Ela sorri.

- Não ri - peço.

Ela segura o riso e fica vermelha. Julie sabia te levar ao mau caminho em um estralo, mas também sabia de divertir da mesma forma. Parecíamos que se conhecíamos há anos.

- Sem drama - ela fala - Eu juro que não bebo.

O olho divertido - Sei - pego a taça de vinho e tomo - E o que você estava bebendo? - arquei minha sobrancelha.

Ela sorri - Vinho - responde - Que é feito de fruta. Que nós denominamos uva.

Dou risada - Mas tem álcool - afirmo

Ela olha a hora em seu celular - Tenho que ir.

- Eu te levo - falo. Peço a conta. E vamos embora. Meu celular resolve tocar. Colo no viva voz - Alô.

- Cara cadê você? - pergunta.

- Estou quase chegando a casa - afirmo. Julie faz uma careta. - Não faz careta - peço.

- Não estou fazendo careta - Benjamin fala.

Julie segura uma risada - Não estou falando com você - retruco. - E depois falo com você.

Desligo o celular.

- Você é bem bagunceira - falo.

Ela da uma risada gostosa - Não sou não.

Deixo Julie em casa e vou para a casa de Benjamin.

Mudanças na noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora