• Maiara •
Eu não deveria. Ou deveria? Um relacionamento casual? Sério mesmo? Eu, Maiara Carla Pereira, que passei a vida querendo algo que fosse apenas meu, que não fosse dividido com mais ninguém, estava cogitando a ideia de um relacionamento aberto!
Eu não fiquei com Luiz, pois ele me queria como sua amante. A situação agora nem passa perto dessa e meu envolvimento com Fernando era completamente diferente. Teríamos um filho.
Como iria explicar ao meu filho que eu e o papai dormíamos juntos, mas não éramos um casal? Pelo amor de Deus, eu estava ficando louca. Esta era a única explicação para isso.
Maiara: Não podemos deixar que isso avance para depois do nascimento do bebê. — Levantei a cabeça. — Somos pessoas inteligentes, racionais e não vamos deixar situação constrangedora nenhuma interferir no crescimento do nosso filho, certo?
Fernando: Com toda certeza — ele disse com uma certeza de que eu gostaria de ter. — Temos um trato?
Olhei para a mão estendida e senti meu corpo estremecer. De medo. Eu não tinha um relacionamento havia muito tempo e tudo que tive foi algo próximo a um namoro de verdade, no qual poderíamos cobrar pelos ciúmes, fidelidade e tudo mais. Como eu faria isso com Fernando?
Ele poderia sair com outras mulheres. Eu também poderia sair com outros caras — tudo bem que minha situação era complicada, um homem geralmente foge de mulheres grávidas, ou mãe.
Maiara: Precisamos descobrir se foi Suzana que pegou o exame — falei, apertando sua mão, e ele balançou a cabeça em concordância, segurando meu rosto com a mão e se inclinando para beijar meus lábios suavemente.
Fernando: Agora, posso beijar você sem precisar explicar, senhorita Maiara?
Segurei a risada.
Maiara: Acho que deixei de ser senhorita Maiara há muito tempo, senhor Zorzanello — brinquei, enlaçando meus braços em seu pescoço, permitindo que ele me puxasse para um abraço, me encaixando em seus braços de maneira carinhosa e, merda, eu sabia que, no primeiro minuto do nosso relacionamento, algo iria dar errado.
Se não fosse pela batida maluca e irregular do coração, além da voz irritante da minha irmã avisando para tomar cuidado e não me apaixonar por Fernando Zorzanello, estaria tudo bem. Só que as sensações e as palavras me fizeram ver que aceitar um relacionamento aberto foi a decisão mais burra que tomei nos últimos tempos.
Não posso me apaixonar. Não posso deixar que meus sentimentos coloquem em risco a relação de Fernando e meu filho.
Me afastei, o encarando.
Maiara: Me prometa uma coisa. — Ele olhou ao redor, desconcertado com minhas palavras. — Não é para mim, é para ele. — Segurei sua mão, colocando sobre meu ventre liso.
Fernando: Prometo qualquer coisa a vocês, Maiara.
Sorri de lado.
Maiara: Me prometa — disse, engolindo em seco — que, apesar de qualquer coisa que acontecer entre nós, não vai deixar de querer fazer parte da vida dele. Ele merece um pai, Fernando, e não quero que meus erros tirem isso dele.
O homem sorriu.
Fernando: Eu prometo. — E me puxou para seu colo, segurando minha cintura como se não pesasse nada. — Quando a barriga começará a aparecer? Quando descobriremos o sexo?
Inspirei fundo.
Maiara: A barriga é relativa, não sei se ficará algo enorme ou mais discreto. — Sua mão puxou o fio do roupão, me deixando nua novamente em seu corpo e seus dedos desceram sobre meu ventre, tocando com cuidado. E, mesmo que não fosse um ato sexual, senti minha pele esquentando lentamente. — Agora o sexo, no quarto mês, se não estou enganada.
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Para Sempre Nós Dois
FanfictionFernando Zorzanello não teve o melhor exemplo de família. Gêmeo mais velho, herdeiro de uma família tradicional e influente, passou quase dez anos privado da liberdade e quando finalmente a tem: se relacionar é a última coisa que passa em sua mente...