• Fernando •
Quatro semanas depois
Fernando: Aceita ser minha esposa? — Senti meu coração batendo tão forte em meu peito que pensei que cairia no chão no mesmo instante. Não queria parecer tão desesperado por esse sim, mas, infelizmente, estava quase subindo pelas paredes com toda essa situação com Maiara.
Eu estive o último mês em busca de ideias e de ajuda para fazer daquele momento inesquecível. Desde o dia em que ela me disse que me amava, vinha buscando isso, com a certeza que sentia o mesmo.
Maiara: Aceito. — A sensação de estar flutuando passou pelo meu corpo. — Ai, meu Deus, eu aceito. — Sorri com sua expressão e me levantei, a puxando para meus braços, buscando matar a saudade que crescia em meu peito, que não ia embora tão cedo.
Meus pensamentos retornaram para minha realidade ao ouvir a voz de Maiara. Entre uma rotina insana de trabalho e Maiara tentando descobrir ao máximo como era a vida pós-gravidez, os dias se passavam de maneira que nem mesmo percebíamos. Quatro semanas desde que a pedi em casamento e cada vez mais perto da chegada da nossa menina.
Maiara: No que está pensando? — indagou, colocando de lado a xícara que segurava, e pegou o livro que havia abandonado minutos antes. Era um livro sobre como cuidar de bebê, o terceiro que ela lia em uma semana.
Fernando: No seu sim. — Me relaxei contra as almofadas, observando o dedo dela exibindo o anel que papai me entregou. — O que aprendeu nesse livro novo? O anterior era meio ruim.
Ela se remexeu, se deitando em meu peito tranquilamente.
Maiara: Que provavelmente a bebê vai chorar e é uma missão quase impossível acalmá-la. — Segurei a risada, a vendo tocar o ventre com calma. — Né, mãezinha, estou enorme.
Brincou com a barriga de sete meses completos. Nos últimos tempos, a nossa menina estava cada vez mais agitada, ela gosta de música agitada e se acalma quando a mãe come comida japonesa, e ainda não tem um nome.
Fernando: Precisamos escolher o nome dela. — Alisei sua bochecha, a fazendo sorrir.
Maiara: Sim, mas acho que gosto de A Bebê — brincou, me encarando. Estamos em seu apartamento, saí do trabalho e a peguei no hospital, já que não estava mais trabalhando e ficava muito tempo com papai. — Sinceramente, não quero escolher.
Fernando: Por quê?
Maiara: É um nome. Vai ficar com ela para o resto da vida! — Segurei a risada.
Fernando: Vamos escolher um nome bom. — Segurei seu maxilar, beijando seus lábios, e me afastei ao ouvir o telefone tocando sobre a cama. — Quem é, meu Deus... — resmunguei, puxando o mesmo, e congelei ao ver que se trata de uma ligação de mamãe.
Maiara: O que foi? — Ela colocou a mão em minhas costas, me fazendo encará-la com o medo correndo em minhas veias.
Fernando: É minha mãe. — Vi a expressão de Maiara se tornar preocupada e atendi a ligação. — Oi, mamãe.
Filomena: Ah, querido, desculpe pelo horário, mas seu pai teve uma parada cardíaca há alguns instantes. — Sua fala era rápida e percebi que ela chorava de maneira descontrolada. Fechei os olhos. — Eu só queria avisar, não precisa vir. Eles estão tentando de tudo.
Fernando: Estou indo para aí. — Meu corpo estava duro. Não conseguia ficar calmo com os cenários passando em minha mente. Finalizei a ligação e joguei o celular de lado, pegando o casaco no lado da cama de Maiara, me enfiando nele. — Fique aqui, amor, vou ver como ele está. Uma parada cardíaca. — Ela pulou da cama com a rapidez que nenhuma grávida conseguiria e me encarou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Para Sempre Nós Dois
Fiksi PenggemarFernando Zorzanello não teve o melhor exemplo de família. Gêmeo mais velho, herdeiro de uma família tradicional e influente, passou quase dez anos privado da liberdade e quando finalmente a tem: se relacionar é a última coisa que passa em sua mente...