Capítulo 29

590 56 11
                                    

• Maiara •

Quatro semanas depois

Abri a porta do escritório com calma, segurando um café descafeinado que tinha um gosto desagradável, que anteriormente eu iria me matar para tomar, mas, nas últimas semanas, estava sendo minha única bebida.

Viva os cinco meses! Cinco meses, desde que descobri a existência do ser que se tornou o amor da minha vida, um mês desde o bendito pedido de namoro e um mês desde que mamãe partiu e não sei o que aconteceu depois disso.

Todo dia o ato involuntário de pegar o telefone e ligar para ela passava por mim, mas o botão verde do telefone nunca era ativado. Tenho medo de que ela não tenha consciência nenhuma de como me desestabilizava e voltasse.

Cátia: Maiara — Cátia falou, apressada.

Maiara: Bom dia, Cátia. — Sorri, entrando no escritório, me sentei e observei a senhora correr até mim.

Coloquei meus pertences sobre a mesa e espalhei as revistas que chegaram no dia anterior, concluindo que muitas eram de moda ou fofoca. Como Maraisa adorava.

Cátia: Não viu o jornal hoje? — Seu tom estava agudo e meio desesperado.

Nesse momento, movi meus olhos para cima, vendo que ela remexia as mãos de maneira inquieta e as minhas mãos varreram as revistas até encontrar um dos jornais mais famosos de São Paulo, que deveria notificar notícias de economia, legislação e muitas coisas realmente úteis.

Só que o bendito só sabia falar de pessoas ricas.

"O CEO Fernando Zorzanello foi visto, ontem, com a advogada Maiara Carla Pereira, que, segundo informações, é uma das contratadas do Grupo Zor. Indo mais afundo, ela está grávida! Isso mesmo, pessoas, será que nosso CEO está em um relacionamento sério ou seria apenas uma de suas escapadas?"

Desde que Fernando voltou à ativa, andando pela cidade, assumindo a empresa, ele atraiu muita atenção. As suas "escapadas", como a mídia disse, era encontro com várias mulheres com quem esteve ao longo do tempo.

Senti o meu estômago se revirando. Merda. Não tive tantos enjoos durante o período inicial, agora isso não poderia acontecer. Já passou seu tempo de aparecer...

Cátia: Você está bem? Daqui a um instante, o escritório todo vai começar a falar disso, Maiara. Sinto muito — Cátia falou, e eu caí sentada, sem saber o que fazer. Sem a mínima chance de conseguir tirar isso de circulação.

O redator do jornal era um filho da puta prepotente que já defendi em tribunal. Ele não deixaria uma manchete dessa ser retirada só porque eu estava me sentindo desconfortável com ela. Além do fato de que já devia estar correndo por toda a cidade.

Fernando: Tudo bem por aqui? — Fernando apareceu, e vi o dito-cujo colocando a cabeça na porta do meu escritório, sorrindo. Mas minha expressão não era muito boa e ela logo se foi. — Tem uma movimentação na sua mesa, Cátia. — Apontou para fora, e a mulher cobriu a mão com horror, seguindo para fora. — Você está pálida, Mai. Me deixou preocupado. Me diga o que houve. — Se abaixou em minha frente, e empurrei as folhas em sua direção.

Maiara: Olha. — Engoli em seco e senti minha cabeça rodar.

Fernando: Ah, caralho! — xingou sem a menor cerimônia enquanto eu estava completamente congelada na cadeira. — A empresa toda já sabe. Bando de filhos da puta. Escondemos bem por um mês — tentou me confortar. — Não poderíamos esconder isso para sempre, amor. — Encarei-o. — Vem, vamos dar um jeito nessa bagunça. — Levantou-se e estendeu a mão.

Para Sempre Nós DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora