• Fernando •
Um mês depois
Movimentei-me com rapidez pela sala completamente inundada com os preparativos para a recepção de Helena. Iria pegar Maiara no hospital em meia hora e sentia que, a qualquer momento, surtaria.
Nossa menina ficou o total de quatro semanas internada e sendo mantida bem por uma incubadora. Maiara praticamente subiu pelas paredes durante esse tempo. Recuperou-se rápido e não saía do hospital. Se recusou todas as noites a dormir longe da filha.
Agora, ela estava voltando para casa, trazendo consigo nossa pequena, e o medo se alastrava. A médica falou que não havia riscos, que, apesar de ter se adiantado um mês, Helena não teve problemas de má formação e não apresentava mais problemas com a respiração.
Eram bons sinais. Só que Maiara estava enlouquecida nesse meio-tempo. Tudo que fez foi engolir um monte de livros sobre nascimento prematuros e, mesmo assim, continuava surtando pelos cantos.
Eu apenas observava e assentia, sabendo que nada no mundo tirava a razão de uma mãe preocupada.
Sorri, colocando mais um pacote de fralda do menor tamanho que encontrei no estoque. Peguei a chave do carro em cima da mesinha de centro e senti meu celular vibrando.
Roze: Já vai buscá-la? — era Roze.
Fernando: Sim, estou saindo nesse exato momento.
Roze: Ótimo, eu e Maraisa vamos passar aí à noite.
A irmã de Maiara estava todo esse tempo na cidade, ficou no apartamento de Maiara e todos os dias ficava com a irmã no hospital, dando força. No fim, a minha família de uma irmã, pai e mãe se tornou um agregado enlouquecido de pessoas.
***
• Maiara •
Caminhei pelo corredor pela sexta vez em um período total de meia hora. Já havia recebido todas as instruções necessárias da minha médica sobre como proceder com Helena, que havia completado o nono mês fora da minha barriga e seu primeiro mês de vida.
Estava ansiosa, com medo de que algo desse errado! Não queria mais viver em um hospital, mas também sentia meu coração batendo de maneira enlouquecida com a perspectiva de ficar sozinha com ela.
Fernando: Ei. — A voz de Fernando me chamou atenção e me virei, dando de cara com ele atrás de mim. — Como você está? — Beijou minha testa.
Maiara: Uma pilha de nervos. — O homem sorriu e me abraçou. Encostei a cabeça em seu ombro, sentindo meu coração batendo forte em meu peito.
Passei pouco tempo com ele nos últimos dias. Estava morrendo de saudade, mas nem isso faria eu sair do lado dela.
Sabia que, no instante em que saísse do hospital, seríamos apenas nós contra todas as dificuldades. A verdadeira batalha começaria. Só que não importava o que viria depois, sabia que enfrentaria tudo para que as coisas dessem certo.
Maiara: Desculpa por ficar distante nas últimas semanas. — Segurei o rosto do homem entre minhas mãos, encarando os olhos bonitos com firmeza. — Eu não consigo sair daqui sem ela. — Encolhi meus ombros, e ele segurou minha mão, beijando a palma.
Fernando: Eu sei, não tem que se desculpar. Você é mãe. Uma mãe sempre faz tudo por um filho. — Sorri e fiquei na ponta dos pés para beijar seus lábios com carinho. Senti o meu corpo relaxar com o contato, dando indícios que aquelas sensações ainda não haviam passado.
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Para Sempre Nós Dois
FanfictionFernando Zorzanello não teve o melhor exemplo de família. Gêmeo mais velho, herdeiro de uma família tradicional e influente, passou quase dez anos privado da liberdade e quando finalmente a tem: se relacionar é a última coisa que passa em sua mente...