-Hmm… - Visto o moletom preto, bagunçando mais o meu cabelo, do que ele já é. - Perfeito! Ótimo pra mais uma noite de trabalho. - Calço minha chinelinha. - Tô indo! - Grito pro nada, afinal, eu morava sozinho.
Sou Madara Hamura. Um adulto de 22 anos, sem qualquer sonho na vida ou familiares. Motivo? Sou albino. E albines no Japão é visto como azar, por isso meus pais me abandonaram no orfanato, e quando fiz 18, fui expulso. Ninguém queria adota uma criança, que tem a cor do Azar na sua cabeça, e em cada pelo do seu rosto, até nos cílios.
Por não ter família ou amigos, acabei nem tendo sonho ou esperança. Pra quer sonhar com algo que nunca irá acontece? E ter esperança pra no final, se decepcionar e ficar… Enfim.
Melhor viver a vida cotidiana que eu tenho.
-Cheguei, Chefe. - Abri a porta de vidro, da loja de conveniência, ouvindo o sino batendo.
-Bem na hora. - Ele botou o avental verde na minha mão. - Até amanhã, Hamura.
-Até! - Botei o avental, e fui pra de trás do balcão do caixa.
Dormir o dia inteiro e trabalhar a noite. Vivendo a base de miojo e ifood, já que não sei cozinhar. Uma vida preguiçosa, contidiada e comum, quem não iria gosta?
Quem precisa de coisas estragantes?
Eu não.
Porém, eu tenho um hobbie, um pequeno hobbie estranhamente divertido pra mim. Sou um fã de carteirinha de filmes e história de terror, então adoro invadir lugares abandonados, como prédios, shopping, armazém, casas… CASAS SÃO AS MELHORES! A maioria dos filmes de terror são em casas.
Ouvi o sino tocando, e guardei o celular na mesma hora, dando o sorriso muito bem trabalhado de atendente. Pareço ser alguem bem despreocupado até agora, mas tem clientes que realmente acabam com a minha doce paciência. Meus dedos estarem com alguns band-aids é a prova disso, não posso descontar a raiva no cliente, então tenho que socar a parede ou qualquer coisa que não seja uma cara.
-Por que tá com esse sorrisinho nojento no rosto, pirralho? Tenha mais respeito com os mais velhos! - Eu não falei nada, desgraçado cachaceiro de MERDA! - Toma esse dinheiro logo! - Ele jogou um dinheiro toda amassado, saindo com uma garrafa de corote. - Esses pirralhos de hoje em dia, nem pra falar boa noite.
Continue sorrindo… Continue sorrindo… Ele saiu! VELHO DESGRAÇADO FILHO DE UMA RAPARIGA!
AHHHHHHH!
-Mais um dia comum. - Meu sorriso caiu, mostrando minha expressão verdadeira, que era uma mistura de tédio com raiva nos olhos. - Pelo menos amanhã será divertido! Afinal, encontrei um armazém perto do rio, totalmente abandonado, com algumas caixas velhas! - Peguei meu celular de volta. - Vai que são tesouros antigos! Como aqueles biscotios verdes que não são mais vendidos… Cassete, to falando sozinho. - Olhei pros lados. - A última vez, falaram que eu tava fazendo pacto com satã por causa disso. Melhor eu parar, ce tá louco, mano. - Voltei a rola pelo facebook, dando haha nos memes totalmente ruins, que eu acabava gargalhando como se não houvesse amanhã.
[.........]
-ESTILO NINJA! - Dei um grito, com um sorriso brilhantes. - E ninjas não gritam! Então, shhhh! - Botei meu capuz preto, com o mesmo moletom que usava ontem. Ele era meu preferido, por isso dificilmente eu tirava ele.
Andei em passos silenciosos, por ter abandonado a chinelinha, e botado meu all star. Vocês sabe como chinela faz barulho em água, e esse chão de perto do armazém, era sempre molhado por causa do mar.

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O Azar Branco
FanficA vida cotidiana de um adulto de 22 anos, sem qualquer esperança ou sonho pro futuro, só vivendo cada dia como qualquer outro. Trabalhando em uma loja de conveniência a noite, e vivendo em um apartamento pequeno e velho, com paredes finas. Mas... E...