De volta pra você

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Se passou 4 dias e nada da Tessa se quer olhar pra mim, fiquei extremamente arrependida de contar a ela.
Como minha filha acho que ela deveria entender meu lado, quando a mesma for mãe sei que o amor dela por seus filhos irá fazê-la guardar alguns segredos.
James ainda acha que não tem arrependimento maior que saber que sua única filha não é mais virgem, mesmo que já tenha 18 anos ou mais, eu tentei explicar tudo a ele, como funciona a vida feminina e ele só disse "ótimo que ela saia transando por aí com os meninos", o jeito dele de falar julga a própria filha como uma "prostituta".
Hoje mais cedo recebi um convite para passar um tempo na casa de uma amiga,  Júlia tem um vinhedo em Montecarlo na Itália e por incrível que pareça este convite apareceu na hora certa.

—Amor vai ser bom eu ir, respirar e quando eu voltar falar com a Tessa de uma maneira saudável que não prejudique nosso relacionamento.

—Anastácia coloca uma coisa na sua cabeça, você é mãe dela! Você não tem culpa de ter vivido antes dela, você não tem culpa de ter conhecido um traficante, você não tem culpa dele ser pai do cara que ela diz que ama.

—James, se você vê assim, porque não vê que nós erramos em pro vir ela de ter um relacionamento com o Brian? Ele não tem culpa de ser filho do Cristian.

—Eu não consigo imaginar minha filha namorando o filho do cara que minha esposa amou.

—Amor, eu não amo ele. Amo você! Acho que deveríamos pensar nesse relacionamento deles de uma forma melhor. Acolher este jovem vai fazer bem pra ele, vai poder tirar ele de perto do pai dele se bem que a gente não sabe se ele continua da mesma forma né? Talvez seja um cara melhor agora.

Vejo ele revirar os olhos e começar a rir.

—Sua inocência vai até quando? Uma vez nesta vida, sempre nesta vida! Agora tenho que ir pro serviço, acho que não vai estar aqui quando eu chegar então, boa viagem. Te vejo semana que vem! Te amo.

Ele me dá um beijo e um abraço e percorre as mãos pelo meu ombro.

—Te amo, vou te ligar todos os dias!

—Descansa.

***

Peguei um avião para Montecarlo e a duração de viagem e curta, 1 hora e 40 dá para colocar à agenda de planejamento em dias e resolver uma papelada do serviço que falta assinar on-line.

Ao pousar no aeroporto vejo Júlia com uma placa super fofa "madame O'Brien" tem tanto tempo que não a vejo que tinha esquecido como ela tem um jeitinho fofo de ser.
A abraço fortemente a mesma e sorrio pra ela.

—Você sumiu por tanto tempo que podia pensar que tinha morrido Ana._Ela diz e pega minha bolsa.

—Sempre ocupada meu amor, mas agora estou aqui.

—Porque eu sinto que essa sua visita não tem só a ver com tempo disponível?

—Então, talvez não seja mesmo, mas isso é assunto pra depois.

—Nada que um bom vinho não possa acompanhar, precisa ver o vinhedo está lindo, as uvas estão deliciosas Anastácia.

—Vou levar um saco pra casa.

—Pior que vai sim!_Ela diz e da pulinhos.

—Como está o Lucca?

—Ele está bem, com a carreira de jogador de futebol mal fica em casa, ainda mais agora que está indo jogar em outros países, o bom é que são próximos daqui.

—Fico feliz, me lembro que quando você veio embora pra cá eu te disse que era louca porque ele mal ficaria próximo a você e olha só, casada e ainda sem filhos.

—Ai Ana, com a vida que tenho é impossível ser mãe, nem penso nisso por agora, nem ele, estamos focados com a carreira, o vinhedo está exatamente com 46 funcionários agora, eu sou a única que cuido de tudo e de todos, tenho funcionárias pra cuidar da casa, então não tenho tempo pra cuidar de filhos e outra, eu sempre estou gastando com Gucci, Prada, Channel e outras marcas que me tiram um bom dinheiro. Ontem mesmo, comprei um anel de diamantes que Lucca ficou desnorteado amiga.

Comecei a rir e seu consumismo continua o mesmo, na verdade ele só cresce com o tempo.

—Viu só como é sempre gastar com a gente? Aí amiga, isso é vida! E meu presente?

—É claro que não iria esquecer, comprei dois.

—O que?_pergunto animada

—Nada demais, uma bota e uma bolsa da Louis Vuitton.

—Que delícia cara. Eu vou amar!

***